Folha de S. Paulo
Só 5% dos entrevistados disseram ao
Datafolha que não votam nem no petista nem no atual presidente
Os números da rejeição são um fator
determinante no processo
de afunilamento da corrida eleitoral entre Lula e Jair
Bolsonaro. Na última pesquisa do Datafolha, 82% dos entrevistados disseram
rejeitar um dos dois candidatos no primeiro turno. O índice poderia ser um
sinal de que o eleitor está em busca de nomes alternativos, mas não é bem
assim: só 5% afirmaram que não votam nem no petista nem no atual presidente.
Aos poucos, a eleição se configura como um duelo de torcidas relativamente consolidado. Uma fatia de 76% dos eleitores que rejeitam Bolsonaro declara voto em Lula. Entre os entrevistados que descartam o petista, 69% pretendem ir com o atual presidente no primeiro turno.
Essa concentração de votos se intensificou.
Em março, 68% dos entrevistados que rejeitavam Bolsonaro declaravam apoio a
Lula. Entre aqueles que rejeitavam o petista, 60% votavam no capitão.
Os percentuais reforçam um cenário que se
desenha desde as etapas iniciais da corrida. Parte considerável dos brasileiros
identifica Lula como a principal alternativa a Bolsonaro nesta eleição, mesmo
que alguns deles não considerem o petista um candidato ideal.
Só 9% dos antibolsonaristas dizem que não
votam em Lula de jeito nenhum. Algo parecido ocorre do outro lado: 15% dos que
rejeitam Lula se recusam a votar em Bolsonaro.
Ainda que alguns políticos acreditem que as
altas rejeições possam beneficiar um nome da chamada terceira via, o que se vê
é o contrário. O retrato é bem diferente, por exemplo, daquele de 2014, quando
Aécio Neves e Marina Silva dividiam as preferências dos eleitores que
rejeitavam Dilma Rousseff. Os dois disputaram
até as últimas semanas uma vaga no segundo turno.
Neste ano, há menos espaço para esse tipo de concorrência porque o terreno foi ocupado cedo por dois nomes com altos índices de rejeição e fidelidade. O sentimento de oposição combinada a Lula e Bolsonaro, esperado por outros candidatos, ainda não apareceu.
Qualquer nome é melhor que Bolsonaro,boa parcela do eleitorado gosta mesmo é da podridão.
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