O Estado de S. Paulo
Nenhum sigilo de cem anos foi tão grave e deletério quanto o do Exército sobre Pazuello
Ao lavar as mãos e deixar para lá um ato de insubordinação público e inquestionável do então
general da ativa Eduardo Pazuello, o Exército abriu a porteira para a
boiada passar e pisotear o Estatuto Militar e o seu próprio Regimento Interno.
Deu nisso: oficiais da ativa usando as redes para xingar autoridades constituídas,
instituições e até o presidente da República eleito, como mostrou o repórter
Marcelo Godoy.
Derrubar os atos do ainda presidente Jair Bolsonaro aplicando cem anos de sigilo a toda hora, para qualquer coisa, será uma das primeiras providências de Luiz Inácio Lula da Silva ao assumir a Presidência pela terceira vez. O digníssimo público tem direito de saber de atos, fatos e personagens que são… públicos.
Pela Lei de Acesso à Informação, um
presidente pode decretar sigilo de até cem anos, mas, evidentemente, para
questões de Estado, não para favorecer a ele, aos filhos, a amigos. O sigilo
decretado pela Inglaterra para delicadas questões de Estado durante a Segunda
Guerra Mundial foi de 50 anos. Aqui, Bolsonaro decretou o dobro para qualquer
bobagem. A não ser que não sejam tão bobagens assim…
Ele, por exemplo, decretou cem anos de
sigilo para histórias envolvendo sua mulher ou os filhos e mais: 1) seu cartão
de vacinação; 2) as mensagens do Itamaraty sobre Ronaldinho, preso no Paraguai
por documentação falsa; 3) as entradas dos pastores Gilmar Santos e Arilton
Moura no Planalto, quando eles cobravam propina no MEC.
Nenhum desses sigilos, porém, causa mais
curiosidade, ansiedade e tensão do que o de cem anos para a reunião do Alto
Comando do Exército que livrou a cara de Pazuello por confrontar todas as
regras e subir num carro de som do próprio Bolsonaro, num comício
escancaradamente político-eleitoral.
Quais as alegações? O que cada general de
quatro estrelas disse sobre o general intendente da ativa que constrangeu os
militares com uma sabujice –”um (Bolsonaro) manda, o outro (ele) obedece” – e
descumpriu as regras, criando um grave precedente?
Mesmo com o fantasma da covid voltando, não
tem nem graça saber se Bolsonaro tomou ou não vacina. Mas é importante, e para
já, saber como foi a decisão do Exército sobre Pazuello, depois de Bolsonaro
atravessar o País para jantar no extremo Norte com o comandante do Exército,
general Paulo Sérgio, promovido mais adiante a ministro da Defesa.
É por coisas assim que tem até coronel da
ativa nas redes atacando o presidente eleito, as urnas eletrônicas, o TSE e
ministros do Supremo. É inadmissível. Logo, é preciso cortar o mal pela raiz.
Quebra de sigilo já, para o bem das nossas Forças Armadas!
A 'loucamotiva' custou a entrar nos eixos novamente
ResponderExcluirPra servem as forças armadas brasileiras?
ResponderExcluirQ os milicos presentes respondam "pra q servem" dizendo "servem para...", sem ódio.
Pra nos protegerem de EEUU, CHINA, RÚSSIA?
Acho q não dá.
Pra nos protegerem da Argentina (quebrada), Peru, Equador...?
Não precisa.
Lula disse para Bolsonaro que ia revogar esses sigilos de cem anos.
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