Valor Econômico
Dificilmente um momento da campanha poderia
sintetizar melhor a campanha do que o debate da Band. O presidente Jair Bolsonaro saiu de uma
situação de desvantagem, acuado que estava pela abordagem
às adolescentes venezuelanas, para pautar a corrupção como eixo. Já o
ex-presidente Luiz
Inácio da Silva, que tem uma vantagem de seis milhões de votos
e agregou a mais ampla frente de apoio já obtida por um candidato em segundo
turno, gastou tempo demais para se defender e propagar seu governo demonstrando
pouca agilidade para explorar as vulnerabilidades da atual gestão.
Contribuiu para o desempenho de Bolsonaro a
decisão do presidente do TSE, Alexandre
de Moraes, que mandou suspender a veiculação do vídeo em que o
presidente da República diz ter “pintado um clima” com as adolescentes. Moraes
foi o ministro com quem Bolsonaro mais antagonizou até hoje, chamando-o de
"canalha". Ao mencionar o episódio, Lula excedeu-se na ironia, que é
pouco clara para quem o assiste. A decisão de Moraes não o impediria de perguntar
por que Bolsonaro, se constatou a prostituição de adolescentes, não tomou
qualquer providência. Mas Lula não o fez.
Acuado pela exploração que Bolsonaro fez do “petrolão”, Lula bateu na tecla da corrupção que poderia ter sido punida sem quebrar a empresa sem mencionar a parcialidade do juiz do caso. Demorou-se tanto em se defender e em listar todos os feitos da Petrobras sob seu governo que deixou cinco minutos livres para Bolsonaro repisar os velhos temas das ditaduras latino-americanas e da ideologia de gênero.
Foi na exploração dos problemas do governo
e não na louvação de sua gestão que Lula teve seus melhores momentos como na
pergunta sobre a quantidade de universidades e escolas técnicas criadas por
este governo. Como o presidente não respondesse, ele deu a resposta: apenas
uma, no Tocantins, que havia sido aprovada no governo Dilma Rousseff.
Bolsonaro logo deu o troco ao perguntar a
Lula por que ele não havia transferido Marcos Herbas Camacho, o Marcola, de um
presidio paulista para um federal, que associou à morte de policiais em 2006,
quando São Paulo era governado por Geraldo Alckmin. Foi a deixa para a
associação de Bolsonaro com o crime organizado.
Lula até reagiu defendendo os moradores das
comunidades que visitou da pecha de traficantes e dizendo que quem entende de
crime organizado é Bolsonaro. Ao citar a morte da ex-vereadora Marielle Franco,
porém, o petista não explica a vinculação. Pressupõe que o telespectador a faz quando,
na verdade, não tem elementos para isso. Aquilo que lhe parece óbvio para o
eleitor não é.
Lula explorou bem a incúria bolsonarista na pandemia, mas deixou correr solta a denúncia contra o consórcio Nordeste quando é sobre o governo federal que se acumulam os indícios de corrupção. E, finalmente, o petista deixou de explorar os erros de Bolsonaro na guerra religiosa, outro campo em que teria vantagem pelo uso desmedido feito pelo presidente em eventos como o Círio de Nazaré e o feriado de Nossa Senhora de Aparecida e pela agressividade de seus seguidores nesta ocasião.
Isso mesmo. Lula perdeu a chance de questionar o nesfasto naqueles casos mais recentes de corrupção do capitão tarado e degenerado !!
ResponderExcluirO pedófilo da República será desmascarado.
ResponderExcluirLula ladrão seu lugar é na prisão!
ResponderExcluirBolsonaro e as adolescentes... Onde estava a ex-ministra Damares, sempre tão preocupada com pornografia infantil? O depravado pinta um clima com as meninas desprotegidas e nada faz pra ajudá-las? Este sujeito é um monstro, desprezível!
ResponderExcluirPois é, nada fez pra ajudá-las.
ExcluirMas, canalha q é, tentou faturar votos e urdiu uma estória tirada de sua mente sórdida. Oportunista q é, isso bozo faz, tirar vantagem de tudo ao invés de ajudar.
Com sua natureza, mesmo qd inventa estórias, a vileza aflora, daí o "pintou um clima".
Não consegue esconder sua alma, né, bolsonaro?
O ''pintou um clima'' era pra acabar com o comunismo no Brasil.
ResponderExcluirEntão tá!