O Estado de S. Paulo
Bolsonaro jogou a rede e colheu o 7 de Setembro, o bicentenário e toda a mídia
O presidente Jair Bolsonaro não só implodiu
a Constituição e as leis, sequestrou o 7 de Setembro e o bicentenário da
Independência do Brasil e pôs a estrutura, os recursos, os funcionários
públicos e as Forças Armadas a serviço da reeleição como também capturou toda a
mídia nacional e os jornalistas com a armadilha da “princesa” e o
“imbrochável”.
Não há uma só referência do presidente ao
Dia da Pátria e à Independência na quarta-feira, em que rádios, televisões,
internet e nós, editores, comentaristas, colunistas, repórteres, fotógrafos e
cinegrafistas demos ao candidato Bolsonaro uma exposição que nenhum de seus
concorrentes terá em toda a campanha, na cobertura e na propaganda eleitoral.
“Trending topics” do Twitter e citado até no The New York Times, o “imbrochável”, difícil de traduzir, foi o sucesso do Dia da Pátria. Tão abjeto quanto o presidente comparar sua mulher e a dos adversários e convocar solteiros a casar com “princesas”. Ou quanto o então presidente Lula se referir-se ao “ponto G” feminino numa entrevista com o americano George W. Bush em São Paulo. Isso tudo diminui homens, mulheres e o País.
Tal como na facada de 2018, o País, a mídia
e os candidatos foram todos abduzidos pela campanha de Bolsonaro,
principalmente em Brasília, sem os presidentes dos Poderes, e na icônica
Copacabana, embalada pela Esquadrilha da Fumaça da FAB, por navios da Marinha
brasileira e das armadas de países aliados e tiros de canhão do Exército. Não
foi só o general Eduardo Pazuello, foram as Forças Armadas num comício. Mil
anos de sigilo?
Depois da implosão da compostura, do
desmanche de ambiente, saúde, educação, cultura, relações externas, lei
eleitoral, do teto de gastos e da responsabilidade fiscal, do uso de militares,
PGR, Câmara, PF, Receita e Coaf a favor dele, filhos e aliados... Não sobra
pedra sobre pedra.
E nós? Nós vamos assistindo a tudo,
esperando a próxima pesquisa, a próxima agonia, a próxima “gripezinha” que
matou 680 mil brasileiros e a nova “cartinha” em defesa da democracia, temendo
que o presidente, se reeleito, “extirpe” os adversários e nos enquadre a todos
nas “quatro linhas da Constituição” – a dele – e o “povo” – o dele – armado,
crente em mitos e fake news.
As cartas foram embaralhadas neste 7 de
Setembro, Bolsonaro deu sua última cartada e a oposição se assustou e entra com
ações na Justiça que não darão em nada, só em mais propaganda para ele. Não
custa lembrar, porém, que o “Datapovo” bolsonarista só olha para as redes
amigas e militantes de comício. O “povo” é muito, muito maior do que isso. Que
venham as reais pesquisas!
Excelente texto! Como a colunista aponta: "Depois da implosão da compostura, do desmanche de ambiente, saúde, educação, cultura, relações externas, lei eleitoral, do teto de gastos e da responsabilidade fiscal, do uso de militares, PGR, Câmara, PF, Receita e Coaf a favor dele, filhos e aliados... Não sobra pedra sobre pedra."
ResponderExcluirRealmente, Bolsonaro é um anão moral.
Esse cara inspir-se no Hitler, também debil mental. O perigo mora aí,’os sociopatas teem uma mente brilhante para arquitetar maldades. Junte-se a isto um aguçado instinto pela baixaria. A volta do mal é uma profecia baseada na comparação entre Hitler &. Bolsonaro.
ResponderExcluirBozo implodiu e explodiu tudo.
ResponderExcluir