Quem
adota na eleição nome de palhaço ou debochado e se comporta como tal no poder é
inimigo do povo porque deprecia as altas funções sociais e políticas das
instituições que o representam
Desde
que uma lei federal de 1997 admitiu a possibilidade de que os candidatos
alterem o próprio nome civil para adotar na urna um nome que diga ao eleitor
quem são, o lado oculto de muitos políticos veio à luz. Por esse meio,
fragilidades da composição do sistema político brasileiro também ficaram
visíveis.
O
voto é instrumento de representação política. Por meio dele, o eleitor e
cidadão se faz presente na tomada de decisões sobre a ordem política.
Representação quer dizer presença do ausente. Mas não quer dizer ausência do
representado. Mesmo que meu candidato não seja eleito, eu estarei representado
pelos eleitos. Como corpo político, são o corpo simbólico da nação, do qual
faço parte.
No
voto, há um pacto entre o povo e o poder. Por meio dele, delego à maioria
formada na eleição minha vontade política de cidadão, e não estritamente ao
candidato em que votei. Goste ou não dos eleitos.
Há
uma certa resignação cívica do eleitor vencido, o que não significa abrir mão
de sua militância cidadã contra as ideias e a conduta do vencedor, sobretudo se
não tratar com respeito as ideias dos vencidos. É isso a civilização na
política.