sábado, 15 de maio de 2021

Carlos Alberto Sardenberg - São os homens de bem que entregam Bolsonaro

- O Globo

É verdade que o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, tem pegado pesado contra o governo Bolsonaro. Até tentou prender Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação e bolsonarista de raiz. Isso bastou para que Bolsonaro pai e o filho Flávio considerassem a CPI um circo onde “vagabundos” estão inquirindo “homens de bem”.

O “vagabundo”, claro, vai para Renan. Logo, deve-se supor que “homens de bem” são todos os inquiridos, já que os Bolsonaros não especificaram alguém em especial.

Ocorre que todos os inquiridos contaram histórias que comprometem o governo e exibem o modo desastroso como administra o combate à pandemia. Mesmo o aliado Wajngarten entregou farto material à CPI, ao revelar que a Pfizer oferecera vacinas para um governo que nem sequer respondera à farmacêutica.

O homem de bem que testemunhou no dia seguinte, o executivo da Pfizer Carlos Murillo, acrescentou os detalhes. Se o governo Bolsonaro tivesse ouvido e assinado a proposta feita pela empresa em agosto do ano passado, o Brasil teria 18,5 milhões de doses entre dezembro de 2020 e o atual trimestre.

Isso daria para vacinar 9,25 milhões de pessoas, equivalente a 50% dos que receberam as duas doses da CoronaVac e Oxford/AstraZeneca até aqui. Quantos doentes e quantas mortes teriam sido evitadas? Quantas pessoas, imunizadas, não teriam podido voltar ao trabalho presencial, ajudando a animar a atividade econômica?

Pablo Ortellado - Sem medo do voto impresso

- O Globo

Precisamos ter cuidado com as tomadas de posição automáticas e irrefletidas que adotamos em tempos de polarização. Nem tudo aquilo que Bolsonaro propõe é ruim, apenas porque ele propôs. É o caso do voto impresso auditável, uma proposta bastante razoável, que tem o respaldo de muitos especialistas e é adotada com bons resultados noutros países.

Embora a medida seja apropriada, ela certamente não é oportuna, seja porque não temos tido casos de fraude, seja porque a substituição dos equipamentos é cara e a implementação, demorada. E deveríamos ter outras prioridades em tempos de Covid-19.

O voto impresso tem muitos apoiadores no Congresso. A medida chegou a ser aprovada na minirreforma de 2015, mas foi derrubada depois pelo STF. Agora, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta aprová-la por meio de uma proposta de emenda à Constituição de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, tem se esforçado em defender o legado da urna eletrônica, que pôs fim às fraudes recorrentes das cédulas de papel e aguentou bem o teste prático das eleições democráticas dos últimos 25 anos, sem que tenha mostrado problemas relevantes.

Hélio Schwartsman - O nicho da direita

- Folha de S. Paulo

Lula parece dominar o campo da centro-esquerda e até o do centro

Nicho é vital. Se os dinossauros não tivessem sido extintos, liberando espaços ecológicos para que os mamíferos prosperassem e se diversificassem, a classe Mammalia provavelmente teria ficado limitada a poucas ordens de pequenos animais peludos e amedrontados.

Datafolha que mostra Lula vencendo com folga Bolsonaro inaugura uma disputa por nichos. O petista parece dominar o campo da centro-esquerda, o que é má notícia para Ciro Gomes, e, sem tanta desenvoltura, também o do centro —com Lula encarnando o antibolsonarismo, Doria, Huck etc. têm menos espaço para crescer.

É na esfera da direita, porém, que as coisas ficam mais interessantes. Bolsonaro está bem enfraquecido. Se a eleição fosse hoje, ele perderia de lavada. Só que a eleição não é hoje. A grande incógnita é como estará o capitão reformado em outubro de 2022.

Cristina Serra - Brasil, pária ambiental

- Folha de S. Paulo

Projeto aprovado na Câmara é crime contra o ambiente, a sociedade e a Constituição

O projeto de lei que desmonta o licenciamento ambiental no Brasil, aprovado na Câmara, é um crime contra o meio ambiente, a sociedade e a Constituição. Nosso atual sistema de licenciamento resulta de décadas de construção legal e do aprendizado com enormes erros no passado.

Exemplos na mineração ajudam a entender essa evolução. Antes da Constituição e das normas atuais, algumas empresas lançavam rejeitos em rios e lagos, como se estes fossem latas de lixo. Já com o licenciamento em vigor, tivemos duas grandes tragédias na mineração: o colapso das barragens da Samarco, em Mariana, e da Vale, em Brumadinho, com quase 300 mortos.

Demétrio Magnoli – Ecos de Laicester

- Folha de S. Paulo

Raiz da desconfiança da vacinação está no poder estatal

Quantos? 100 mil, segundo os jornais da época, ou 20 mil, segundo historiadores, marcharam na cidade inglesa de Leicester em 23 de março de 1885, protestando contra a vacina obrigatória da varíola.

