Folha de S. Paulo
Presidente usa insinuação golpista para
agitar militantes e sustentar imagem de candidato competitivo
Jair Bolsonaro acordou neste 7 de Setembro
com um golpe de Estado na cabeça. Ainda no café da manhã, o presidente tentou
agitar seus apoiadores com uma
lista de "momentos difíceis" do passado. Citou revoltas, o
impeachment de 2016, a eleição de 2018 e também o ano de 1964, que inaugurou a ditadura militar.
"A história pode se repetir", emendou.
Não era um alerta, era uma promessa.
Bolsonaro incorporou insinuações de ruptura à plataforma de sua campanha.
Depois de cultivar ameaças de atropelar as regras e ampliar seus poderes, o
presidente pediu um segundo mandato para
fazer exatamente isso, à moda de outros autocratas contemporâneos.
Mensagens desse tipo se tornaram um ativo eleitoral importante para Bolsonaro. Elas servem para reforçar o figurino de adversário do sistema político e, principalmente, manter seus apoiadores mobilizados num momento em que sua chance de vencer no voto não é das maiores.
Os atos organizados pelo presidente
cumpriram essa função. Bolsonaro explorou um ambiente de enfrentamento com a
esquerda e o STF para levar uma quantidade considerável de gente às ruas.
Em Brasília e no Rio, o político que lança
suspeitas sobre as urnas eletrônicas organizou comícios com dinheiro público
para pedir votos. Nos
dois discursos, ele fez uma referência a ministros dos tribunais, repetiu a
acusação de que eles agem fora dos limites da Constituição e disse que, se for
reeleito, pretende fazer uma jogada para enquadrá-los.
Dada a dimensão conhecida do bolsonarismo
no país, as imagens do 7 de Setembro podem não impressionar, mas ajudam o
presidente a sustentar a impressão de que é um candidato competitivo. Com isso,
ele mantém um público atento às mensagens que pretende disparar na reta final
da campanha.
Além das insinuações golpistas para os mais
radicais, Bolsonaro quer puxar gatilhos do discurso conservador e contra o PT.
A equipe do presidente acredita que essa é a chave para recuperar votos
perdidos de 2018.
Adversário do sistema como fantasia na campanha eleitoral, inimigo do povo brasileiro durante os 4 anos de mandato! Miliciano mentiroso e incompetente ao longo de toda a sua carreira política, com 28 anos como deputado do baixo clero, defensor de tortura e torturadores, filhote da ditadura! Mau militar e bunda suja enquanto esteve nas Forças Armadas! Lixo humano durante toda a vida, até começar a pagar por seus crimes a partir de 2023!
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