sexta-feira, 6 de abril de 2018

Moro manda prender Lula

Moro determina que Lula se apresente até esta sexta para prisão

Por Sérgio Ruck Bueno, Cristiane Agostine e Ricardo Mendonça | Valor Econômico

PORTO ALEGRE E SÃO PAULO - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ordenou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e determinou que o petista deve se apresentar até esta sexta-feira em Curitiba. A decisão foi tomada após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) despachar ao juiz ofício permitindo a missão de ordem de prisão contra o ex-presidente. A defesa de Lula afirmou que a ordem desrespeitou até o TRF-4.

O ofício foi enviado às 17h31 e assinado pelo presidente da 8ª Turma, Leandro Paulsen, e pelo juiz federal Nivaldo Brunoni, que substitui o desembargador João Pedro Gebran Neto, que está em férias. Moro levou 19 minutos para emitir a ordem de prisão.

A permissão para a prisão de Lula ocorre no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente, que teve a pena de prisão de nove anos e seis meses fixada por Moro para 12 anos e um mês pelo TRF-4. Ele foi condenado no caso do triplex do Guarujá, no âmbito da operação Lava-Jato.

O documento diz que “tendo em vista o julgamento, em 24 de janeiro de 2018, da apelação criminal 5046512-94.2016.04.7000, bem como em 26 de março de 2018, dos embargos declaratórios opostos contra o respectivo acórdão, sem a atribuição de qualquer efeito modificativo, restam condenados ao cumprimento de penas privativas de liberdade os réus José Aldemário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e Luiz Inácio Lula da Silva”.

Conforme o ofício, dado o “exaurimento” da segunda instância de jurisdição, “deve ser dado o cumprimento à determinação de execução da pena”. O documento diz ainda que, após a negação do habeas corpus pelo STF, não existe mais “qualquer óbice à adoção das providências necessárias para a execução”.

Lula soube da decisão enquanto estava no Instituto Lula, em São Paulo. Logo após ele saiu do local acompanhado do advogado Cristiano Zanin.

Sindicato
Lula está reunido com apoiadores na sede do Sindicato dos Metalúrgicos.
Há concentração crescente de apoiadores, curiosos e jornalistas do lado de fora da entidade. Três helicópteros sobrevoam a área.

Na lateral do prédio da entidade foi estendida uma grande bandeira vermelha com a imagem de Lula e a inscrição "Lula 2018 - Eleição sem Lula é fraude".

Não há informações se Lula passará a noite desta quinta no sindicato, do qual foi presidente no fim dos anos 1970, ou em sua residência, a cerca de dois quilômetros do local. Por volta das 19h30, cerca de 300 pessoas se concentravam na frente do prédio onde Lula mora.

Confusão
Uma hora depois de Moro expedir o despacho para a prisão de Lula, houve confusão em frente ao Instituto Lula e um homem ficou ferido.

Um grupo de 15 pessoas contrárias a Lula foi para o instituto e começou a provocar os petistas. Seis mulheres se posicionaram perto do estacionamento do instituto e começaram a gritar que iam jogar coxinhas e pão com mortadela, mas havia apenas jornalistas perto delas.

Quando o senador Lindbergh Farias (RJ) e os dirigentes petistas Marcio Macedo e Emídio de Souza deixaram o instituto, começaram provocações e xingamentos contra os petistas. Os dirigentes contestaram os provocadores e em meio ao bate-boca um homem que ainda não foi identificado bateu em um dos provocadores, que insultava os petistas.

O manifestante antipetista bateu a cabeça no parachoque de um caminhão e caiu no chão. Em seguida, foi levado para o hospital localizado em frente ao instituto.

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