A resistência ativa ou passiva à imunização é tão antiga quanto a moderna história das vacinas, que começa com a invenção de Edward Jenner, em 1796. No seu capítulo atual, ela ameaça impedir a imunidade coletiva à Covid-19 em certos países ou regiões.

A raiz profunda da desconfiança da vacinação encontra-se no temor do poder estatal, especialmente quando se trata do controle sobre o próprio corpo dos indivíduos. No passado, os agentes vacinadores eram os mesmos funcionários encarregados de trancafiar os pobres em estabelecimentos de trabalho ou de remover habitações de locais insalubres.

De Leicester, 1885, a Zomba, no Maláui britânico, em 1960, passando pela Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, em 1904, incontáveis levantes antivacinais refletiram as suspeitas populares sobre as motivações dos governos.

Ricardo Noblat - Lewandowski ajuda a montar a arapuca para pegar Pazuello na CPI

- Blog do Noblat / Metrópoles

O direito ao silêncio concedido ao ex-ministro da Saúde foi parcial. Ele só poderá se recusar a responder a pergunta que possa incriminá-lo

Está cada vez mais difícil para o gabinete do ódio comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro criar narrativas a favor de qualquer coisa que beneficie seu pai, o governo dele e aliados.

É o caso, por exemplo, do pedido de habeas corpus da Advocacia Geral da União para que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, permanecesse calado ao depor na CPI da Covid-19.

O depoimento está marcado para a próxima quarta-feira. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, atendeu ao pedido de habeas corpus, mas só parcialmente.

Pazuello ganhou o direito de não responder perguntas que possam incriminá-lo, mas será obrigado a dizer a verdade em questões sobre fatos e condutas de outras pessoas.

André Mendonça, chefe da Advocacia-Geral da União, achou que não lhe cabia entrar com o pedido no Supremo. Pazuello então contratou um advogado particular para fazê-lo.

A parada foi decidida pelo presidente Jair Bolsonaro que mandou Mendonça seguir em frente com medo de que Pazuello se sentisse abandonado e à vontade para contar o que deveria esconder.

João Gabriel de Lima - O rio turvo dos crimes de lesa-democracia

- O Estado de S. Paulo

A democracia se alimenta da confiança entre eleitores e eleitos. Sem isso, se deteriora

Existem pelo menos duas coisas em comum entre a propina paga por empresas de ônibus no caso Celso Daniel, o acerto de R$ 2 milhões entre Joesley Batista e Aécio Neves e as verbas que Jair Bolsonaro usou para comprar parlamentares do Centrão, no caso revelado em furo de reportagem do Estadão.

A primeira é que nos três episódios – que diferem no tipo de enquadramento em categorias jurídicas – representantes escolhidos pelo povo agiram às escondidas. A democracia, por definição, é o império da transparência. Ela se alimenta da confiança entre eleitores e eleitos. Sem isso, se deteriora. Um político que age por baixo do pano comete um crime de lesa-democracia.

Para repassar verbas aos parlamentares dispostos a vender apoio, o governo federal usou a “emenda do relator”. Trata-se de uma figura jurídica que havia sido abolida em 1993, por estar na raiz do escândalo dos “anões do Orçamento”, e que foi recriada no ano passado. Em entrevista ao Estadão, o economista Gil Castello Branco, especialista em contas públicas, explicou por que tal dispositivo é nocivo à democracia. Ele possibilita, segundo Castello Branco, que emendas parlamentares sejam colocadas numa espécie de caixa-preta, dificultando seu acompanhamento e rastreamento.

Vera Magalhães - Tudo errado para Bolsonaro, tudo certo para Lula, e o centro tá como? Pondo fogo no parquinho

- O Globo

Na última quarta-feira entrevistei o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Às vésperas de completar 90 anos, ele não demonstra muita fé na possibilidade de seu partido, o PSDB, ou mesmo de outras forças de centro se contraporem à disputa entre Jair Bolsonaro e Lula em 2022. E, sem tergiversar, declara voto no petista em caso de segundo turno com o presidente (em 2018, diz ter anulado o voto na disputa entre Bolsonaro e Fernando Haddad).

entrevista foi publicada no GLOBO desta sexta, e a declaração de voto em Lula foi o que mais repercutiu. FH só lembrou do PSDB quando foi questionado, e tratou logo de ir dizendo que, no seu entender, o candidato alternativo a Lula e Bolsonaro não precisa ser tucano.

A sinceridade reflete o momento avacalhado pelo qual passa o PSDB. Aliás, não é um momento: a fase avacalhada vem, pelo menos, desde 2017, quando foi revelado o diálogo de Aécio Neves, então o principal líder tucano, com Joesley Batista. Desde então tem sido ladeira abaixo, com os partidos que sempre foram satélites do PSDB mais ou menos a reboque.

