O Globo
Washington Reis sofre derrota no Supremo e
entra na mira da PF; governador do Rio promete mantê-lo por
"lealdade"
Depois dos fantasmas do Ceperj, o
governador Cláudio Castro arranjou outro espectro para assombrá-lo na campanha.
Seu candidato a vice, Washington Reis, entrou na mira da Polícia Federal. Ontem
a PF fez buscas na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias. Os investigadores
apuram suspeitas de favorecimento em contratos que somam R$ 563 milhões.
Reis já havia recebido uma má notícia na
terça-feira. A Segunda Turma do Supremo manteve sua condenação a sete anos de
cadeia por crime ambiental. O ex-prefeito só contou com os votos dos ministros
indicados por Jair Bolsonaro: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.
Na sabatina do GLOBO, o governador bolsonarista saiu em defesa do vice. “Confio muito no Washington”, afirmou. Ele disse que pretende manter o ex-prefeito na chapa por razões de “lealdade”. “O pessoal me pergunta: ‘Tem plano B?’. Eu só tenho o plano W”, gracejou.
O vice não é o único aliado de Castro
envolvido em escândalos. O governador concorre à reeleição com apoio das
famílias Garotinho, Cabral e Picciani, que mandam na política fluminense há
mais de duas décadas. O ex-deputado Eduardo Cunha, cassado e preso na
Lava-Jato, também tem espaço em seu palanque.
Questionado sobre essas companhias, Castro
disse fazer um “governo de resultados”. “Isso é uma coisa da época eleitoral”,
desconversou, sem responder se botava a mão no fogo por algum dos apoiadores.
Sobre as suspeitas de recebimento de propina quando ainda era vice, ele disse
ser vítima da “indústria de delações”, sem informar o que carregava na mochila
ao sair do escritório do delator.
O atual governador caiu de paraquedas no
Palácio Guanabara. Era vereador de primeiro mandato quando recebeu a missão de
dividir a chapa com Wilson Witzel. “Virei vice porque não tinha outro”,
reconheceu, em entrevista à revista Veja. Na quarta-feira, ele tentou se
diferenciar do antigo aliado. “Não celebro a morte de ninguém”, disse, embora
tenha defendido a ação da polícia nas chacinas do Jacarezinho e da Vila
Cruzeiro.
O histórico recente recomenda que o eleitor
do Rio preste mais atenção aos vices. Dos últimos cinco governadores eleitos,
só Rosinha Garotinho ficou no cargo até o fim do mandato. Anthony Garotinho e
Sérgio Cabral renunciaram antes da eleição. Luiz Fernando Pezão saiu preso, e
Witzel foi cassado. Todos foram substituídos pelo companheiro de chapa, cujo
nome aparecia em letras miúdas na campanha.
Sei que é difícil governar o Rio de Janeiro sem ter uma equipe capaz de selecionar os jurados dos desfiles das Escolas de Samba que realmente entendam de Samba...
ResponderExcluirA lama nas mãos do políticos do Rio de Janeiro desde Sérgio Cabral
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