Folha de S. Paulo
Cerca de 20% dos bolsonaristas da última
eleição preferem até Lula no 2º turno de 2022
Os eleitores que votaram em Jair Bolsonaro
na última eleição representam hoje a
principal chance que o presidente tem de se manter vivo na disputa
deste ano. Depois de perder quase metade desse apoio ao longo do governo, o
capitão voltou a avançar sobre o grupo. Os números do Datafolha indicam,
no entanto, que a recuperação tem um limite que pode inviabilizar a reeleição.
Na virada do ano, Bolsonaro tinha cerca de 50% dos votos dos brasileiros que estiveram com ele em 2018. O presidente teve uma primeira onda de crescimento em maio, quando Sergio Moro saiu da corrida. Agora, 63% desses eleitores estão dispostos a repetir a dose no primeiro turno.
Apesar da alta, o número indica que um
terço dos bolsonaristas da campanha passada continua distante do presidente.
Além disso, o resultado sugere que ele pode estar próximo de um teto de
recuperação.
Entre os brasileiros que estiveram com
Bolsonaro na última disputa, 21% dizem que não votam nele "de jeito
nenhum". Esse índice já foi maior, mas ainda é considerado desastroso —uma
vez que o presidente não consegue recuperar um de cada cinco eleitores que já
demonstraram afinidade com seu projeto.
Uma notícia ainda pior para Bolsonaro está
do outro lado da arena: 19% dos entrevistados que declaram ter votado em
Bolsonaro em 2018 estão com Lula no
primeiro turno de 2022. A adesão desse grupo ao petista parece sólida, já que o
percentual se mantém no mesmo patamar desde dezembro do ano passado.
Os dados apontam que Bolsonaro obteve o
retorno de eleitores que estavam indecisos ou flertavam com candidaturas
alternativas de direita, mas também viu uma fatia considerável se aninhar com
seu principal adversário. Virar esses votos é uma tarefa quase impossível.
A desconexão dos eleitores com o Bolsonaro
de 2022 é tão significativa que uma parte deles não vota no presidente nem para
evitar uma vitória de Lula. Nas
simulações de segundo turno, 23% dos bolsonaristas de 2018 escolhem o
petista.
Escreve aí, Bolsonaro não será reeleito nem aqui é nem na China. Volto para lembrar vc do que estou falando hoje, tenho plena certeza disso, porque Deus existe.
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