sábado, 3 de setembro de 2022

Adriana Fernandes - Cálculo de chegada

O Estado de S. Paulo

Ainda que a melhora econômica não se reflita nas pesquisas, retira força da fala dos adversários

Se depender da economia, a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao dia da votação em primeiro turno das eleições presidenciais tende a ser forte.

O PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre (acima do esperado), os economistas já projetam uma alta próxima de 3% no ano e a taxa de desemprego no trimestre de maio a julho caiu para 9,1%, a menor em sete anos.

A massa salarial também está crescendo bem, apesar da previsão de uma desaceleração do ritmo no terceiro trimestre.

A inflação (ah... ela) está caindo, e economistas apontam que o novo corte da gasolina, de 7%, ou R$ 0,25% no preço do litro, anunciado na quinta-feira pela Petrobras, abre espaço para o IPCA negativo em setembro. É na antessala das eleições, marcada para começar às 8h de 2 de outubro. Foi a quarta queda nas refinarias da estatal desde julho, e ainda há espaço para novas quedas no preço da gasolina.

Além da melhora do emprego, há o aumento do crédito e dos benefícios. A concessão dos diversos auxílios sociais, moldados a gosto para esse momento eleitoral, estará a todo vapor até lá.

O governo se prepara para a inclusão de mais 804 mil famílias no Auxílio Brasil em setembro. Sem falar nas linhas de crédito abertas para os beneficiários dos programas sociais (Auxílio e BPC), Microempreendedores Individuais, micro e pequenas empresas.

Toda a estratégia política do governo foi calculada para fabricar um ambiente econômico melhor nas eleições. E isso está acontecendo. Se ela dará resultados, não se sabe, apesar da confiança dos adversários numa vitória certa nas eleições.

Embora a melhora da economia ainda não esteja refletida nas pesquisas, o quadro mais favorável no curto prazo retira muito da força da fala dos adversários em relação a pontos que vinham sendo martelados contra o governo Bolsonaro, como alta do desemprego, dos combustíveis e da carestia generalizada.

O quadro econômico está exigindo uma revisão da artilharia das campanhas. Lula disse que Bolsonaro está anunciando redução da gasolina porque “roubou o ano inteiro” e criou um benefício emergencial, que não será prorrogado. Não é mais o que dizia: “os combustíveis estão altos, e Bolsonaro não faz nada”.

O envio do projeto de Orçamento de 2023, sem o Auxílio Brasil de R$ 600, a correção da tabela do Imposto de Renda e com menos recursos para áreas como saúde, educação e ciência, reforça as críticas do PT ao governo, mas não muda a realidade do agora. Ainda que a melhora econômica se transforme em um soluço fabricado pelos estímulos econômicos e um problema contratado para os próximos anos. A eleição não acabou, e os jogadores ainda estão em campo. •

 

2 comentários:

  1. Anônimo3/9/22 12:54

    Bolsonaro vai receber cartão vermelho no dia da eleição. E pegar uma suspensão perpétua, condenado por crimes contra a humanidade! É bom já ir se acostumando em dar seus passos apenas dentro da cela individual em que vai passar o resto da sua maldita vida, pagando por todas as mortes que causou!

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  2. Anônimo3/9/22 19:10

    Se tivesse como eu apostava dois por um na vitória do Bolsonaro, as pesquisas internas já apontam isso, está um alvoroço , a melhorar da economia realmente está mudando o quadro eleitoral sem dizer na força da base e da capilaridade dos Deputados do centrão
    O Lula , o maior assaltante dos cofres públicos da história do Brasil que comandou o roubo a todas as estatais e seus fundos de pensão
    Não sai na rua , tem medo do povo , não aguenta mais escutar :
    Lula ladrão seu lugar é na prisão!
    Presidente eleito não tem choro nem vela

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