quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Luiz Carlos Azedo - Agenda de rua esquenta largada das eleições

Correio Braziliense

Lula lidera entre quem tem renda de até 1 salário-mínimo (60% a 19%), inclusive entre quem recebe benefícios do Governo Federal (52% a 27%). Números surpreenderam Bolsonaro

A campanha eleitoral propriamente dita começou ontem, com os candidatos procurando marcar presença nas ruas da forma mais simbólica possível. O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) começou a campanha no berço de sua trajetória como líder sindical, uma fábrica de automóveis em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, ao lado dos candidatos da coligação ao governo de São Paulo, Fernando Haddad(PT), e ao Senado, Márcio França (PSB). Ao lado da primeira-dama Michele, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou sua campanha à reeleição em Juiz de Fora, em Minas, cidade na qual foi esfaqueado, em setembro de 2018, episódio que para muitos analistas foi decisivo para consolidar sua imagem de “mito” predestinado e alavancar sua vitória eleitoral.

Em São Bernardo, Lula ressaltou seus vínculos históricos com os metalúrgicos de São Paulo, relembrou episódios de sua vida sindical e comparou os anos de seu governo com os dias atuais. “Não é por falta de dinheiro, é por falta de vergonha das pessoas que governam. As pessoas não têm sentimentos, não sabem o que é fome, não sabem o que é um cidadão ficar mendigando no seu vizinho por um prato de comida”, disse.

Em Juiz de Fora, no Aeroporto da Serrinha, Bolsonaro se encontrou com pastores evangélicos e discursou para um pequeno grupo de apoiadores. Estava acompanhado também do general Braga Netto, seu vice; e do senador Carlos Viana (PL-MG)), candidato ao governo de Minas Gerais. Depois, de participar de uma “motociata”, discursou de um carro de som, no centro da cidade, defendendo sua pauta conservadora. Falou contra o aborto e a legalização das drogas; citou a Bíblia, fez louvações a Deus e enfatizou a redução do preço dos combustíveis e da inflação.

Pesquisas

Segundo a pesquisa Ipec divulgada na última segunda-feira, o Sul é a única região do país na qual Bolsonaro supera Lula (39% a 36%). Também está em vantagem entre os evangélicos (47% a 29%), entre quem recebe de 2 a 5 salários mínimos (41% a 32%) e quem recebe acima de 5 mínimos (46% a 36%). Há empate técnico entre quem tem ensino superior (Lula 36%, Bolsonaro 35%), na faixa dos 35 a 44 anos (Lula 39%, Bolsonaro 38%) e entre os entrevistados que se declaram brancos (Lula 39%; Bolsonaro 35%).

Lula vence tanto entre as mulheres quanto entre os homens, idade, raça/cor, escolaridade, renda familiar, religião, número de habitantes da cidade, capital, interior ou periferia. Vence disparado entre quem recebe até 1 salário-mínimo (60% a 19%), inclusive entre quem recebe benefícios do governo federal (52% a 27%). Esses números surpreenderam o estado-maior de Bolsonaro, que aposta no pacote de bondades do governo para virar o jogo nas eleições. Apesar do volume de recursos que estão sendo liberados, essa transferência de renda ainda não está repercutindo na ponta ou perdeu impacto, por causa do anúncio antecipado e/ou da inflação.

Outra hipótese é a liberação desses recursos estar sendo atribuída ao favoritismo de Lula nas eleições, o que seria uma leitura política da própria população. Se essa tese for correta, Bolsonaro estará no sal. A estratégia do Centrão, de focar a campanha nos resultados da economia, estará fragilizada, o que fará recrudescer a narrativa do bolsonarismo raiz, que já predomina nas redes sociais. Essa questão está no centro das divergências sobre os programas de radio e tevê de Bolsonaro.

Oportunidade

A propósito, até o próximo dia 26, quando começará o horário eleitoral de radio e tevê, a movimentação de rua dos candidatos pautará a cobertura das eleições pelos meios de comunicação. Tanto Bolsonaro como Lula precisam de grandes aparatos para se movimentar, o que demanda muitos recursos e grande logística, além de cuidados redobrados com a segurança.

Isso também abre uma janela de oportunidade para que os demais candidatos, principalmente Ciro Gomes (6%) e Tebet (2%), tentem sair do canto do ringue em que estão sendo colocados pelas pesquisas. Ambos podem ir às ruas sem a necessidade de grandes aparatos. Embora Ciro Gomes tenha que lidar com desafetos petistas e bolsonaristas, esses conflitos também abrem espaço na mídia. Simone Tebet está sendo “cristianizada” pelos caciques do MDB, porém não precisa de muito aparato para realizar uma boa agenda de rua.

4 comentários:

  1. O Lula ia iniciar sua campanha em uma fábrica de motores e geradores e MWM, na zona sul de São Paulo
    O comício foi cancelado por que foi informado que a polícia federal não sentiu segurança suficiente para o evento.
    Na verdade a partir do depoimento de um funcionário Alan Terra, “ Os funcionários não quiseram para participar dessa palhaçada e a própria empresa exigiu que cobrissem o nome de empresa com uma lona para não ser envolvida com o candidato Lula
    E a fábrica onde ele foi fazer o discurso em São Bernardo foi pra meia dúzia de gato pingado que pararam na troca de turno tinha mais segurança do que povo
    A gente vê que aonde tem PT tem mentira ,tem faça
    E a mídia cúmplice acoberta todas essas farsas

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  2. Intrigante, aonde estão esses 40% de eleitores do Lula?
    ele não consegue sair às ruas, sempre escondido, sempre protegido no meio de seguranças e das pessoas contratadas e pagas para apola- lo , quando aparece é vaiado, é hostilizado ,
    Dumont outro lado o presidente aonde vai arrasta multidões pequenas cidades no sertão do Nordeste , cidades do sul, do centro-oeste e do Norte é uma avalanche de povo na rua de forma voluntária e entusiasmada
    É uma festa cívica de verde amarelo em apoio ao Bolsonaro
    Tem que ter muita imaginação pra acreditar nessas pesquisas

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  3. No festival de cinema de granado, o elenco do filme “o pastor e o guerrilheiro”
    estavam entrando no salão, passando no tapete vermelho e resolveram entoar a musiquinha , olê olê olá Lula lula , imediatamente receberam uma sonora vaia dos presentes e em seguida o ensurdecedor coro de , mito! mito! mito! Mito!
    A turma do filme não sabia onde enfiar a cara
    Foi um constrangimento geral, fiquei com dó deles, mas também provocaram o público com a cantiga do ladrão, pagaram caro pela petulância

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  4. No Festival de Cinema do Puxadinho do Planalto, o ator principal foi chamado de Tchutchuca do Centrão por um membro da claque... Aí o(a) tal Tchutchuca do Centrão começou a se interessar pelo dito membro e foi difícil separar seus corpos... A Tchutchuca estava possuída e queria pegar e agarrar o tal membro, os expectadores ficaram realmente constrangidos... E os telespectadores então. Baixaria no puxadinho pode, Arnaldo?

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