Folha de S. Paulo
Presidente se aproxima de figura mitológica
ao pregar vingança em seu discurso
No purgatório que separa o primeiro do segundo turno, poucos imaginariam que o Satanás, ele próprio, seria tema de debate eleitoral, como se não houvesse mais coisas entre o céu e a terra para se debater. Poderíamos, ao invés, falar sobre alguns dos efeitos do primeiro turno: a interiorização do bolsonarismo em SP e Nordeste; ou o triste fim do PSDB, morto pelo bolsonarismo com o qual algumas de suas figuras flertam vs. a postura digna da outra parte do centro e da direita em apoiar Lula pela democracia (Tebet, FHC e outros).
Fiquemos com o Belzebu, por hoje. Até
o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) interveio para remover publicações que associam
Lula ao satanismo. Apoiadores de Bolsonaro, por outro lado, foram a público
contra o mesmo veneno que sempre destilaram a seus adversários: a mamadeira de
piroca desta eleição está apontada para o capitão, o envolvimento de Bolsonaro
com maçonaria, e se ela seria satânica (não é). Seja pela desinformação que
encerra, seja por instigar preconceito, não vale aqui discorrer a respeito.
Cabe, no entanto, discorrer sobre um tema correlato: seria Bolsonaro adepto do satanismo?
Vamos às fontes: a Igreja de Satã, de Anton LaVey, possui princípios caros a
Bolsonaro: "Satã representa vingança ao invés de dar a outra face".
Bolsonaro prega "fuzilar
a petralha", como discurso, e promove o armamento generalizado, como
política. A consequência: vingança e morte. Prega que não devamos desperdiçar
compaixão com desafetos. Bolsonaro ri da morte alheia, imitando quem sufoca na
pandemia.
É digno de um fariseu instrumentalizar a religião para construir uma retórica de nacionalismo cristão, onde o líder (ele) represente o messias e o mito nacional, a cruz e a bandeira: quem o faria senão um farsante?
Eficaz ou não, a guerra santa invertida levanta a dúvida se precisamos mesmo de Satã para demonizar Bolsonaro; ou se os quatro anos de governo já nos mostraram que estamos mais próximos do inferno do que antes.
"guerra santa invertida levanta a dúvida se precisamos mesmo de Satã para demonizar Bolsonaro; ou se os quatro anos de governo já nos mostraram que estamos mais próximos do inferno do que antes:
ResponderExcluirMuitíssimo bem posto. Nao importa q Bozo tenha focinho de diabo, rabo de diabo, chifre de 😈.
Importa q nos 4 anos de seu desgoverno só fez/faz coisas infernais.
Então...
O satânico Bolsonaro
ResponderExcluirÉ bastante razoável esta associação entre Jair Bolsonaro e satanismo! Por mais que o genocida tente se apresentar como religioso e cristão, suas tantas MALDADES voluntárias e suas milhares de MENTIRAS intencionais, além da gigantesca insensibilidade que sempre demonstrou até pouco antes desta campanha (quando ficou BONZINHO e educado de repente...), levam-no para muito perto dos seres malignos ou maldosos!
Só Jesus na causa.
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