O Globo
O ex-presidente Lula defendeu ontem, em
jantar com os empresários e representantes do mercado financeiro o que chamou
de teto de responsabilidade. Ao explicar o que era este instrumento que
substituiria o teto de gastos, ele, na verdade, descreveu a regra de ouro: não
quer que o governo se endivide para gastos de custeio, mas apenas para
investimentos. Disse isso ao falar de educação, que não abre mão em investir no
setor. Várias vezes ele repetiu a mesma ideia.
– É preciso que vocês saibam que eu sou
contra o teto de gastos, mas sou a favor do teto de responsabilidade - disse.
Em outro momento lembrou.
– Eu fui o único presidente que teve
superávit primário todos os anos - disse Lula.
Ele também deu um sinal claro de que, se
eleito, vai respeitar a independência do Banco Central, quando disse a seguinte
frase: “ quando daqui a dois anos eu puder indicar o presidente do Banco
Central…'. Ou seja, implicitamente, prometeu respeitar o mandato do atual
presidente, Roberto Campos Neto, que vai até 2024.
Falou também que não vê diferença entre a independência total que deu a Henrique Meirelles e a atual autonomia. Claro que há diferença porque é autonomia na lei. Mas o que ele diria para um presidente do BC que indicasse? Ele disse que discorda da política de combater a inflação apenas com alta de juros.
No encontro, falou que, durante seus
mandatos, havia uma proposta de reforma tributária pronta, em 2007, que havia
sido chancelada por vários setores, mas não conseguiu aprovar. Falou que o
plano econômico agora é fazer uma reforma tributária. Em outro momento, disse
que não pode haver antagonismos entre indústria e agronegócio. Disse que quer
reunir todos os setores, no diálogo o mais amplo possível para ter um plano
para o Brasil
Aos empresários do PIB brasileiro disse que
quer um país de classe média e levar os pobres para a classe média. No seu
mandato, falava muito da "nova classe média". Mas isto só é possível
quando o país cresce e deu muitos sinais de que quer estimular o consumo.
– Eu quero os aeroportos cheios de pessoas
viajando.
O programa econômico do ex-presidente
continua nebuloso, mas deu um passo para esclarecer algumas questões sobre o
que ele pretende fazer pelas contas públicas caso saia vencedor das eleições.
Diversos economistas hoje defendem que terá que haver uma licença para aumentar
os gastos, com ajuste fiscal a ser feito no futuro.
Um pouco do bastidor do ambiente do
encontro. Foram mais de 100 grandes empresários do setor industrial e do
mercado financeiro. Ao chegar no encontro, Lula ficou numa sala menor com pesos
pesados do empresariado, como Abílio Diniz. Quando entrou na sala maior, foi
muito aplaudido. E foi aplaudido algumas vezes durante seu discurso. Na plateia,
muitos empresários bolsonaristas, como Flávio Rocha da Riachuelo. Depois
cumprimentou a todos os presentes, inclusive quem estava trabalhando no jantar.
E no fim tirou selfies com muita gente. Fez muito sucesso, com mais gente e
mais apoio do que o encontro do atual presidente Bolsonaro com o mesmo grupo
Esfera.
Este encontro se soma a uma sucessão de
apoios que o ex-presidente tem conseguido, como o ex-ministro do STF Joaquim
Barbosa. Ontem vários economistas divulgaram um manifesto em apoio a Lula. Assinaram
nomes como André Lara Resende, um dos pais do plano real. No texto, dizem que
"a despeito das diferenças em relação à economia, Lula tem mais chance de
vencer Bolsonaro, que representa um risco para a democracia".
Gado não venham criticar o incriticável. Este artigo é meramente descritivo.
ResponderExcluirQuanto ao "Na plateia, muitos empresários bolsonaristas, como Flávio Rocha da Riachuelo", não mujam aqui mas com os empresários. De minha parte, nunca porei os pés numa riachuelo, ou smartfit ou havan ou...
LULA LÁ! Até 2/10.
Ainda bem que temos empresários sensatos.
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