segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Huck atrai segmentos lulistas e tem rejeição da elite

Mauro Paulino e Alessandro Janoni / Folha de S. Paulo

SÃO PAULO- A inelegibilidade de Lula (PT) é um dos vetores para a possível candidatura de Luciano Huck à Presidência da República. O apresentador de TV tem potencial de crescimento sobreposto às intenções de voto do petista em segmentos do eleitorado onde outros partidos demonstram maior dificuldade de alcance.

Ao se combinarem os três cenários onde seu nome aparece como possível candidato, Huck é apontado pelo menos uma vez por 12% dos brasileiros. Entre as mulheres de menor escolaridade, nicho dominado pelo ex-presidente, o apresentador vai a 17%, por exemplo.

Em análise multivariada, para melhor identificar a relação direta dos eleitores com o apresentador, chega-se, além desse percentual de entusiastas, ao conjunto de possíveis detratores, que hoje se equivale ao seu índice de rejeição —25%.

Esse percentual de resistência é mais elevado entre homens de maior escolaridade e renda, perfil da população que nas últimas eleições optou por candidatos tucanos e que hoje nas pesquisas de intenção de voto tendem à candidatura de Jair Bolsonaro (PSC).

Fica fácil entender a movimentação do ex-presidente FHC e de parte do PSDB em torno de Huck --agregaria ao partido estratos lulistas e o partido, por sua vez, poderia anular em parte a reprovação da classe alta ao candidato.

O terceiro grupo, que reflete o saldo de indefinição em relação ao apresentador, isto é, o percentual de eleitores-pêndulo, que podem tanto votar quanto rejeitar Huck ao longo da campanha, totaliza 63%, índice que alcança 71% entre os que escolhem Marina Silva e 78% entre os que pretendem votar em Geraldo Alckmin (PSDB). Taxa idêntica se vê entre os que querem votar em branco ou anular o voto.

Hoje, as intenções de voto do grupo anti-Huck apresentam menções a Bolsonaro de até seis pontos percentuais acima da média. Entre os que apoiam o apresentador, por outro lado, Alckmin, Marina e Joaquim Barbosa se destacam. Entre eleitores-pêndulo, brancos e nulos imperam. Todas essas observações feitas em cenários que descartam a candidatura do ex-presidente Lula.

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