Folha de S. Paulo
Passagem pela COP27 dá impulso antecipado
ao petista em meio a incertezas domésticas
Lula viajou
10.000 km para fazer política interna. Dias antes de embarcar para o Egito, o
presidente eleito explicou a um aliado que a ideia de um giro internacional no
período de transição e no início do mandato seria importante para reposicionar
o país no mundo. O petista indicou, no entanto, que sua principal aposta está
nos efeitos domésticos que pode colher nesse prazo.
Uma pista já havia aparecido no discurso após a vitória nas urnas. Ao lançar o slogan da política externa de seu terceiro mandato ("o Brasil está de volta"), Lula apontou que pretendia recuperar credibilidade internacional para obter a confiança de investidores estrangeiros.
Aliados do presidente eleito dizem que esse
dinheiro é tratado como fator determinante para a recuperação econômica, num
ambiente marcado por aperto nas contas públicas. Os recursos vindos de fora
também poderiam ajudar a amenizar a hesitação de investidores brasileiros.
Essa foi apenas uma parte da jogada
política que Lula fez com sua presença na
conferência do clima da ONU. Além da propaganda de novos tempos nas
relações exteriores, o presidente eleito aproveitou o discurso na COP27 para
buscar ganhos mais imediatos no Brasil.
O primeiro deles foi usar a seu favor a
expectativa de poder para antecipar, ao menos de maneira simbólica, o início de
seu governo. Lula conseguiu ocupar espaço no noticiário nacional como se fosse
um presidente empossado —aproveitando o
silêncio do inquilino oficial do Palácio da Alvorada.
O petista também aproveitou o palco para
anunciar propostas nas duas áreas em que há mais clareza sobre os rumos do
futuro governo: meio ambiente e relações internacionais. Foi uma oportunidade
de deixar em segundo plano indefinições sobre a política econômica.
A passagem pelo Egito dá um impulso a este
início extraoficial de governo. Lula sabe que, quando voltar ao Brasil, terá
que lidar com os abacaxis da montagem do ministério e
do aperto do Orçamento.
Quem viajou milhares de quilômetros para fazer campanha eleitoral foi o boçal no enterro da rainha. O Bruno revela má vontade. Lula foi convidado pelo presidente do Egito
ResponderExcluirCada pessoa interpreta um texto diferente,eu só li elogios de Bruno ao Lula.
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