O Globo
Lula terá inimigos, não adversários
Lula entrará
no Planalto com uma oposição jamais vista na política brasileira, composta por
inimigos, nada a ver com adversários. A falta de modos do general da reserva
Augusto Heleno, há dias, é um aperitivo do que vem por aí.
Houve presidentes que assumiram sabendo que havia uma conspiração interessada em depô-los. Nunca houve caso em que o titular manifestasse seu descontentamento com a intensidade de Bolsonaro. Juscelino Kubitschek encestaria Jânio Quadros se ele lhe fizesse uma descortesia, mas o demagogo não era doido e foi gentil na cerimônia. Aureliano Chaves, vice-presidente de Figueiredo, ameaçou encestá-lo se lhe fizesse uma grosseria na posse de Tancredo Neves. Quem assumiu foi José Sarney, o general não passou a faixa, e tudo acabou bem.
Até aí, pode-se dizer que eram desconfortos
pessoais. No caso de Bolsonaro, há muito mais que isso. Nunca se viram
partidários da situação derrotada indo para fora dos quartéis pedindo um golpe.
As vivandeiras operavam à noite, em silêncio. Nunca um presidente brasileiro
assumiu com uma parte da população pedindo, às claras, um golpe. Golpista
deixou de ser um insulto.
Se isso fosse pouco, a tropa de choque da
oposição a Lula é formada por personagens com uma carga de virulência capaz de
transformar o deputado Roberto Jefferson, da guarda pretoriana de Fernando
Collor, num lorde inglês. A política brasileira passa por uma fase tóxica.
Basta lembrar que a bancada que fez oposição a Getúlio Vargas e João Goulart
era chamada de “Banda de Música”. No século passado, Roberto Jefferson tinha
modos e nunca atirou nos outros. Nessa fase tóxica, mentir deixou de ser falta
de educação, virou estratégia em português de “fake news”, em inglês.
Bolsonaro intitula-se líder da direita. É
uma meia verdade. Trata-se de uma direita popular, mobilizada e primitiva, como
ele. Não pode ser comparada à direita com os punhos de renda, que era educada,
mas nunca teve 58 milhões de votos. Nem todos esses votos identificam-se com o
radicalismo do capitão, mas a parte que de fato se identifica é um fenômeno
novo, uma direita radical, popular e mobilizada. Faz tempo, quando a direita mobilizou
centenas de milhares de pessoas nas Marchas da Família com Deus pela Liberdade,
a ditadura de 1964 desmobilizou-a.
Lidando com inimigos, Lula está diante de
um novo desafio. Em sua notável carreira, ele só lidou com esse fenômeno no
breve período de sua demonização pela Lava-Jato. Agora, terá que conviver com
ele no exercício do mandato.
Sua vitória de outubro se deu por uma
pequena porcentagem. Aos seguidores de suas propostas, juntaram-se pessoas que
votaram apenas em defesa da democracia. Esse bloco, ele não pode perder. Como
será possível governar ampliando sua base de apoio, não se sabe. Será um prato
a ser temperado enquanto é cozido.
Uma coisa é certa. A ideia de que ele foi eleito por uma frente ampla é bonita, porém falsa. Essa frente formou-se para elegê-lo — e só, até porque, com o naufrágio da terceira via, ele era a alternativa disponível. A verdadeira frente só poderá surgir na formação do governo e no seu funcionamento.
O colunista tem total razão! A oposição será VIOLENTA e já está sendo CRIMINOSA!
ResponderExcluirPior é se o Bolsonaro resolver ser igual ao agente laranja de USA que não desencarna de jeito maneira. O retardado que sugeriu que o Corona Vírus poderia ser curado com doses de desinfetante goela abaixo, e também, que se pode desclassificar documentos classificados com o pensamento. Com os seus lindíssimos cabelos laranja ouro ao vento, a véspera da tentativa de assassinato do Paul Palosi ainda chama a Nanci de animal. Quem pode com isso? Só americanos pertencentes à classe dos invocados démodé te das peruas falantes. Vai de retro…… Esse faz campanha desde 2020 e vai dar com os burros nágua.
ResponderExcluirPior, se arranhar um sujismundo fétido igual ao pançudo Banon , só o mau cheiro já enoja.
ResponderExcluirAmericanos cafonas amam o Trump. Não dá para entender, até para terceiro mundo ele é péssimo, caricato mesmo. Principalmente quando faz beicinho de bebê, aquém quer um Trump para chamar de seu?
ResponderExcluirUma oposição virulenta e violenta,Deus nos proteja.
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