O Estado de S. Paulo
Ex-presidente Lula tem abusado, em suas
falas, de incompreensões, senão de meras tergiversações, sobre o MST e suas
relações com o agro.
A política comporta boa dose de
ilusionismo, sobretudo em período eleitoral, mas a realidade termina se
impondo, principalmente quando um governante passa a concretizar suas políticas
públicas. Num país desarranjado como o Brasil, diante de opções duras a serem
tomadas nos próximos anos, é ainda mais necessário que os candidatos tenham um
maior comedimento.
O ex-presidente Lula tem abusado, em suas falas, de incompreensões, senão de meras tergiversações, sobre o MST e suas relações com o agro. Num dia, são palavras totalmente impróprias como “fascistas e reacionários”; em outro, utilização de conceitos inapropriados, como se se tratasse de uma relação amorosa, a exemplo de dizer que o agro não “gosta” dele. Goste ou não, trata-se hoje do setor mais moderno e pujante da economia brasileira, exemplo para o mundo e base mesma de nosso progresso. O setor e Lula, caso seja eleito, serão obrigados a conviver, pelo bem maior do Brasil. E quanto mais arestas forem aparadas, melhor para todos.
Recentemente, o candidato petista voltou a
elogiar o MST, como se os assentados fossem um exemplo de produção familiar.
Estrito senso, os que não detêm títulos de propriedade de suas terras não podem
ser qualificados como tais. Observem-se, nesse sentido, os números da produção
dos assentamentos extraídos do Censo do IBGE.
Tomemos dois exemplos. 83% dos
estabelecimentos agropecuários de produção de arroz são oriundos da agricultura
familiar, mas representam 10,5% da produção nacional. Por sua vez, somente 0,7%
da produção provém dos assentamentos. A joia apresentada por Lula é uma manobra
diversionista. No caso do feijão, por sua vez, a sua produção na agricultura
familiar corresponde a 18,7% da produção, porém os assentamentos respondem
somente por 1,8% de sua produção.
Não se trata, pois, de uma política
agrícola alternativa, mas de um problema social que deve ser resolvido com
medidas adequadas, entre as quais a titularização de terras, a qualificação por
meio de cursos profissionalizantes, vocação agrícola, financiamento, entre outras.
Novas invasões só tendem a agravar esse problema, em vez de resolvê-lo. Ou
seja, invasões só trariam insegurança para a agricultura e a pecuária,
prejudicando, por isso mesmo, o desenvolvimento econômico nacional.
Outro ilusionismo apresentado é o de que
Lula defenderia o meio ambiente, sobretudo a Amazônia, e por isso mesmo teria
oposição do setor agrícola e pecuário. Ora, nada disso corresponde à realidade.
Primeiro, porque o agro brasileiro está concentrado no Centro-Oeste, no Sudeste
e no Sul, e sua atuação no Norte é marginal, salvo em áreas há muito
cultivadas, correspondendo a épocas de outra legislação ambiental. Segundo,
porque é do maior interesse dos produtores rurais a preservação ambiental, seja
pelo fato de que a agricultura e a natureza andam de mãos juntas, seja em
decorrência de que os produtos de exportação estão submetidos – e o serão cada
vez mais – a controles ambientais globais. Produtos de áreas de desmatamento
ilegal, por exemplo, podem ter suas exportações interditadas.
Contudo, o problema mais grave consiste em
que o desmatamento ilegal no bioma amazônico é levado a cabo especialmente por
garimpeiros, madeireiros e grileiros que operam, principalmente, em áreas
públicas, sem nenhum tipo de controle e monitoramento. Não é a moderna
agricultura brasileira que lá atua. O que, sim, o futuro governo deveria fazer
é fiscalizar essas áreas, aplicando a lei e punindo os criminosos e infratores
– algo que não está sendo feito com o afrouxamento da fiscalização pelo atual
governo.
