O Globo
O bispo Edir Macedo não tem tempo a perder. A eleição
mal terminou e ele já está pronto para abençoar o novo governo. O líder da
Igreja Universal havia orientado os fiéis a fazer jejum pela vitória de Jair
Bolsonaro. Agora diz que Lula foi escolhido por vontade de Deus.
“Vamos olhar para a frente”, pediu, em
vídeo gravado na Suíça e divulgado pelas redes sociais. “Não podemos ficar com
mágoa, porque é isso que o diabo quer”, acrescentou.
Dono de um império religioso e empresarial,
Macedo também dá as ordens no Republicanos, um dos três partidos que integraram
a coligação bolsonarista. Sua pressa em saltar do barco mostra que o capitão já
começou a ficar só.
O bispo não foi o único a se converter na
primeira semana da transição. Em 2018, Luciano Bivar alugou sua sigla para a
candidatura de Bolsonaro. Ontem ele avisou que não tem “nenhuma objeção” a
aderir a Lula. “Temos uma dívida com a esquerda”, justificou, em entrevista à
repórter Natália Portinari.
Bivar é presidente do União Brasil, fruto da fusão de dois partidos de direita. Seus motivos para abraçar o PT passam longe das convicções ideológicas — ou da falta delas. O deputado quer continuar perto do poder, que vai se deslocar para a esquerda por decisão do eleitor.
Poucos políticos são mais hábeis em trocar
de galho do que Gilberto Kassab. O dono do PSD conseguiu saltar do ministério
de Dilma Rousseff para o gabinete de Michel Temer. Agora se diz pronto a apoiar
Lula, “desde que algumas premissas sejam atendidas”. “É uma parceria. Não
seremos petistas para sempre”, resumiu à Folha de S.Paulo.
Os petistas estão animados com a velocidade
das adesões. Consideram que o presidente eleito não terá dificuldade para
formar maioria na Câmara e no Senado. A recriação de ministérios abrirá mais
espaço para acomodar os novos aliados. Resta calcular o preço das “parcerias”,
para usar o eufemismo de Kassab.
Além de garantir a chamada governabilidade,
Lula quer isolar a extrema direita. De certa forma, o bolsonarismo já começou a
colaborar com a tarefa. O ex-deputado Roberto Jefferson abriu fogo contra a
polícia e foi isolado em Bangu 8. A deputada Carla Zambelli sacou o revólver
nos Jardins e teve que voar às pressas para os EUA. O ex-presidente em
exercício atirou no próprio pé ao incentivar a baderna nas rodovias.
Pressionado pelos amigos ruralistas, viu-se obrigado a recuar e pedir o fim dos
bloqueios.
Barbaridade! A ideologia bolsonarista é impressionante... Kassab e Bivar são políticos profissionais, já conhecidos por estarem sempre junto do Poder e do mandatário do período. Já o "religioso" Edir Macedo é criminoso doutro tipo, que tem INTERLOCUÇÃO PRIVILEGIADA COM DEUS! Foi escolhido pelo divino pra ser INTERMEDIÁRIO entre Deus e nós otários...
ResponderExcluirPoi isso que não adianta ficar brigando por causa de pollítica,eles mudam de lado com muita facilidade.Bolsonaro já foi lulista em algumas eleições.
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