Valor Econômico
Empresas públicas federais saíram de um
prejuízo de R$ 32 bilhões em 2015 para lucro de R$ 187 bilhões em 2021
Foi no governo de Michel Temer que houve a
reviravolta nas contas das empresas estatais federais, que saíram de um déficit
de R$ 32 bilhões para um superávit de R$ 4 bilhões entre os anos de 2015 e
2016, respectivamente. E está na dimensão financeira o mais notável resultado
obtido pelo conjunto dos grandes grupos de empresas controladas diretamente
pela União, que registraram um lucro líquido recorde, de R$ 187,7 bilhões no
ano passado.
Encerrou-se, assim, o ciclo dos mega
prejuízos liderados por Petrobras, Eletrobras, Correios e Infraero. Um dos
principais responsáveis por esse resultado negativo foi a política de controle
de preços sobretudo dos combustíveis e energia, que começou de fato no governo
de Luiz Inácio Lula da Silva, mas que acentuou-se durante a gestão da então
presidente Dilma Rousseff.
Só foram corrigidos os preços no início do segundo mandato de Dilma Rouseff, pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que promoveu um tarifaço nos preços até então sob a tutela do Palácio do Planalto.
As empresas estatais federais, com o lucro
de 2021, que representou o triplo do valor apurado no exercício anterior, 2020,
correspondente a R$ 60,6 bilhões, pagaram a título de dividendos aos acionistas
e juros sobre capital próprio a quantia de R$ 101 bilhões. Especificamente para
a União foram pagos R$ 43 bilhões.
A Petrobras teve resultado líquido de R$
107,3 bilhões, responsável por 57% do lucro geral das empresas federais, de R$
187,7 bilhões. Em seguida vem o setor financeiro estatal com o BNDES, lucro de
R$ 34,1 bilhões, equivalente a 18%; Banco do Brasil, R$ 19,7 bilhões,
equivalente a 10%; Caixa com R$ 17,3 bilhões, em torno de 9%; e Eletrobras, R$
5,7 bilhões, ou 3%. Ou seja, somadas, essas companhias responderam por cerca de
98% do resultado líquido final das estatais federais. São 47 grupos de empresas
que, com as suas subsidiárias, totalizam 134 companhias.
Foi o controle de preços dos combustíveis e
investimentos de péssimo retorno que formaram o prejuízo da Petrobras nos anos
de 2014/2015.
A companhia chegou a ter uma fábrica de
tecidos sintéticos ao lado do empreendimento do porto de Suape, em Pernambuco.
Ambos deram um “rombo” de cerca de R$ 10 bilhões na estatal, segundo fontes
oficiais que acompanharam esses projetos de investimentos.
Cifras que se sobressaem quando
confrontadas aos prejuízos do escândalo da Operação Lava Jato.
Além de pagar dividendos ao governo federal
e aos demais acionistas das empresas, o sucesso da gestão econômica traz alguns
importantes benefícios, como o aumento da arrecadação nas três esferas de
governo, a redução de riscos fiscais e a valorização do patrimônio estatal. Segundo
dados da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), o
patrimônio líquido ajustado das empresas federais é de R$ 903,7 bilhões.
Na política de pessoal, houve no ano
passado a aprovação de nove Programas de Desligamento Voluntários (PDV), que
reduziram cerca de 13 mil empregados e geraram uma economia nas folhas de
pagamentos da ordem de R$ 2,5 bilhões.
O gasto com pessoal somou R$ 116,1 bilhões
no ano passado, para um contingente de 445.972 funcionários
Ao anunciar o resultado líquido das
empresas estatais federais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, lembrou que
as empresas que antes haviam dado um prejuízo de R$ 40 bilhões, na verdade
foram R$ 32 bilhões, agora podiam comemorar um resultado positivo de R$ 180
bilhões. Afinal tratou-se de uma virada de quase R$ 220 bilhões.
Segundo assessores de Guedes, isso só
ocorreu porque trata-se com seriedade a gestão dessas companhias, que foram
vítimas de corrupção em governos anteriores, como o inesquecível “Petrolão”.
O estatuto das empresas estatais deveria
ser um seguro contra os malfeitos que vira e mexe se descobrem nas companhias
públicas. Ele é uma instituição que precisa ser preservada e, neste governo,
está sendo vilipendiada por decisões superiores, a exemplo das recentes escolhas
de presidentes da Petrobras.
E os tarados e permissivos presidente e diretores da Caixa Federal?
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