Tucanos, democratas e adjacências colheram alguns bons resultados estaduais em 18 e municipais em 20, mas até aqui não conseguem vocalizar um projeto alternativo para o país que, como diz FC, dialogue com o povo, tenha um "sentido da História", entenda o que está em jogo no Brasil depois da nuvem de gafanhotos do bolsonarismo.

Dora Kramer - Sujeitos ocultos

- Revista Veja

Bolsonaro monta aparelhos paralelos para exercer a chefia da administração federal sob critérios de vontade e de conveniências pessoais

Um trabalho exaustivo e minucioso do jornal O Estado de S. Paulo mostrou na semana passada a existência de fortes indícios de que o governo montou um esquema paralelo para o manejo das emendas parlamentares ao Orçamento da União a fim de assegurar apoio no Congresso.

Pouco antes disso surgiram na CPI da Covid evidências sobre o uso do mesmo tipo de recurso obscuro no Ministério da Saúde, onde a gestão da pandemia conta com um grupo de aconselhamento do presidente da República que atua à margem das orientações da estrutura oficial.

Muito antes, mais exatamente em maio do ano passado, o país tomou conhecimento de que numa reu­nião ministerial ocorrida no mês anterior (22 de abril de 2020) o presidente da República revelara contar com um “sistema particular de informações” por não se sentir atendido pelas instâncias formais da área, tais como a Polícia Federal, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e até o setor de inteligência das Forças Armadas.

Voltando ainda mais no tempo, desde o início do mandato de Jair Bolsonaro sabemos da atuação, digamos, informal, de filhos e correligionários do presidente na comunicação governamental, motivo, inclusive, de atritos com aqueles oficialmente nomeados para funções nesse setor.

Alguns saíram, outros preferiram ficar simulando não perceber a impropriedade, quando não o risco do flerte com a ilegalidade, dessa maneira oficiosa de lidar com assuntos oficiais. Ali viceja o chamado gabinete de ódio de composição e atuação envoltas em sombras.

Murillo de Aragão - O jogo da polarização

- Revista Veja

A disputa entre Lula e Bolsonaro interessa a ambos, mas não ao país

As mudanças nas regras eleitorais em 2015, ainda vigentes, fizeram em 2018 a campanha eleitoral durar apenas 45 dias, em vez de noventa. Além disso, foram banidos os financiamentos empresariais de campanhas e estabelecido um teto de gastos por tipo de candidatura.

Outra consequência importante de tais mudanças foi dar maior relevância aos potenciais candidatos no período pré-­eleitoral. É o que está acontecendo agora. No Congresso e nos partidos e, obviamente, na Presidência da República, a pré-campanha já está em curso.

Mas enquanto o debate sucessório toma o mundo político, o eleitorado ainda se mantém distante do tema. A Covid-19 e o desemprego são questões prioritárias e decisivas para a escolha do próximo presidente em 2022. E o debate midiático sobre a política ainda não causa efeito mobilizador entre o eleitorado.

No momento, dois presidenciáveis largam na frente. O primeiro é Jair Bolsonaro, que, pela força do cargo, tem condições de impor sua narrativa, o que, naturalmente, terá grande repercussão. Além disso, Bolsonaro conta com forte apoio nas redes sociais. Embora outros presidenciáveis também façam uso dessas mídias, só ele possui militância engajada com capacidade de disseminar conteúdo nas redes.

Marcus Pestana* - O labirinto da reforma tributária

No confuso quadro gerado pelo turbilhão da pandemia é preciso ficar com um olho na saúde pública e outro na economia. Só é possível redistribuir renda se houver geração de riqueza. O Brasil, que já ocupou a sexta posição no ranking dos PIBs dos diversos países, caiu recentemente para o décimo segundo lugar.

Há muito nos debatemos com a armadilha do baixo crescimento. Do pós-guerra até 1980, o Brasil foi o país que teve o mais acelerado desenvolvimento. Já de 2011 a 2020, assistimos a mais uma década perdida. O PIB per capita médio por ano caiu 0,6% no período, desempenho inferior a 156 países no mundo. O pior desempenho em 120 anos. Enquanto isto, a China teve crescimento de 6,3%, a Índia, 3,6%, a Colômbia, 1,2%, os EUA, 1,0%, Rússia, Peru e Chile, 0,8%, Alemanha e Japão, 0,5%. Alguma coisa deu muito errado. E não é repetindo os erros que chegaremos ao acerto. E preciso mudar o rumo.

Monica de Bolle* - Biden brasileiro?

