Folha de S. Paulo
Ao dizer que supera divergências, senadora
deixa claro que 2º turno não tem duas opções equivalentes
Ao anunciar apoio a Lula no segundo turno,
Simone Tebet fez questão de destacar que mantém críticas ao petista. A senadora
disse acreditar, porém, que a eleição deste ano é maior do que
essas divergências. Na véspera, Ciro Gomes havia feito algo
parecido: afirmou que as duas candidaturas eram insatisfatórias, mas deixou
clara sua escolha.
Declarações de voto crítico podem não ser tão confortáveis quanto manifestações de "apoio incondicional", mas carregam um valor extra nesta etapa da disputa. As mensagens de Simone e Ciro criam um atalho para o eleitor que recusou Lula e Jair Bolsonaro no primeiro turno.
A expansão da aliança de Lula se baseia na
união de pessoas que pensam de maneira diferente. O principal objetivo é
reforçar a impressão de que o ex-presidente é capaz de representar um grupo
político que vai além da esquerda e, com isso, contornar a muralha do
antipetismo.
Esse movimento também busca desfazer a
imagem de que o segundo turno é travado entre duas opções equivalentes. Simone
e Ciro flertaram com esse argumento ao longo do primeiro turno, mas não
demoraram para escolher um lado agora.
A senadora do MDB foi clara ao
desequilibrar aquela balança. Simone disse que Lula —ao contrário de
Bolsonaro— tem um
compromisso com a democracia e acrescentou que, por isso, seria
impossível adotar uma postura de neutralidade.
Os eleitores que ficaram com Simone e Ciro
até o fim do primeiro turno tinham divergências com Lula, mas buscaram nomes
que representavam uma mudança em relação a Bolsonaro. A rejeição ao governo e a
promessa de incorporar propostas dos dois candidatos pode facilitar uma
aproximação com o petista.
Já os apoios anunciados por Bolsonaro
dificilmente ampliarão sua órbita de maneira considerável. Romeu Zema, por
exemplo, foi um bolsonarista disfarçado durante toda a campanha. Ibaneis Rocha,
que fez pouco caso da adesão de Simone a Lula, teve menos votos do que o
presidente no Distrito Federal.
Simone Tebet é uma mulher corajosa e de fibra! Não ficou em cima do muro e fez a escolha que todos os DEMOCRATAS esperavam! Mais um votinho pro LULA, mas que VALE MUITO!
ResponderExcluirE haja malabarismo retórico pra defender a opção por Lula... Ainda bem que, ao menos por enquanto, é possível que eu, mesmo sendo democrata, não seja obrigado a votar Lula, como parece pretender quem comentou acima. A eleição é duríssima, mas é inegável que o atual presidente largou na frente tanto pela desmoralização das pesquisas como pelos novos apoios conseguidos.
ResponderExcluirUma diferença de mais de 6 milhões de votos não é tirada apenas por tentativas de criminalização e desmoralização das pesquisas e por novos apoios de velhos bolsonaristas ou direitistas. O apoio do palhaço Kelmon por exemplo: teve 80 mil votos ou 0,1% dos votos, mas é rejeitado por 25% do eleitorado.
ResponderExcluirParabéns à Simone e ao Ciro.
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