Folha de S. Paulo
Além de Bolsonaro, Cláudio Castro tem o
apoio dos filhos de Cabral, Garotinho, Picciani e Cunha
O cara, o peixe, o deus da pequena área, o baixinho. Mais de mil gols. Campeão do mundo em 1994, ídolo do Vasco, Flamengo, Barcelona e um dos maiores craques do futebol brasileiro, Romário entrou para a política em 2010. Aí o encanto começou a acabar. Manteve os privilégios dos tempos de jogador paparicado, mas sua imagem ruiu. Hoje, para continuar no jogo, resolveu ele próprio paparicar o poder.
A candidatura de Romário à reeleição, no
entanto, não tem total simpatia do seu chefe. Para concorrer ao Senado no Rio,
a família Bolsonaro também aposta no deputado federal Daniel Silveira, que
passou uma temporada
preso por ameaçar ministros do STF.
Terrivelmente bolsonarista, o governador
Cláudio Castro terá de adotar Silveira, cuja notoriedade se originou no
palanque de Wilson Witzel onde foi rasgada a placa com o nome de Marielle
Franco. Castro herdou o cargo de Witzel e, sobretudo, a grana que se levantou
com a privatização da Cedae. Os R$ 14 bilhões irão servir para azeitar a
máquina que dá votos, atrair aliados nas prefeituras da Baixada Fluminense e do
interior do estado e esbanjar com propaganda.
Mesmo tendo gastado só 42% do previsto em
orçamento para prevenção e resposta a desastres, Castro aproveitou a tragédia
da chuva em Petrópolis para fazer campanha (depois de visitar os autocratas
Putin e Orbán, Bolsonaro pegou uma casquinha na demagogia, sujando-se
rapidamente de lama). Ao lado do governador, estava o papagaio de pirata
oficial: deputado estadual Rodrigo Amorim, outro rasgador da placa.
O cenário em Petrópolis repete a destruição
de 2011 na região serrana, a qual deixou mais de 900 mortos. De lá para cá nada
foi feito para evitar os estragos, assim como não mudou o esquema de rapina e
sabotagem montado no Rio de Janeiro. Os herdeiros de Sérgio Cabral, Garotinho,
Jorge Picciani e Eduardo Cunha estão todos fechados com o Castro da vez.
É,tudo como antes no quartel de Abrantes.
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