Folha de S. Paulo
Livro disseca atraso e exclusão na educação
brasileira
A lista de problemas que explicam o
fracasso do Brasil é enorme, mas a âncora mais pesada me parece ser a da educação.
Sem avanços substanciais aí, tende a zero a chance de o país entrar no clube
das nações desenvolvidas.
"O Ponto a que Chegamos", do meu amigo Antônio Gois, mostra por que o
Brasil vem dando errado. O livro radiografa a evolução da educação no Brasil.
Eu sempre soube que nosso atraso na matéria tinha raízes históricas, mas me
impressionou a escala em que isso ocorre.
A Prússia determinou a obrigatoriedade do ensino primário no século 18. França,
Inglaterra e EUA não demoraram a imitar os alemães. Por aqui, no papel, até que
as coisas não pareciam tão ruins. A primeira Constituição brasileira, de 1824,
já definia que a instrução primária seria gratuita e aberta a todos. Se isso
fosse verdade, seriam só cem anos de atraso. Mas, no mundo real, a disposição
constitucional jamais "pegou". Uma série de mecanismos, que vão da
escravidão à repetência, passando pelo subfinanciamento, assegurou que a regra
fosse não a educação, mas a exclusão.
Ministros mal intencionados, corruptos e totalmente incompetentes como Abraham Weintraub e o pastor armamentista, escolhidos por Bolsonaro como "técnicos competentes", afundaram a Educação brasileira em plena pandemia, sem qualquer ação específica planejada para ajudar os alunos e professores em tamanhas dificuldades, e Bolsonaro ainda cortou os investimentos na ampliação do acesso das escolas à internet. DESgoverno criminoso!
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