Algo de muito grave ocorreu aqui para que nos encontremos na miserável situação do regime Bolsonaro, inimigo do nosso passado, de suas tradições e instituições, que não só quer aviltá-las como erradicar a sua memória para cujo sinistro desígnio já conspira para sua perpetuação. Tal resultado malévolo não é fruto apenas das circunstâncias desafortunadas que nos viram nascer como nação marcada pelo estigma do latifúndio e da escravidão, que ainda nos atormenta, pois ao longo da nossa história, inclusive recentemente, contamos com oportunidades de buscar alternativas benfazejas, que perdemos por incúria.
As eleições já ao alcance da mão nos
fornecem mais uma oportunidade para que, dessa vez, afastemos o passivo que
continua a nos assombrar abrindo passagem ao que há de novo na nossa sociedade
que forças obscurantistas se esforçam em reprimir. O cenário à frente,
diversamente dos idos de 1964, inscritos como estamos na geopolítica americana,
apresenta possibilidades para que uma coalizão de forças democráticas encontre
sua hora e sua vez e enfrente com êxito a fronda reacionária em plena
articulação. O embate entre elas transcorre no campo da política, principalmente
eleitoral, terreno mais promissor às oposições democráticas do que para seus
adversários, que procuram, conscientes disso, levá-lo para outras esferas como
evidente em suas arremetidas contra o processo eleitoral e suas instituições.
Nesse sentido, o foco central dos
democratas consiste em criar condições para garantir a preservação do
calendário eleitoral e se apresentar nas eleições com candidaturas capazes de
ampliar nos limites do possível alianças que lhes facultem o sucesso nas urnas,
e, mais que isso, por sua envergadura, afastar as eventuais tentativas de
impedir a sua conclusão. A aliança entre Lula e Alckmin certamente é um bom
começo para esse fim, mas não basta, a gravidade dos riscos a que estamos
expostos exige a incorporação de todas as forças vivas da sociedade, dos
sindicatos aos movimentos sociais, não podendo faltar as agremiações de
estudantes, universitários e secundaristas, fermento sempre presente em nossas
lutas libertárias, capazes de evocar em suas manifestações o que fez do Brasil
Brasil.
*Luiz Werneck Vianna, sociólogo, PUC-RJ
É impressionante como inverte os valores apoiar Lula que corrompeu a nação as saltou as estatais deixou um rastro de desemprego miséria e violência e você aí aplaudindo que vergonha a história vai registrar Werneck e um dia fui seu fã hoje sou um crítico envergonhado por você
ResponderExcluirVerdade,precisamos unir todas as forças para derrotar o fascismo.
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