Valor Econômico
Jefferson pode afastar de Bolsonaro
mulheres e mineiros
Jair Bolsonaro acordou no domingo
relativamente tranquilo. A sete dias do segundo turno, depois de gastar tempo
se explicando sobre o caso das “meninas venezuelanas” e negando que reduziria o
salário mínimo a partir do ano que vem, ele e seu grupo político confiavam na
virada. Reconheciam que não seria fácil. Mas a estratégia era, basicamente,
melhorar o desempenho em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, onde o apoio
dos governadores poderia fazer a diferença. E, sobretudo, reduzir a resistência
do eleitorado feminino a seu nome. O ânimo mudou.
Àquela altura, ele ainda se preparava para retornar à “mega live” que já durava quase 20 horas e seria encerrada com a participação do astro sertanejo Gusttavo Lima, cuja plateia virtual contabiliza 44 milhões de seguidores. Até que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) achou uma boa ideia resistir à prisão a tiros de fuzil e granadas. Bolsonaro não estava na cena do crime, mas o episódio pode ter ferido de morte sua campanha à reeleição.
Um dos participantes da “live” chegou a
bradar que Jefferson tornara-se alvo de uma operação da Polícia Federal: estava
tudo pronto para que ali começasse mais uma tentativa de captura, pelo
bolsonarismo, do discurso de defesa do Estado Democrático de Direito. Porém, alguém
logo avisou que era melhor não tocar mais no assunto.
Interlocutores do presidente já haviam
recebido recados de que o ex-parlamentar se sentia abandonado pelo governo.
Queria um indulto, assim como o concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ),
pois estava gastando muito dinheiro com tratamento médico e advogados. Também
precisava tentar salvar o seu partido, o PTB, decadente e destinado a fundir-se
com outra legenda nanica para ultrapassar a cláusula de barreira.
O estrago apenas começava. Jefferson queria
a presença de uma alta autoridade no local e, para ele, o melhor cenário seria
fazer um pronunciamento ao vivo tentando mobilizar outros radicais para
subverter a ordem sob a falsa bandeira da defesa da liberdade de expressão. Num
passado não tão remoto, é bom lembrar, justificou-se um golpe com a alegação de
que era preciso evitar uma ditadura de esquerda.
Jefferson não obteve sucesso, mas conseguiu
desfrutar de mais oito horas fora das grades.
Na primeira delas, antes de entrar na
“live”, Bolsonaro publicou uma nota na qual repudiou as falas do aliado contra
a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, e sua ação armada contra
agentes da PF. No mesmo comunicado, o presidente atacou a existência de
inquéritos “sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP” e
informou que determinara a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao Rio
de Janeiro para acompanhar o andamento do episódio.
Neste primeiro momento, conforme publicou
o Valor, sua
ideia era manter-se crítico ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre
de Moraes, para agradar a Jefferson e aos bolsonaristas mais radicais, e ao
mesmo tempo condenar a reação armada em uma tentativa de afagar a classe
policial. A categoria é parte importante da sua base eleitoral.
Além disso, fez questão de citar a ministra
Cármen Lúcia. O caso teve início na sexta-feira, quando o petebista,
descontrolado, usou palavrões e xingamentos para atacá-la. Nas palavras de
Moraes, utilizando “ofensas e agressões abjetas” com teor “machista, misógino e
criminoso”.
Nenhuma mulher gostaria de receber os
insultos dirigidos à ministra. E com absoluta razão. Há, além disso, outro
fator a se observar: nascida em Montes Claros, Cármen Lúcia é quem ocupa hoje o
mais alto posto da República entre as mulheres mineiras. A preocupação entre
aliados de Bolsonaro é grande com o efeito do episódio no eleitorado de Minas,
sobretudo o feminino.
Tanto que eles haviam encerrado a semana
passada com a meta de virar o máximo possível de votos de mulheres, um total de
1 milhão de votos em São Paulo e a mesma quantidade em Minas e no Rio. Depois
do ocorrido, não se vê vitória no horizonte sem que se vire 1,5 milhão de votos
em Minas e outro 1,5 milhão em São Paulo. Difícil, muito difícil. O que vier do
Rio e entre as mulheres será lucro.
