O Estado de S. Paulo
A redução do ICMS deve se transformar numa nova guerra nos tribunais como foi com a Lei Kandir
As liminares do Supremo Tribunal Federal
para que Estados compensem a perda de arrecadação com a redução do ICMS, por
meio do abatimento das parcelas de prestações mensais de suas dívidas com a
União, colocam antecipadamente na mesa um dos maiores problemas para as contas
públicas em 2023.
Os analistas estão mapeando o alcance desse
impacto, e já se fala na necessidade de acionar um botão de restart na relação
do Tesouro Nacional com os governos regionais.
Um dos pontos da discórdia ainda não veio à tona, mas já é tratado nas conversas de bastidores, segundo apurou a coluna.
Representantes dos Estados consideram que o
texto da lei aprovada abre brecha para uma compensação maior do que a que
exceder os 5% de perda. Esse gatilho para acionar a compensação foi aprovado
com o projeto que fixou um teto entre 17% e 18% para o ICMS de bens essenciais.
Com base nesse entendimento, o governo
teria de compensar toda a queda de receita quando a perda ultrapassar o gatilho
dos 5%. Ou seja, a receita caiu 5%, a obrigação do governo seria compensar não
somente o que exceder, mas, sim, o total das perdas.
Esse nível de detalhe da discussão mostra
que os Estados vão para o ataque assim que as eleições terminarem. Os
governadores reeleitos e eleitos ficarão mais à vontade para entrar na briga.
Estados que não têm dívida com a União vão pedir a sua parte.
A conta chegou antes do que esperava o
governo porque, até então, a equipe econômica contava que a compensação não
seria discutida agora. Uma comissão foi criada pelo ministro do STF Gilmar
Mendes para buscar uma saída para o imbróglio econômico-jurídico criado em
torno das duas leis aprovadas pelo Congresso que mexeram no ICMS de
combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte. Uma conta
estimada em pelo menos R$ 87 bilhões para 2023.
O governo achava que a necessidade de
compensação prevista no projeto só seria verificada depois do ano de 2023.
As liminares do STF concedidas a Maranhão,
Alagoas, São Paulo e Piauí (três delas do ministro Alexandre de Moraes e uma do
presidente do STF, Luiz Fux) mudam o jogo e reforçam o alerta de que a redução
do ICMS deve se transformar numa nova guerra nos tribunais como foi com a Lei
Kandir – que desonerou as exportações.
O cenário macroeconômico para o próximo ano não ajuda porque a perspectiva é de freio de parte da alta da arrecadação e queda do crescimento, impacto da alta dos juros no mercado de trabalho e redução das receitas com petróleo. Os Estados vão buscar a compensação a todo custo, e são grandes as chances de conseguirem.
Quem manda esses governadores bajuladores e puxa-saco dó Bolsonaro. Bem feito!
ResponderExcluirCoitado do próximo presidente,que espero que não seja Bolsonaro,mais quatro anos no poder ele incendeia de vez o País.
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