O Estado de S. Paulo
Instalado em Brasília, Lula deve anunciar os primeiros nomes do governo
Treino é treino, jogo é jogo e a transição
começa para valer nesta semana, com a chegada do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília, já recuperado da
inesperada cirurgia das cordas vocais e, atenção, pronto para anunciar os
primeiros e mais significativos nomes do ministério.
Essa é uma das questões centrais, pela ansiedade e pelas pressões que provoca, não só do mercado, mas do setor produtivo, dos candidatos a ministérios e de todas as áreas. E o foco recai, evidentemente, sobre o novo ministro da Economia: nome, passado, ideias, personalidade. Ou seja: o que ele projeta.
Lula já causou estresse desnecessário ao dar de ombros, duas vezes, à estabilidade fiscal. Agora, joga Fernando Haddad no fogo, também duas vezes, ao deixar vazar seu nome na Fazenda, com Persio Arida no Planejamento, e despachá-lo para um almoço na Febraban de uma hora para outra, exatamente no meio do falatório sobre a equipe econômica.
Haddad fez o que pôde, estudou, consultou
Lula, ficou em cima do muro. E não fez o que não podia: anunciar rumos, planos
e metas de governo para a economia, que era, exatamente, o que os donos do
capital esperavam. Logo, frustrou as expectativas, a Bolsa caiu, o dólar subiu.
Em vez de diminuírem, as dúvidas aumentaram.
Haddad pagou o pato pela ansiedade dos
convivas diante das intenções, ações e escolhas de Lula e o resultado foi a
percepção dos banqueiros: se ele nem se preparou para o almoço na Febraban, é
porque não está se preparando para assumir a economia. E Arida, “pai do Real”,
avisa que não foi convidado e, se for, não tem intenção de aceitar. A ansiedade
voltou à estaca zero.
Na Defesa, a transição no Exército, na
Marinha e na FAB é tão óbvia que dispensa comissões. Lula escolhe um dos três
quatro-estrelas mais antigos de cada força, o atual comandante passa o bastão
para o novo e ponto. Nem depende do ministro da Defesa, esse, sim, uma escolha
complicada, com a missão de despolitizar as forças, descontaminar o ambiente
anti-Lula e tocar os projetos que... vêm desde Lula.
Destaque-se a comissão da Saúde, uma das
áreas bombardeadas, sem dó nem piedade, na era Jair
Bolsonaro. Com os ex-ministros Humberto Costa, José Gomes Temporão,
Alexandre Padilha e Arthur Chioro, já tem diagnóstico (trágico), propostas e cronograma. E
vai anunciar um “revogaço” de atos, por exemplo, sobre saúde mental e da mulher
e uso da cloroquina para covid.
Lula entra em campo, define os atacantes na
economia, na Defesa e na articulação política e avança na PEC do Bolsa Família.
Menos ansiedade, menos pressão e bola para frente!
"Treino é treino, jogo é jogo e a transição começa para valer nesta semana, ... pronto para anunciar os primeiros e mais significativos nomes do ministério."
ResponderExcluirNesta semana. Isso é desejo ou pesquisa jornalística de fato? Normalmente, quando não se pode revelar a origem, diz-se q a fonte pediu pra ficar anônima.
A ver.
Enquanto isso,o surto golpista continua.
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