Já a segunda parte do tuíte presidencial
leva à lista de erros cometidos pelo governo, na visão de aliados do próprio
chefe do Executivo.
Bolsonaro não explicou o que exatamente o
ministro da Justiça iria fazer no Rio de Janeiro. Deu-se a impressão de que
havia uma operação de salvação de um amigo.
Além disso, foi escalado um agente
operacional para dialogar com Jefferson em sua casa. Para essas fontes, seria
melhor ter enviado um delegado sênior e, o mais importante, que ele não se
deixasse filmar. Afável com alguém que acabara de tentar praticar quatro
homicídios, o agente da PF que falou com o ex-deputado foi gravado sorrindo e
colocando-se à disposição de alguém chamado depois pelo presidente de
“bandido”. Era preciso alguém que, com a cara fechada, desse o ar de reprovação
necessário à grave situação.
Para um aliado, a situação só não ficou
pior porque acabou se decidindo, durante o trajeto, que o avião que levava o
ministro pararia em Juiz de Fora (MG) e de lá Torres não sairia. Um motivo pode
ter sido um trecho da decisão de Moraes, na qual ele determina à PF o
cumprimento da ordem de prisão e proíbe qualquer entrevista de Jefferson antes,
durante ou após a realização da missão: “A intervenção de qualquer autoridade
em sentido contrário, para retardar ou deixar de praticar, indevidamente o ato,
será considerada delito de prevaricação”.
Líderes do Centrão não queriam que alguém
do governo se deslocasse para o local da crise e a carregasse na volta dentro
do bagageiro do avião oficial. Lamentou-se, também, que nenhuma autoridade foi
visitar no hospital os agentes feridos.
Bolsonaro está acuado e visivelmente
abalado. Seu próximo encontro com Lula está marcado para o debate da
sexta-feira na TV Globo, o qual ainda pode mudar o desfecho da eleição. Até lá,
ele deve tentar recuperar o domínio sobre a linha narrativa da campanha e
levá-la para os terrenos em que se sente mais confortável. Seus adversários
devem fazer o mesmo. O nível da disputa tende a permanecer abaixo do tolerável.
Amizade tóxica tem o Lula :
ResponderExcluirFidel Castro Hugo chávez Daniel Ortega Zé Dirceu Dilma José Genoino Gedel Filho e mais uma corja de vagabundo que aqui seria pouco pra listar
Lula ladrão seu lugar é na prisão!
ResponderExcluirO povo brasileiro você não engana não!
Roberto Jefferson ficou incomodado porque não pôde assistir ao final da live do GENOCIDA e nem participar dela quando a PF bateu na sua porta... Indignado, Jefferson reagiu, à melhor maneira bolsonarista, isto é, com tiros e transmissões!
ResponderExcluir"Bolsonaro não explicou o que exatamente o ministro da Justiça iria fazer no Rio de Janeiro. Deu-se a impressão de que havia uma operação de salvação de um amigo."
ResponderExcluirFicou a certeza de q bolsonaro tenta salvar a própria pele e q se dane o aliado. Bozo é assim, abandona aliados feridos.
O q o ministro foi fazer lá está claro: salvar o pedófilo da República, pedindo ao bozojeff q não faça marolas, nos seguintes termos:
"Meu patrão, o palerma da República, promete te ajudar MAS PRA ISSO ELE PRECISA SE REELEGER. SE LULA GANHAR, CÊ TÁ FU E MORRE VENDO O SOL QUADRADO. Então, cale-se, BozoJeff."
Q acham q o BozoJeff fará nestas circunstâncias?
Nem minha colega,prostituta assumida,aceita ser chamada de ''vagabunda'',''arrombada'' eu acho que também não,é tudo um absurdo.Marina Silva também foi xingada pelo mesmo nome por um bolsonarista em Minas.
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