O Estado de S. Paulo
Mourão não vê plano de golpe em curso e diz que a quitanda abrirá após 7 de Setembro
Ministros do Supremo Tribunal Federal e do
Tribunal Superior Eleitoral estão convencidos de que o presidente Jair
Bolsonaro (PL) tem um plano para tumultuar e até impedir as eleições de
outubro. Sob o argumento de que é preciso promover uma contagem de votos
paralela à do TSE, Bolsonaro atiça as Forças Armadas, em uma estratégia
“kamikaze”, palavra da moda, que pode resultar em perda de apoio no próprio
Centrão.
Mas enquanto dirigentes do PL divergem de
Bolsonaro e admitem, nos bastidores, que ele tem feito tudo para perder a
disputa, o vice-presidente Hamilton
Mourão – preterido na chapa pela entrada de Braga Netto – assume o discurso de defesa. A cinco meses e meio de deixar o cargo, Mourão diz não ver escalada de violência na arena política e chegou a atribuir o assassinato de um militante do PT por um apoiador de Bolsonaro a um “incidente policial”.
Em agosto do ano passado, quando blindados
desfilaram diante do Planalto, Mourão foi convidado pelo então presidente do
TSE, Luís Roberto Barroso, para uma conversa reservada. Horas antes de a Câmara
derrubar o voto impresso, Barroso queria saber se as Forças Armadas embarcariam
em um golpe.
O general o tranquilizou. De lá para cá,
porém, o tom das ameaças só cresceu. Agora, a maioria dos magistrados tem
certeza de que o presidente tentará uma ruptura institucional.
“Tem magistrado com medo da própria
sombra”, disse-me Mourão, sentado numa poltrona de couro off-white, em seu
gabinete. “O processo eleitoral vai ter paixões exacerbadas, mas será realizado
normalmente. E o vencedor que leve as batatas”, emendou ele, rindo, numa
referência à famosa frase do clássico Quincas Borba, de Machado de Assis.
O comando da campanha do ex-presidente Lula
acusa o governo de incentivar tragédias como o assassinato do guarda municipal
Marcelo de Arruda, baleado pelo policial penal Jorge Guaranho, em Foz do
Iguaçu. Para Mourão, no entanto, o clima de acirramento começou com o “nós contra
eles” dos tempos de Lula. “Quem semeia vento colhe tempestade”, resumiu.
Candidato a uma vaga ao Senado pelo Rio
Grande do Sul,
Mourão precisa do apoio do presidente em um
Estado onde o bolsonarismo é forte. A reaproximação, porém, não o faz tentar
convencer o homem com quem viveu às turras a ficar longe dos atos de rua do 7
de Setembro, às vésperas das eleições.
“O 7 de Setembro terá um discurso aqui e ali, recheado com desfile militar, mas no dia seguinte a quitanda vai abrir com berinjelas para vender e troco no caixa para atender o freguês”, afirmou Mourão, parafraseando Delfim Netto. Diante de tantos ataques à democracia, é preciso ver se a quitanda ficará de pé.
Cão que ladra não morde ou só morde quando está em bando Bolsonaro não consegue dialogar o primeiro sinal de covardia numa pessoa, quando grita na verdade está tentando disfarça o medo
ResponderExcluirCachorro louco morde? Depende da loucura, se tiver sua turma perto certamente pode morder, sim
ResponderExcluirMourão já computou a causa da morte do petista aos próprios petistas,ele é tão hediondo quanto Bolsonaro.
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