Folha de S. Paulo
Seja pela religião ou pela política, o
fundamentalismo não suporta o livre pensar
Na última sexta-feira, um escritor foi esfaqueado apenas por ter publicado um livro considerado ofensivo por líderes de uma religião. Chega a ser surreal que isso aconteça em pleno século 21. Salman Rushdie foi vítima da fatwa, decreto que o aiatolá Khomeini, líder supremo do Irã, emitiu contra o autor de "Versos Satânicos". Tradutores da obra também foram atacados nos anos 90, e impossível não lembrar do massacre perpetrado por radicais islâmicos contra cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo em 2015.
Perseguir artistas e pensadores não é
exclusividade da religião islâmica. Na Idade Média, a Inquisição católica
torturou e matou quem discordava dos dogmas da Igreja. O cientista Giordano Bruno, por exemplo, foi parar na fogueira, e o
Índex listava livros proibidos. A lógica da Inquisição é a mesma da fatwa, a
diferença é que o catolicismo passou por um longo processo de laicização, ou
seja, perdeu espaço como poder de Estado.
Já países islâmicos como o Irã estão sob
regimes teocráticos, nos quais a religião comanda todos os aspectos da vida dos
cidadãos. Até quem está fora do regime pode sofrer ataques, como demonstram os
atentados contra Rushdie e Charlie Hebdo.
Atacar a liberdade de expressão também não
é exclusividade da religião. Já vimos que uma política de Estado baseada no
ateísmo pode promover massacres. Como esquecer os artistas e pensadores
torturados e mortos em gulags na URSS? O fundamentalismo político também não
aceita o livre pensar.
Ou seja, o problema é o Estado se meter em
assuntos que não devem ser da sua seara, como a expressão intelectual,
artística, religiosa e política. A filosofia liberal, desde Espinosa —que, por
sinal, estava no Índex católico—, passando por John Stuart Mill até hoje, alerta para a necessidade de restringir
a área de atuação do poder de polícia do Estado. Sem a defesa intransigente
dessa restrição, ataques bárbaros como o sofrido por Salman Rushdie continuarão a estampar os noticiários.
Aqui também a intolerância e a violência provocou um atentado a facada ao nosso presidente cometido por um insano Adélio bispo filiado ao Psol, e até hoje não se descobriram quem contratou e financiou os advogados caros desse terrorista
ResponderExcluirMais cedo mais tarde essa verdade vai ser revelada
Bolsonaro fez o que quis na Polícia Federal, mandou e desmandou lá, interviu em todos os setores pra proteger seus cúmplices e ele próprio... Mas o capitão das rachadinhas é tão INCOMPETENTE que não conseguiu inventar uma estória melhor pra contradizer todas as provas levantadas pelos policiais que comprovaram a inexistência de participação de outras pessoas. Incompetência e mentiras são a tônica deste DESgoverno Bolsonaro, inclusive na facada que levou depois de tanto provocar e agredir seus oponentes.
ResponderExcluirA violência existe dos dois lados,mas o que estamos vivendo é inédito no Brasil.
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