terça-feira, 6 de setembro de 2022

Eliane Cantanhêde - A última grande ofensiva

O Estado de S. Paulo

Após esgotar a munição política e econômica, Bolsonaro recorre ao arsenal das Forças Armadas

O presidente Jair Bolsonaro usa o bicentenário da Independência e o 7 de Setembro como seu último lance, ou última ofensiva, para tentar virar o jogo, ou a guerra. Ele já gastou todos os seus lances e seu arsenal sem conseguir mexer no favoritismo do ex-presidente Lula, que lidera com tranquilidade desde o início, sem ser realmente ameaçado.

Assim, Bolsonaro entra no “tudo ou nada” e vai usar as Forças Armadas como se fossem suas e remexer terra, céu e mar para dar uma demonstração de força no 7 de Setembro, criar a sensação de vitória e alavancar uma reviravolta nas pesquisas em todo o País. O “povo” gosta de votar em quem vai vencer, ensinam os palacianos.

O Rio de Janeiro (ou Novo Esteio/rs, como a Presidência errou ontem ao anunciar a agenda?) é chave nessa estratégia. É onde Bolsonaro e dois de seus filhos fazem política e ele venceu de forma acachapante em 2018, em todos os municípios, exceto três, e bairros da capital, exceto Laranjeiras.

Assim, Bolsonaro e bolsonaristas movem mundos e fundos para produzir manifestações gigantescas em Brasília, São Paulo e todo o resto, mas a apoteose será no Rio, na Praia de Copacabana, o mais famoso cartão-postal do Brasil no mundo.

É aí, com navios, aviões, bandas militares, paraquedistas e tiros de canhão do Forte de Copacabana, que o capitão insubordinado vai pôr as Forças Armadas mais uma vez de joelhos. Não para o Bicentenário da Independência e o 7 de Setembro, mas para fazer o que seu mestre mandar, como o general Eduardo Pazuello, e engrossar sua campanha.

Lula mantém uma distância confortável para Bolsonaro no País desde 2018, antes de a Justiça torná-lo inelegível. Em agosto daquele ano, a diferença entre os dois já era alta no segundo turno e, segundo o Ipec de ontem, continua sendo de 16 pontos agora. Mesmo concorrendo à reeleição, com a caneta, os recursos e o Centrão, Bolsonaro não tem conseguido furar essa barreira.

Pelas pesquisas, Lula está na frente em todas as regiões, apesar do empate técnico no Sul, Norte e Centro-oeste, mas Bolsonaro vem reduzindo a diferença no Sudeste, que reúne 43% do eleitorado nacional e é a única região capaz de compensar ou anular a poderosa dianteira do petista no Nordeste e em Minas. Por isso, o foco de Bolsonaro está no Rio e em São Paulo.

Ele, porém, já implodiu teto de gastos, lei eleitoral e responsabilidade fiscal, mas oscila daqui e dali, sem chegar a ameaçar Lula. Até entre os evangélicos pode ter batido no teto. Com o arsenal político e econômico se esgotando, ele recorre a um arsenal mais perigoso: o das Forças Armadas. Por enquanto, no 7 de Setembro. Que fique só por aí. •

 

6 comentários:

  1. Anônimo6/9/22 10:50

    Você realmente perdeu toda a sua compostura com uma grande jornalista ética que foi, uma decepção
    Essas pesquisas que vocês divulgam são todas viciadas
    Por que você não comentam as pesquisas recentes do Instituto futura, do Instituto Brasmarket e o Instituto Paraná pesquisas?
    Será porque não interessa?
    em alguns resultados Bolsonaro já está na frente , O povo já deixou de botar fé nessas pesquisar muito tempo
    Cadê os eleitores do Lula ?
    Para ele pra juntar meia dúzia tem que pagar e depois fazer teatro , vive se escondendo do povo, com medo de levar vaia
    Bolsonaro vai se reeleger apesar de vocês

    ResponderExcluir
  2. Anônimo6/9/22 11:06

    Bolsonaro enfim vai pagar o preço due suas maldades. Coisa ruim é o que ele é. Não escapa nada de bom nessa dupla, Bolsonaro X Guedes.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo6/9/22 12:48

    Só fracos como Bolsonaro precisam demonstrar algum tipo de força, quando não dispõem de apoio ou inteligência! Do que será capaz um genocida desesperado?

    ResponderExcluir
  4. Anônimo6/9/22 20:13

    De sadismos e mais sadismos empodera a bicha louca pomba gira.

    ResponderExcluir
  5. Creio que esses anônimos seguidores do boçal não sabem o que estão apoiando. O Capitão Cocô de Gato é lixo de 64. É fã de um torturador assassino, é um lambe-botas de general de republiqueta, um puxa-saco de latifundiário, uma macaca-de-auditorio de Trump. A família do boçal é uma ORCRIM (Gab.do Ódio, Escr. do Crime, Milicianos, etc ). Além de necrófilo, disse que a dit. de 64 devia ter matado 30 mil pessoas. Se esse elemento chegar ao poder por meio de um golpe vai fazer isso ? E a dit. de 64 que matou 430 e ficou 21 anos no poder. O fascismo do boçal vai durar um século. Claro que o povo brasileiro vai dizer não a essa proposta indecente.

    ResponderExcluir