sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Hélio Schwartsman - Metafisica eleitoral

Folha de S. Paulo

Pode Bolsonaro fazer do 7 de Setembro um comício eleitoral?

"Genocida" não pode, mas "canalha" pode, determinou o ministro Raul Araújo, do TSE. A ministra Carmen Lucia discrepa e sancionou o "genocida". Com a campanha eleitoral a pleno vapor, o TSE vem sendo acionado para julgar casos de propaganda irregular. Desde julho, o tribunal recebeu 124 ações questionando peças relacionadas aos presidenciáveis. A legislação é vaga e os critérios utilizados pelos magistrados são discutíveis, indistinguíveis de suas idiossincrasias.

Para reduzir o personalismo, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que as decisões monocráticas devem ser referendadas pelo plenário. Melhora, mas não resolve. Em outra situação polêmica, a juíza Maria Claudia Bucchianeri acatou pedido do PT para banir postagem de Eduardo Bolsonaro que dizia que Lula, se eleito, proibirá o trabalho de motoristas de aplicativos. Até pela origem, sabemos que é "fake news", mas a justificativa da magistrada para a exclusão tem problemas lógicos.

Ela afirmou que "fatos sabidamente inverídicos ou substancialmente manipulados" devem ser reprimidos. De acordo, mas a postagem não evoca nenhum fato. Trata-se de uma conjectura sobre o futuro. Não é logicamente diferente de dizer que Bolsonaro, se eleito, arrasará a economia -afirmação perfeitamente cabível numa campanha.

Não há como estabelecer parâmetros que sejam ao mesmo tempo coerentes e eficazes. Quando a corte entra nessa ontologia eleitoral, ou soa contraditória ou caprichosa, muitas vezes os dois. Não vejo solução para o problema. Mas me incomoda que, enquanto o TSE se embrenha nesses exercícios metafísicos, deixa passar coisas muito piores.

É normal as Forças Aramadas estarem nas comemorações do 7 de Setembro. Mas, se o presidente Bolsonaro transforma o evento oficial num comício eleitoral, como está fazendo, a participação dos militares deixa de ser aceitável para tornar-se um escândalo institucional. Vai ficar por isso mesmo?

 

7 comentários:

  1. Anônimo2/9/22 10:46

    Genocida não pode ser reeleito e não pode permanecer convivendo com cidadãos brasileiros. Tem que ser processado e condenado, e apodrecer na cadeia. Ah, isto também não pode, ele já está (e sempre foi) TOTALMENTE PODRE! Maldito genocida!

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  2. Anônimo2/9/22 11:47

    Anônimo, condenado, por unanimidade, em 3 instâncias pode, né!

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  3. Anônimo2/9/22 12:49

    Não adianta argumentar com lógica, esse anônimo acima é um idiota fanático seguidor da seita da missa negra cujo o sacerdote máximo é o Lula ladrão
    Essa turma por conveniência, interesse ou por demência política , vem o Lula um santo homem que vai salvar o nosso país do fascismo
    Só que não!
    Pode já ir se acostumando presidente reeleito

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  4. Anônimo2/9/22 19:04

    Lula não é santo, mas ao menos não mente tanto quanto Bolsonaro e não é genocida como o corrupto capitão das rachadinhas! Os processos que levaram à condenação de Lula foram comandados por um juiz parcial e corrupto, Sergio Moro, e já foram anulados. Portanto, como Bonner reconheceu no Jornal Nacional, Lula nada deve à Justiça deste país, que o impediu de disputar a última eleição presidencial, objetivo do juiz politiqueiro que foi ministro em 1/3 do mandato bolsonarista, até ser alvo da corrupção de Bolsonaro.

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  5. Anônimo2/9/22 20:11

    Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro lamenta o atentado contra Cristina Kirchner. Durante toda a pandemia, ele jamais lamentou as mortes dos brasileiros ou visitou hospitais onde as vítimas eram socorridas. Ao contrário, ironizava a doença e as vítimas: GRIPEZINHA, "e eu com isso?", "não sou coveiro", imitava os doentes asfixiados agonizantes. É muita demagogia e maldade deste canalha!

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  6. Os anônimos Bolsonaristas e os anônimos Lulistas ficam trocando farpas para ver qual candidato é mais podre do que o outro. A cegueira do eleitorado brasileiro vai acabar. Já começou! Nem o sujo, nem o mal lavado vai ser eleito!

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