Folha de S. Paulo
Disputa tem faixa considerável de eleitores
disposta a olhar vitrines antes de decidir
Numa disputa consolidada como um duelo de
rejeições, a
nova pesquisa Datafolha deve reforçar os apelos de Lula (PT) e
Bolsonaro (PL) a quem ainda pode escolher um lado para evitar a vitória do
outro.
A concorrência entre os candidatos recomeça
relativamente apertada nesse quesito. Segundo o Datafolha, 42% dos eleitores
afirmam rejeitar apenas Lula, enquanto 48% dizem que só não votam em Bolsonaro.
Outros 3% declaram que não votam em nenhum dos dois, e 6% não rejeitam nenhum.
As cifras sugerem que as campanhas têm um
caminho para brigar por 9% dos votos –somados os 6% que estão abertos a ambos e
os 3% que recusam os dois, mas podem ser convencidos a optar por um lado.
Nas intenções de voto, boa parte da
vantagem de Lula se explica pela
votação construída no primeiro turno. O ex-presidente mantém a preferência
dos eleitores de baixa renda (54% a 37%) e do Nordeste (66% a 28%) –região em
que saiu das urnas com uma frente de quase 13 milhões de votos sobre Bolsonaro.
O novo embate direto com o petista, no entanto, oferece ao atual presidente um clima menos árido do que aquele dos últimos meses. A avaliação do desempenho do governo se tornou um peso menor para a campanha de Bolsonaro, com sua taxa de reprovação caindo de 44% para 40% desde a semana passada.
A melhora desses indicadores é um fator a
ser monitorado no segundo turno. Se houver menos gente disposta a punir
Bolsonaro por sua passagem pelo governo, o presidente pode investir em outros
elementos para obter novos votos, como
a rejeição ao rival.
Uma das principais metas do candidato à
reeleição na atual fase da disputa é aumentar os números negativos de Lula, uma
aposta do presidente para conquistar eleitores que não votaram em nenhum dos
dois candidatos no primeiro turno, mas também uma maneira de manter o
engajamento de seus apoiadores –aumentando as chances de que eles apareçam para
votar, com o objetivo de derrotar o PT.
Os novos índices de rejeição não podem ser
comparados com os de pesquisas anteriores porque o Datafolha muda a forma de
fazer essa pergunta. No primeiro turno, os eleitores são instados a apontar
numa cartela os nomes dos candidatos nos quais não votariam. No segundo, cada
entrevistado deve dizer se "votará com certeza", "talvez
vote" ou "não votará de jeito nenhum" em Lula e Bolsonaro.
Essa divisão ajuda a medir o grau de
incerteza das preferências dos eleitores neste segundo turno, além de permitir
a identificação de potenciais focos de crescimento para cada candidato.
Os dados indicam que, apesar de boa parte
do eleitorado já ter escolhido um lado, há espaço para mudanças. Com Lula, há
47% que se dizem convictos e outros 6% que poderiam votar no petista. Com
Bolsonaro, 42% afirmam votar nele com certeza, enquanto outros 6% dizem que
podem fazer o mesmo.
Há bolsões de eleitores em potencial para
Lula entre os jovens (13%), entre apoiadores de Ciro Gomes e Simone Tebet (24%)
e até entre os evangélicos (8%). Já Bolsonaro tem chance de conquistar os votos
de 10% dos entrevistados mais jovens, 8% dos evangélicos e 22% dos eleitores de
Ciro e Simone.
Com quatro semanas de duração, a campanha
para o segundo turno dá aos eleitores a oportunidade de olhar mais uma vez as
vitrines antes de fazer uma escolha. No início dessa etapa, alguns grupos
específicos se mostraram mais interessados em refletir antes de decidir o voto.
Os eleitores de 16 a 24 anos são aqueles
que estão menos decididos: 12% podem mudar de voto –acima da média de 7%
detectada no universo da amostra. Já 9% dizem que podem mudar de ideia.
Uma parcela larga dos eleitores de Ciro e
de Simone começou a se posicionar cedo, ainda que haja a chance de muitos deles
mudarem de ideia. Entre aqueles que optaram pela senadora do MDB no primeiro
turno, 69% se dizem decididos, enquanto 31% admitem trocar o voto. Esses
entrevistados se dividem em fatias praticamente iguais entre votos em Lula,
Bolsonaro e nulos.
Já os apoiadores de Ciro pendem levemente para Bolsonaro –e muitos deles também já estão decididos. Entre eleitores do pedetista, 73% dizem ter escolhido seu candidato, e 26% falam em mudar de ideia.
O colunista tem razão, é mesmo um duelo de rejeições! Como a de Bolsonaro é gigantesca, isto reduz muito suas chances de vitória!
ResponderExcluirSe o GENOCIDA passar algumas décadas na CADEIA, sua rejeição poderá diminuir...
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