- Revista Época

Insistir nesse raciocínio, com a apresentação de nomes supostamente mais centristas à direita, à esquerda e mesmo ao que, no Brasil, entende-se por centro é uma perda de tempo tremenda

Nas últimas semanas tenho escrito sobre o que ocorre nos Estados Unidos sob a liderança de Joe Biden. Para quem vive aqui, vê e sente as mudanças, inclusive no cotidiano, a transformação é extraordinária. Em poucos meses, os Estados Unidos deixaram de ser o país com a pandemia mais descontrolada no mundo para estar entre aqueles que, em breve, deixarão para trás os piores temores em relação à saúde pública e à economia. Alguns estados já atingiram a marca de mais de 70% de vacinados com ao menos uma dose dos imunizantes em uso; outros logo alcançarão esse patamar. Em Washington D.C., há uma sensação palpável de alívio: escolas estão reabrindo, as restrições mais duras estão sendo gradualmente removidas, as pessoas sentem que podem voltar a viver. É claro que há hesitação vacinal, um dos motivos que explica a falácia de se pensar em imunidade de rebanho. Mas, apesar desse grupo, em poucos meses o país estará em condições de deixar para trás o pior da pandemia.

Ascânio Seleme - O PT quer Bolsonaro

- O Globo

Bolsonaro desce aceleradamente a ladeira política e é o melhor adversário para Lula em 2022

A ordem é continuar batendo em Bolsonaro, mas não tanto assim. O que já era perceptível antes, cristalizou-se com a pesquisa Datafolha. Bolsonaro desce aceleradamente a ladeira política e é o melhor adversário para Lula em 2022. Na verdade, como já escrevi em colunas anteriores, Bolsonaro deve perder para qualquer adversário, dada a sua impressionante capacidade de jogar permanente e consistentemente contra o seu próprio patrimônio. De Lula, perde de lavada. Os petistas já perceberam isso e, embora esta não seja uma orientação formal, a ideia é fazer barulho mas não a ponto de inviabilizar o presidente. Em outras palavras, o impeachment agora trabalha contra os interesses petistas.

A pesquisa mostra também que Lula ganha com facilidade de João Doria e Ciro Gomes num eventual segundo turno entre eles. Mas da mesma forma que o centro e a centro-direita podem caminhar em direção a Lula num confronto dele com Bolsonaro, é possível imaginar que o quadro se repita em sentido contrário na ausência do capitão da cédula eleitoral. Sem a ameaça do retrocesso institucional que o presidente representa, é bem possível que ainda no primeiro turno estas forças se aglutinem em torno de um outro candidato. E este sim será capaz de derrotar Lula porque reunirá ao seu redor também os antipetistas que olham para o PT e só enxergam corrupção.

A hipótese da eleição de Lula passa necessariamente pela permanência de Bolsonaro no jogo. Fraco, abatido, enlameado, mas no jogo. Claro que a economia pode melhorar em 2022, com o presidente torrando dinheiro em benefícios assistenciais, mas dificilmente os brasileiros vão engolir o mal diabólico que ele causou ao país com sua sanha negacionista na crise do coronavírus. Os números não deixarão muita margem para dúvida. Pode-se facilmente imaginar desde já como serão a campanha eleitoral e os debates entre os candidatos com o cardápio Bolsonaro colocado à mesa. Sem falar nos escândalos de corrupção do seu governo e da sua família. O trunfo que detinha contra o PT há muito deixou de existir.

O que a mídia pensa: Opiniões / Editoriais

EDITORIAIS

Por que Pazuello tenta se esquivar da CPI da Covid?

O Globo

Em quase 15 meses de pandemia, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi figura central na política do governo Bolsonaro para combater o novo coronavírus — esteve à frente do ministério de 16 de maio de 2020 a 23 de março deste ano, quando, após gestão desastrosa, foi substituído por Marcelo Queiroga. Não é razoável que Pazuello use todos os artifícios para evitar a CPI da Covid, que investiga ações e omissões que levaram o Brasil a superar a marca dos 430 mil mortos.

O depoimento de Pazuello está marcado para o dia 19, mas, ontem, atendendo a pedido da AGU, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, concedeu habeas corpus para que Pazuello possa ficar em silêncio sempre que entender que não precisa responder a perguntas da CPI. A defesa dele temia que as declarações pudessem ser usadas no inquérito que investiga o colapso em Manaus, aberto pelo STF e remetido à primeira instância depois de ele ter perdido foro privilegiado.

Inicialmente, o depoimento estava agendado para 5 de maio, mas Pazuello o desmarcou na véspera. Alegou ter tido contato com dois assessores que testaram positivo para Covid-19. A desistência provocou críticas na comissão, mas, por deferência ao ex-ministro, os senadores abdicaram de pedir o exame de Covid-19. Porém se surpreenderam ao saber que a quarentena só valia para a CPI. Dois dias depois, ele recebeu no hotel onde estava hospedado o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência.