Revista IstoÉ
O País hoje é quase
como um daqueles problemas matemáticos que permanecem séculos para serem
decifrados
Não será tarefa fácil para o pesquisador quando se debruçar sobre o Brasil de 2022 como objeto de estudo. O historiador poderá contar com fontes primárias e secundárias, com arquivos pessoais e com depoimentos, se assim o desejar, de atores – protagonistas ou não – da conjuntura política. Apesar disso, não creio que conseguirá obter respostas imediatamente. Pode ser que o tempo, o desenrolar da nossa história seja um aliado. Pode ser. Contudo, a complexidade do momento histórico vai levar o pesquisador para alguns temas de difícil explicação.
Como compreender historicamente – no sentido de Lucien Febvre – as eleições de 2018? O que aconteceu com o Brasil? E, mais concretamente, o que aconteceu conosco? Que País era aquele que elegeu um incapaz para a Presidência da República? No primeiro turno foram apresentados diversos candidatos que tinham história, programa e compromisso com a democracia. Mas o eleitor desconsiderou. Qual a razão? Foi só um voto de protesto ou algo mais?
E a formação do Congresso Nacional? A renovação, especialmente do Senado, foi significativa, a maior dos tempos recentes. Isso mudou alguma coisa? No triângulo de ferro da política nacional, São Paulo. Minas Gerais e Rio de Janeiro, foram eleitos de forma surpreendente – meia dúzia de senadores. Em outros estados acabaram sufragados pelo voto popular neófitos na política regional.
Como explicar as derrotas das lideranças
tradicionais? Depois de mais de três anos e meio de mandato presidencial, Jair
Bolsonaro conseguiu sobreviver a maior tragédia sanitária da história nacional,
desprezou a ciência, todas as recomendações dos especialistas em saúde pública
e, mesmo assim, está muito bem-posicionado nas pesquisas de intenção de voto e,
provavelmente, irá ao segundo turno. Teve êxitos econômicos que poderiam
compensar o desastre da pandemia? Não. Edificou políticas sociais de longo
prazo e, assim, fortaleceu o apoio das classes populares? Não. Foi um defensor
da democracia como valor fundamental para enfrentar os grandes dilemas
nacionais? Também não.
O Brasil, hoje, é quase como um daqueles problemas matemáticos que permanecem séculos para serem decifrados. Lembrando de Ortega y Gasset, é um País invertebrado. E que vive um dia após o outro sem que haja uma reflexão sobre o passado mais recente, o que aconteceu neste último quadriênio, ao menos. Por quê? O que aconteceu com o vibrante Brasil? Para onde foi a brava gente brasileira?
Um texto corajoso! Difícil entender ou explicar nosso país... Um país invertebrado governado por um rato hematófago! Vamos cravar uma estaca no coração do maldito, pra nos livrarmos das maldições que ele nos trouxe! Já nos livramos de Olavo de Carvalho, Ricardo Salles, Weintraub, general Pazuello, os médicos canalhas do "tratamento precoce" (Cadegiani, Zimerman, Mayra Pinheiro) apoiados por ele, Milton Ribeiro e outros criminosos. Mas ainda falta julgar e encarcerar estes últimos, junto com o chefe da quadrilha, e manter ardendo no inferno o primeiro!
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