terça-feira, 4 de setembro de 2018

Alckmin adota agenda popular e promete medidas de cunho social

Por Fernando Taquari | Valor Econômico

SÃO PAULO - Sem decolar nas pesquisas de intenção de voto, o candidato o PSDB a presidente, o ex-governador Geraldo Alckmin, adotou ontem uma agenda de apelo popular e anunciou duas propostas de cunho social. O tucano prometeu implantar restaurantes em todo o país que ofereçam refeição ao custo de R$ 1 e um subsídio às famílias mais pobres para a compra do botijão de gás.

Alckmin informou que o vale-gás, inspirado em um programa similar do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), beneficiará 8,3 milhões de famílias que estão cadastradas no programa de tarifa social de energia elétrica. O impacto fiscal, segundo ele, não chega a R$ 2 bilhões por ano. O candidato tucano afirmou que os recursos vão vir de um severo ajuste fiscal.

"O espaço para reduzir gastos é enorme", disse Alckmin ao apresentar, na capital paulista, os colaboradores de seu programa de governo. Ao ser questionado especificamente sobre a origem do dinheiro para bancar essa proposta, o tucano foi vago. "Vem do conjunto de todos os ajustes", declarou.

O ex-governador justificou a necessidade do subsídio ao ressaltar que dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 17% da população brasileira ainda cozinha à lenha por conta da dificuldade financeira em adquirir o botijão.

Antes do almoço, Alckmin seguiu para a zona leste de São Paulo, onde visitou um dos restaurantes "Bom Prato", que servem refeição a R$ 1 e são considerados uma das vitrines de sua gestão no governo do Estado.

"O Bom Prato é um exemplo que deu certo. Pretendo levar para o Brasil, fazendo parcerias com Estados e municípios", afirmou o candidato tucano, acrescentando que desde o início do programa, em 2000, foram servidas 195 milhões de refeições nas 54 unidades espalhadas pela Grande São Paulo, litoral e interior do Estado.

Durante a passagem pelo restaurante, onde não almoçou e permaneceu por cerca de 15 minutos, Alckmin cumprimentou e foi saudado por algumas pessoas, mas também ouviu críticas à distância e gritos de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso e impedido de concorrer neste ano pela Lei da Ficha Limpa.

Uma mulher reclamou que os políticos só fazem promessa. Após a partida de Alckmin, um senhor mais exaltado chegou a gritar por algumas vezes que o "Bom Prato" foi criado pelo governo Lula.

Ao tratar de educação, Alckmin prometeu uma gestão com foco no ensino infantil, aumento nas vagas em creches e a reforma do ensino médio para evitar a evasão escolar.

As promessas nesta área foram feitas após o tucano ter sido indagado sobre o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), divulgado ontem, que mostra que São Paulo perdeu, em sua gestão no Estado, a liderança no principal indicador de qualidade da educação básica.

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