quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Bruno Boghossian - 'Nos livre do comunismo'

Folha de S. Paulo

No fim da conversa com vice eleito, presidente mostrou que continua assombrado por falsas ameaças

No fim da breve conversa que teve com Geraldo Alckmin (PSB), na semana passada, Jair Bolsonaro (PL) mostrou que continua assombrado por falsas ameaças.

Alckmin contou a aliados que, já na porta do gabinete presidencial, Bolsonaro agarrou seu braço e disse: "Por favor, nos livre do comunismo".

O vice-presidente eleito fez o relato a pelo menos três pessoas que estiveram com ele nos últimos dias. A frase de Bolsonaro variou em cada reprodução, mas todas as versões passavam pela suposta necessidade de proteger o país de um fantasma que não está no horizonte.

Alckmin demonstrou ter achado graça no episódio. O ex-governador paulista fez carreira no PSDB como um político de centro-direita e nunca vinculou Lula a uma ameaça comunista, mesmo quando os dois eram adversários. Agora, ele se tornou o símbolo de uma caminhada do petista em direção ao centro.

Bolsonaro costuma explorar o discurso da ameaça vermelha como ferramenta política. Na eleição de 2018, ele se incomodou quando foi comparado a Hugo Chávez pela campanha de Alckmin e publicou uma mensagem em que acusava o PSDB (partido do ex-governador naquele ano) de ser conivente com o comunismo.

Nem os aliados de Bolsonaro conseguem acreditar, sem margem para dúvidas, que ele considera real a existência de uma ameaça comunista no país. No mínimo, o presidente segue uma teoria conspiratória que enxerga o risco de um regime que vai perseguir seu grupo político.

O encontro entre Alckmin e Bolsonaro, na última quinta-feira (3), não estava previsto. O vice-presidente eleito saía de uma reunião com o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) sobre o processo de transição quando foi chamado por um ajudante de ordens do presidente para subir ao terceiro andar do Palácio do Planalto.

Na conversa com Bolsonaro, chamou a atenção de Alckmin a decoração do gabinete presidencial. Ele disse a aliados que, assim que entrou na sala, viu pendurado um enorme lençol com um escudo do Palmeiras.

 

3 comentários:

  1. O imbroxável parece que não usou seus viagras militares nas 2 últimas semanas...

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  2. ''Nos livre do comunismo'',só rindo.

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