Folha de S. Paulo
Lula terá que tirar as instituições da
inércia para reverter o ambiente de insanidade
O massacre em Aracruz, no Espírito Santo, nos dilacera como
sociedade e nos lembra que escolas deixaram de ser o lugar seguro onde
crianças, jovens e mestres devem florescer juntos.
O Brasil foi inscrito no mapa dessa tragédia em abril de 2011, numa escola do bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, quando um ex-aluno abriu fogo e matou 12 crianças e adolescentes. De lá para cá, contam-se, pelo menos, mais 11 atentados e carnificinas em escolas e creches. Há diferenças nas motivações e execução, mas os crimes se assemelham na brutalidade e covardia contra vítimas indefesas.
No caso de Aracruz, que resultou na morte
de quatro pessoas, há um componente de alarmante gravidade. O assassino de 16 anos usava uma suástica nazista na
roupa e demonstrou profissionalismo incomum ao arrombar o portão de duas
escolas, dirigir o carro e usar as armas do crime. As armas pertencem ao pai,
um policial militar que publicou post sobre o livro de Hitler, "Minha
Luta", base da ideologia nazista e de todos os seus horrores.
Pesquisadores apontam uma explosão no
crescimento de grupos neonazistas brasileiros na deep web, nos últimos quatro
anos. Muitos, porém, já saíram da clandestinidade do mundo digital e exibem sua
fúria em atos golpistas contra a vitória de Lula.
No mesmo dia do massacre em Aracruz,
operações policiais deixaram 14 pessoas mortas, em três comunidades do Rio de
Janeiro e de Niterói. É mais um banho de sangue no currículo do governador
Cláudio Castro, bolsonarista-raiz. Os mortos eram os "suspeitos" de
sempre.
O Brasil teve quatro anos de distribuição
de armas e de promoção da violência como política de Estado. A tal ponto que um
empresário de Mato Grosso se sente à vontade para, em público, convocar gente
armada para tumultuar a diplomação do presidente eleito. O governo Lula terá
que tirar as instituições da inércia para reverter o ambiente de insanidade que
ameaça o país e cada um de nós.
Barbárie armada! A colunista lembrou casos anteriores de ataques armados a escolas, que indicam que a política bolsonarista não inaugurou este tipo de crime no país. Mas é difícil não acreditar que o estimulo armamentista no DESgoverno Bolsonaro, desregularizando os controles e facilitando o acesso a armas de fogo e a armas mais modernas e automáticas, não tenha estimulado ao menos algumas destas atrocidades! Quando um presidente e suas lideranças defendem tão explicitamente o armamento da população, tornado praticamente uma política de governo, é lógico que consequências virão disto. O novo governo precisa revogar imediatamente todas as DEZENAS de normas e resoluções emitidas pelo DESgoverno Bolsonaro durante estes 4 anos! Lula prometeu na campanha fazer isto, deverá ser uma das PRIMEIRAS medidas do seu novo governo! Acabar com a bagunça na legislação de armas provocada pelo GENOCIDA e suas criminosas políticas!
ResponderExcluirPovo armado jamais será escravizado.
ResponderExcluirTá.