Ademais, se grileiros e madeireiros operam
impunemente na Amazônia, é porque são meros posseiros itinerantes, sem títulos
de propriedade. Logo, nem podem ser responsabilizados. Urgente é a
regularização fundiária naquela região, pois será ela um poderoso instrumento
de controle, obrigando os então novos proprietários a obedecerem à lei e a
reflorestarem as áreas que foram devastadas fora das previsões legais. Alguns
ambientalistas estão profundamente equivocados ao considerarem a proposta de
regularização fundiária como um projeto de mera legalização da grilagem. Ao
terem-no feito, contribuíram simplesmente para a conservação do status quo da
impunidade e, inclusive, de seu agravamento. Ninguém é responsável por nada. É
uma terra sem lei.
A Amazônia, particularmente, pode ser um
grande ativo, prescindindo de qualquer atividade agrícola graças ao novo
mercado de carbono. Trata-se de um bem maior que é, agora, muito apreciado e
valorizado internacionalmente. Tornou-se vital para a sobrevivência do planeta.
E o Brasil, por sua imensidão e sua riqueza natural, está numa posição
privilegiada. Para isso, no entanto, é necessário que ofereça segurança
jurídica, um bem escasso nesta região. O atual governo já avançou em questões
regulatórias importantes, porém há ainda um grande caminho a ser trilhado.
*Professor de filosofia na UFRGS
Presidente já distribuiu 400.000 títulos de posse para os assentados no Brasil todo geralmente acampamentos que eram do MST
ResponderExcluirEsses títulos na são entregues na sua grande maioria para as mulheres
Os títulos de propriedade toma os assentados proprietários destas terras para efeito de empréstimos bancários e de herança para os filhos
coisa que o MST nunca fez porque precisava dessa turma como massa de manobra como diz Lula o Exército do Stedile do MST
E recentemente os militantes do movimento impediram a entrega de títulos no assentamento no Para
parar mais de 200 posseiros.
O MST são além de terroristas invasores de propriedades rurais produtivas e manipuladores do povo do campo
Agora sem dinheiro e sem o povo pra manobrar eles vão passar pra história como o bando de Lampião passou, os terroristas que infernizaram a vida do campo durante três décadas
Duvido q bozo tenha distribuído 400 mil títulos de posse. Só se for pra própria famiglia.
ResponderExcluirÉ destroem o que os fazendeiros constrói - lembro da matança de bois reprodutores caríssimos para churrascos.
ResponderExcluirIDEOLOGISMO agrícola
ResponderExcluirA agricultura brasileira é mesmo pujante, mas pra ser o setor mais moderno da economia está MUITO LONGE! O colunista deve achar moderna a tremenda poluição das águas dos rios que passam por dentro das grandes fazendas e a enorme falta de matas ciliares nestes rios nas grandes lavouras de soja, arroz e milho. Na sua falta de coerência, o filósofo tem se repetido em críticas a Lula, sem conhecer a atuação do MST e SEM CONHECER OS DANOS da agricultura ao nosso meio ambiente. O colunista foi um bom filósofo, mas hoje escreve sobre o que não sabe e sobre o que não conhece! Quantas lavouras visitou? Quantos acampamentos do MST acompanhou? Escreve agora do que ouviu falar... Que decadência!
Qualquer ignorante sabe que já estamos comendo venenos cancerígenos há muito tempo. A comida tornando-se cada vez mais excassa e a população sempre crescendo, a falta de alimentos já é um problema que obriga a soluções. Por isso mesmo essas viagens ao espaço tem o objetivo de salvar da fome o bicho homem. É muito fácil falar bobagens sem saber o porquê. Bendito sejam os homens brasileiros capaz de salvar a humanidade dessa coisa horrível que é não ter o que comer. Os jovens que entendem do problema estão procurando colaborar não tendo filhos. Enquanto outros, sem se inteirar do real problema ficam soltando sua ignorância como se fosse verdades. Vamos valorizar o conhecimento.
ResponderExcluirOs agricultores brasileiros não salvam 33 milhões de brasileiros de passar fome, mas são fundamentais, sem dúvida! Um governo decente é que poderia tirar os 33 milhões de cidadãos desta situação. O DESgoverno atual não fez isto, e só aumentou a quantidade de famintos! O genocida inclusive nega que estes 33 milhões de brasileiros tenham este problema... Segundo Bolsonaro, não existe fome no Brasil. Deve acreditar que nossos agricultores saciam a fome de todos os brasileiros e que ele não precisa se meter nisto...
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