quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Thiago Amparo - Imbrochabilidade ou prisão

Folha de S. Paulo

A nação imaginada por Bolsonaro é composta por homens de bem com pânico de brochar, mulheres como meros adereços políticos e oponentes extirpados

A nação imaginada por Bolsonaro é composta por homens de bem com pânico de brochar, mulheres como meros adereços políticos e oponentes extirpados. O panteão bolsonarista do 7 de Setembro --burlesco e descontrolado como um paraquedista caindo desgovernado entre os prédios de Copacabana-- é mais fiel à história do país como ela de fato ocorreu do que o ufanismo do quadro mítico "Independência ou morte!", de Pedro Américo, de 1888.

A cafonice da motociata de Bolsonaro faz as vezes do burro sobre o qual d. Pedro 1º devia estar assentado (e não no cavalo imponente do quadro de Américo) naquele 7 de setembro. Sobre isso, ver o novo livro de Schwarcz, Junior e Stumpf, "O Sequestro da Independência".

A frágil masculinidade do Bolsonaro que precisa de uma multidão para reafirmar sua imbrochalidade casa perfeitamente com uma história masculina em torno de figuras heroicas que pouco heroicas são. Gritava-se liberdade enquanto escravidão e derramamento de sangue persistiam alhures pelo país. Sobre isso, escutar o podcast Querino, de Tiago Rogero.

O imbrochável Bolsonaro resta ainda mais apequenado quando lembramos que a sua reeleição está nas mãos do grupo que mais o rejeita. Todo o falatório fálico de Bolsonaro serve para ocultar o pânico que o governante sente em ter seu projeto de poder sendo decidido pelo grupo ao qual sente mais repulsa, as mulheres. Chamar a si mesmo de imbrochável não é só misoginia grotesca, é desejo de projetar sobre as mulheres --as que mais lhe negam o voto-- um controle que não se tem e que ele nunca terá.

Ao implicitamente eleger "Imbrochável ou preso!" como seu grito de independência, Bolsonaro explicita o gatilho que aciona a sua misoginia: delirante, imagina que controla o voto feminino; porque, afinal, se não o fizer, perderá a eleição e lhe restará responder pela corrupção e pelo morticínio.

 

8 comentários:

  1. Anônimo8/9/22 08:55

    Quanto mais você choram mais eu vejo desespero, milhões e milhões de brasileiros na rua em todo o país e vocês ignoram , como o ministro Barroso disse , “é tudo fascista na rua “
    vocês perderam a noção da ética jornalística faz tempo
    A resposta está quase chegando
    Já pode ir se acostumando!
    Presidente reeleito!
    Não adianta chorar, nem xingar e nem espernear

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  2. Anônimo8/9/22 14:53

    Corrigindo: "Quanto mais vocês choram, mais eu vejo desespero de milhões e milhões de brasileiros na rua em todo o país" que se arrependeram de votar no genocida em 2018. Bolsonaro nunca mais!

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  3. Anônimo8/9/22 14:58

    Imbrochabilidade ele sabe que é outra mentira dele, mas o capitão conta com as próteses penianas e o viagra distribuído a rodo para os oficiais das Forças Armadas. Por isso ele fala tanto no "nosso exército", mesmo que tenha sido expulso do Exército brasileiro por rebeldia e indisciplina. Como parte do exército, espera contar com os auxílios eréteis comprados para os seus ex-colegas de farda.

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  4. Anônimo8/9/22 19:15

    O Trump acreditou na mentira do miliciano: "Homem maravilhoso"! Os brutos também se amam...

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  5. Anônimo8/9/22 19:40

    Bolsonaro cogita ir no enterro de Elizabeth II. O vagabundo nunca se solidarizou com as centenas de milhares de famílias brasileiras que perderam membros durante a incompetente e criminosa gestão da pandemia no DESgoverno Bolsonaro. Agora, quer fazer demagogia aparecendo como líder que nunca foi e não tem a menor condição de ser. Palhaço do Centrão!

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  6. Pobre no sentido moral,claro.

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  7. Anônimo9/9/22 10:10

    No sentido moral, ele é um anão, ou melhor, um micróbio!

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