Em entrevista à revista La Tercera, o historiador concorda que há um abuso do termo fascista. Mas quem o usa dessa forma não tem noção de que o fascismo é um ideal antidemocrático de extrema direita, baseado em um nacionalismo extremo (Brasil acima de tudo!), com uma ideia da política entendida como culto ao líder (mito...mito...mito).
Finchelstein identifica quatro pilares que sustentam o fascismo. O primeiro é a ditadura "pode haver ditaduras sem fascismo, mas não há fascismo sem ditadura". O segundo elemento é a violência e a militarização da política (qualquer semelhança com o que Bolsonaro está fazendo não é mera coincidência. Em artigo meu neste blog já disse "Trabalho do TCU Tribunal de Contas da União, indicou o crescimento significativo do número de militares em cargos civis no governo Bolsonaro.
Segundo o TCU, são mais de 6.000 em atuação no governo, um movimento de militarização do serviço público. Segundo a Folha de S Paulo, Bolsonaro multiplicou por dez o número de militares no comando de empresas estatais. Ministros do STF já criticaram essa excessiva militarização do Governo Federal". A valorização da violência como a necessidade de exercê-la para gerar poder e, por outro lado, a ideia de que a política é como a guerra e que, portanto, vão se disfarçar de soldadinhos.
O terceiro pilar é o
ódio ao diferente, a demonização do adversário (petralhas, MST, quilombolas,
lésbicas e viados, aborto). O quarto e último pilar é a mentira totalitária, as
grandes mentiras comparando a Venezuela e Nicaragua. Finchelstein diz que
nesses dois países não há populismo, há ditadura. E que quando há
populismo, há democracia. O populismo seria uma forma autoritária de entender a
democracia.
Perguntado se a democracia liberal está em crise, Finchelstein diz que estamos vivendo a manipulação da informação (fake news), o ataque à imprensa independente, o ataque ao pluralismo, uma grande promoção da intolerância, tudo que faz mal à democracia. Nesse contexto me parece preocupante o deslocamento do que era um direito mais tradicional a uma direita que parece cada vez mais com esse novo populismo que se aproxima do fascismo. E um grupo que mantém uma identificação global e que, como dizem, está voando muito perto do fascismo.
*Fernando
Carvalho é historiador, formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF),
autor de “Livro Negro do Açúcar
Fonte.
Entrevista publicada pela IHU Unisinos, Revista IHU on-line de Frederico Finchelstein, historiador argentino autor de Uma breve história das mentiras fascistas. Entrevista a Juan Pablo Iglesias, publicada por La Tercera de 30/09/22. Tradução Cepat.
Lógico q o BROXONARISMO É FASCISTA.
ResponderExcluirBroxonaro não tem competência intelectual pra criar um movimento inédito.
Deus que nos livre do fascismo,e que a esquerda modere seu discurso também.
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