O Estado de S. Paulo
Não há ilusões de parte a parte na
aproximação de Lula com o empresariado
Voto útil é quando o eleitor opta por quem não gosta, mas acha que é melhor do que prorrogar uma situação intolerável. O aperto de mão útil é quando o empresário, o banqueiro ou o produtor rural tinham esperanças frustradas com Bolsonaro e detestam Lula, mas não veem outro jeito senão se acertar com ele, diante do reiterado favoritismo nas pesquisas.
O PT aparentemente conquistou os dois,
faltando horas para o primeiro turno. Porém, não é possível prever nesta
quinta-feira se o voto útil leva Lula a liquidar a fatura no próximo domingo.
Esse voto já foi captado pelos levantamentos mais recentes, como o derretimento
de Ciro. Ocorre que as pesquisas não
conseguem calcular o fator decisivo para determinar se a corrida presidencial
acaba domingo: é a taxa de abstenção, maior no eleitorado mais fiel a Lula.
O aperto de mão útil foi fartamente ilustrado no jantar de terça-feira que reuniu Lula e nomes de peso de todos os setores relevantes da economia, incluindo o agroindustrial. O saudoso dramaturgo Ariano Suassuna teria aplicado ao encontro, que teve mais de cem pessoas, uma de suas frases inesquecíveis sobre a cordialidade brasileira: “Faz parte da nossa boa educação falar mal das pessoas só pelas costas”.
“Encontrei
o Lula de sempre”, disse mais de um participante, com óbvio sentido duplo. Ou
seja, no jantar ninguém tinha ilusões sobre ninguém. Lula menos ainda, pois
começou a carreira de sindicalista negociando com a geração anterior dos
representantes do capital, especialmente indústria. Era a longínqua época na
qual Lula tinha tirado o macacão enquanto empresários nunca tiravam a gravata,
e o peso da indústria no PIB era o dobro do de hoje.
O que mudou também sobretudo nos últimos
anos é a diminuição dos poderes do chefe do Executivo, que Lula não parece ter
percebido. Na economia, o desaparecimento de “capitães” cuja voz era ouvida e
seguida por segmentos inteiros. E ficou muito mais complexa a atividade
empresarial de lutar por seus interesses (ou evitar maiores danos) via apoio a
parlamentares. Os fundos eleitoral e Partidário e o orçamento secreto fazem
deputados pedir menos dinheiro ao setor privado.
De lá para cá o que não mudou (talvez só piorou) é o fato de estratégias de sobrevivência empresarial dependerem em parte relevante de bom relacionamento com o governante de plantão. É o resultado direto do ambiente de negócios no Brasil, moldado por insegurança jurídica e peso do Estado e seus órgãos mais diversos. Que faz às vezes do aperto de mãos útil um simbólico beija-mão.
Que vergonha, até você dando posse a esse vagabundo ?
ResponderExcluirvocê é macaco velho você sabe que a coisa na hora H o povo não vai votar no ladrão , vocês estão perdendo o que há de mais importante para o jornalista , a credibilidade !
sem isso vocês não são nada
"Não há ilusões de parte a parte na aproximação de Lula com o empresariado"
ResponderExcluirSim, com LULA não há ilusão.
Ilusão E estupidez houve com o BOZO, com quem, inegavelmente, o Brasil PIOROU MUITO
"O que mudou também sobretudo nos últimos anos é a diminuição dos poderes do chefe do Executivo, que Lula não parece ter percebido"
ResponderExcluirWaak, por que LULA parece ter não ter percebido? Não há nada no artigo q introduza ou acarrete este seu comentário. Não entendi.
Afinal, LULA está muito mais preparado do q antes, mais calejado e se cerca de gente competente como ninguém.
Os empresários pensaram,ruim com ele,pior sem ele,rs.
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