Correio Braziliense
Possibilidade de vitória de Lula no
primeiro turno aumenta a tensão na campanha do presidente, onde o marketing
político e a gestão da economia batem de frente e o candidato gera fatos
negativos
A 11 dias da eleição, a campanha à reeleição
do presidente Jair Bolsonaro (PL) vive o momento de maior tensão até agora, em
razão da estagnação — e até mesmo de recuo — nas pesquisas de intenção de votos
divulgadas nesta semana. Ontem, a da Genial/Quaest mostrava o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente, com 44% das intenções de voto no
primeiro turno, seguido por Bolsonaro (PL), com 34%. Depois aparecem Ciro Gomes
(PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 5%, e Soraya Thronicke (União Brasil),
com 1%. Os demais candidatos não pontuaram. O primeiro turno das eleições está
marcado para 2 de outubro.
Dez pontos de vantagem não são suficientes
para Lula vencer o pleito no primeiro turno. Mas a campanha deflagrada pelo PT
e seus aliados em favor do voto útil, com a mobilização de artistas,
intelectuais e personalidades da sociedade civil, começa a tirar votos de Ciro
e pode também atingir uma parcela de eleitores de Simone. Essa possibilidade
aumenta a tensão na campanha de Bolsonaro, onde as disputas políticas estão
ocorrendo em duas frentes — o marketing político e a gestão da economia.
Na área do marketing, há praticamente duas campanhas. Uma é comandada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), com apoio do ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten, e do ministro das Comunicações, Fábio Faria, que não esconde o desconforto com as pesquisas. No começo da semana, questionou os resultados da última pesquisa Ipec (Antigo Ibope), que indicavam Lula com 47% das intenções de voto, 16 pontos percentuais à frente de Bolsonaro, 31%.
“TSE, anote esses números que o Ipec está
dando, que no dia 2 de outubro a população vai cobrar o fechamento desse
instituto. Chega desses absurdos com pesquisas eleitorais!!! A hora da verdade
está chegando”, tuitou o ministro.
Os três discutem a estratégia com o
marqueteiro Duda Lima, um especialista em campanhas eleitorais contra o PT no
interior de São Paulo, mas que não tem o menor acesso a Bolsonaro. Sequer
participou do assessoramento durante o debate da Band. Seus programas eleitorais
seguem o manual de marketing político, com base em pesquisas qualitativas, mas
parecem não surtir o efeito esperado pelo presidente.
Isso leva Bolsonaro a fazer o que lhe vem à
cabeça, principalmente nas entrevistas coletivas e nos palanques, para alegria do
vereador Carlos Bolsonaro (PL), que cuida das redes sociais. Por exemplo: não
estava no script da viagem a Londres o discurso na sacada da embaixada do
Brasil, como também não havia sido programado o novo “imbrochável” declarado em
Nova York, após ter participado da Assembleia Geral das Nações Unidas.
A bolha bolsonarista nas redes sociais
delira com as tiradas do “mito”, mas o efeito junto aos demais eleitores, que
Bolsonaro precisa conquistar, é zero ou negativo, conforme atestam as
pesquisas. A distância de Lula para o presidente no Nordeste e na faixa de
renda de até dois salários mínimo é abissal. Entre as mulheres, também parece
ser irreversível. A campanha não consegue romper essas barreiras.
Estresse político
É aí que as tensões aumentam na frente
política, capitaneada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e pelo
presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto. Em tese, com a redução da
inflação, o aquecimento da economia e a geração de novos empregos, Bolsonaro
deveria estar melhorando os índices de aprovação do seu governo e reduzindo a
própria rejeição, mas não foi o que se observou na penúltima semana que
antecede o pleito.
Com isso, o estresse entre Ciro Nogueira e
o ministro da Economia, Paulo Guedes, aumentou muito. Os políticos do Centrão,
liderados chefe da Casa Civil e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),
queriam que o Auxílio Brasil fosse de R$ 800, mas Guedes se opôs, aceitando no
máximo R$ 600.
À época, porém, imaginavam que o pagamento
de dois meses do benefício em agosto, ou seja, R$ 1,2 mil, seria suficiente
para mudar o cenário eleitoral. Ainda mais com a política de redução de preços
dos combustíveis, que realmente teve impacto na classe média, principalmente na
faixa de dois a cinco salários mínimos.
A outra frente de batalha são os candidatos
do Centrão nos estados, principalmente do PL. Valdemar Costa Neto imaginava
reeleger 75 deputados na aba do chapéu de Bolsonaro, mas, hoje, o cacique do
Centrão refaz o cálculo otimista: acredita de que a legenda encabeçada pelo
presidente elegerá em torno de 60 deputados.
Dois fatores estão influenciando esse
cenário: um é o poder de atração de Lula junto aos eleitores, principalmente no
Nordeste; outro, a falta de dinheiro para financiar as campanhas de 1.500
candidatos do PL em todo o país.
Bolsonaro drenou grande parte dos recursos
do Fundo Eleitoral do PL para sua campanha, embora suas despesas pessoais
estejam fora desse orçamento. O resultado é que os candidatos do partido,
principalmente nos estados onde Lula tem grande vantagem, não estão se
empenhando na campanha do presidente. Casa onde falta pão, todos brigam.
Bolsonaro é uma mala sem alça, pesada e dificílima de carregar.
ResponderExcluirIncrível como vocês criaram essas narrativas e acabaram acreditando nelas , como “acreditam “também nessas pesquisas da Datafolha e IPEC , antigo Ibope que de tanto fazer pesquisa fajuta teve que fechar dar um tempo e mudar de nome pra IPEC
ResponderExcluirÉ impressionante em cima dessa visão inventada e distorcida da realidade, vocês constroem essas novas narrativas mais malucas já dando posse ao Lula, ainda como se esse mentiroso, bandido velho decrépito e cachaceiro pudesse dirigir a nação brasileira na atual conjuntura
É muita sacanagem , vocês passaram de todos os limites da ética e da moral jornalística não é possível!
Depois do dia 2 de outubro eu só quero ver o que que vocês vão falar
Pra vencer no primeiro turno, o ideal é virar os votos de Bolsonaro. Aí o genocida despenca ainda mais e Lula vai subindo, atingindo mais da metade do eleitorado ou ultrapassando bastante esta meta, o que aumentaria a força com que ele será empossado. Quem sabe o papagaio bolsonarista que nos acompanha se sensibiliza um pouco com os textos dos colunistas e revê sua posição, percebendo que entre um genocida mentiroso e um possível ladrão a escolha não é tão difícil...
ResponderExcluirKkkkkkk
ResponderExcluirCara de pau , pelo que eu entendi você acha que o negócio é apoiar o
Bom ladrão!
O cinismo já virou natural!
Se Bolsonaro fosse ''apenas'' corrupto seria o melhor político do mundo,quem dera!
ResponderExcluir