Valor Econômico
Aliados criticam ida do presidente à sede
do Supremo Tribunal
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
acompanham com atenção o comportamento heterodoxo adotado pelo presidente Jair
Bolsonaro (PL) desde o dia da eleição. Mas a despeito do sumiço do mandatário,
pondera-se, o fato mais importante a destacar é que a equipe de transição
começou a trabalhar normalmente e assim deve seguir até o dia da posse.
Bolsonaro não tomou a iniciativa de dar o pontapé inicial nos ritos republicanos que tradicionalmente ocorrem quando há alternância de poder, mas as instituições o fizeram. E o mesmo deve ocorrer no dia 1º de janeiro, se ele deixar o país ou, mesmo permanecendo em território nacional, recusar-se a passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É craque em desviar a atenção do que
realmente importa. No dia seguinte à derrota nas urnas, por exemplo, enquanto
ainda mantinha-se em prolongado silêncio, produziu a “notícia” segundo a qual
ele e a primeira-dama haviam deixado de se seguir no Instagram. Bobagem.
Esse período foi monitorado com serenidade
no Judiciário, sobretudo porque rapidamente a cúpula do Congresso deu por
encerrado o processo eleitoral com Lula saindo dele vitorioso. Isso isolou
Bolsonaro e acabou levando-o a cometer o erro tático de convidar alguns
ministros do STF para encontrá-lo no Palácio da Alvorada.
Ele não procurou a presidente do Tribunal,
ministra Rosa Weber. Como sempre, ignorou os ritos institucionais. Seus
interlocutores chamaram atenção para isso e o convenceram a convidar todos os
integrantes da Corte - inclusive seu desafeto, Alexandre de Moraes.
Em paralelo, alguns ministros do STF
concluíram que, do ponto de vista simbólico, seria um equívoco realizar esse
deslocamento em direção a alguém que poderia colocá-los em situação
constrangedora. Além disso, apresentou-se uma condição: a reunião só ocorreria
depois que o chefe do Poder Executivo reconhecesse a derrota na disputa pela
reeleição.
Bolsonaro então convocou a imprensa para um
pronunciamento. Foi quando agradeceu os milhões de votos obtidos, disse que
respeitaria a Constituição e passou a palavra para o ministro da Casa Civil,
Ciro Nogueira, falar do início do processo de transição.
Como se pronta estivesse, uma nota logo foi
divulgada pelo Supremo afirmando que Bolsonaro reconhecia o resultado do
pleito. Não tardou, também, para um emissário do presidente procurar seus
interlocutores no STF dizendo que o chefe já havia feito sua parte no acordo e,
portanto, agora caberia aos integrantes da Corte encontrá-lo. E rápido.
A resposta, contudo, não foi a que o
presidente esperava: teria que ser ele, Bolsonaro, a se dirigir ao Supremo. E
assim ele agiu.
A portas fechadas, procurou ser agradável.
Palmeirense, fez piada sobre futebol com Alexandre de Moraes, torcedor do
Corinthians. Tentou limpar a barra do diretor-geral da Polícia Rodoviária
Federal (PRF), Silvinei Vasques, cuja atuação no dia da eleição vinha sendo
bastante criticada pela Justiça e passaria a ser investigada.
Segundo relatos, não se falou de forma
explícita das investigações em curso nas quais ele próprio é citado, mas este
era o óbvio tema que servia de pano de fundo da visita: até mesmo aliados
próximos viram sua decisão de ir pessoalmente ao Supremo naquele momento como
uma rendição.
Agora, aguarda-se a conduta que adotará a
partir desta quarta-feira, depois que o Ministério da Defesa divulgar seu
relatório sobre o mais do que testado e aprovado funcionamento das urnas
eletrônicas. Será um fator determinante para o tratamento que receberá a partir
de agora de um Poder que tanto atacou nos últimos quatro anos.
Até a véspera, os sinais que haviam sido
emitidos em direção ao edifício-sede do Poder Judiciário apontavam para um
parecer sem grandes novidades. E é com este cenário que a cúpula do Supremo
trabalhava até então, a despeito da insatisfação com a forma com a qual o
Ministério da Defesa conduziu o assunto.
Isso porque na segunda-feira o ministério
divulgou nas redes sociais que apresentaria o seu parecer e, com isso, criou um
clima de suspense que alimentou as esperanças dos bolsonaristas mais radicais.
Ao mesmo tempo, no Supremo o que se ouvia era que a força-tarefa organizada
pela pasta da Defesa teria sido incapaz de concluir o teste de integridade com
biometria por falta de voluntários.
Em uma mensagem dúbia, o relatório da
Defesa pode dizer que não conseguiu colher provas objetivas e consistentes
contra o sistema eleitoral, mas, ainda assim, deixar a porta perigosamente
aberta para que atos em frente aos quartéis continuem sendo realizados. Do
outro lado da Praça dos Três Poderes, irão ficar de olho como esse material
será explorado, a partir do Palácio do Planalto, pelo candidato derrotado.
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A despeito de os radicais a rejeitarem, a
política tradicional é feita de símbolos: a entrevista coletiva do presidente do
PL, Valdemar Costa Neto, na qual foi anunciada a nomeação de Jair Bolsonaro
para o cargo de presidente de honra do partido, teve muitos deles.
O partido adotou novo slogan: “Liberdade,
verdade e fé - pelo bem do Brasil”. E mudou as cores: saíram o vermelho e o
azul, entraram o verde e amarelo. Tudo isso para deixar a ala bolsonarista mais
à vontade na casa nova.
Nos próximos dias, ficará pronta a sala que
vai acolher Bolsonaro e seus assessores diretos na sede da sigla, em Brasília.
Continuará ao seu lado o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice, e um
dos poucos capazes de influenciar Bolsonaro.
Em sua nova fase, correligionários esperam que Bolsonaro seja capaz de manter a mobilização do eleitorado de direita e direcione esses votos para os candidatos a prefeito do PL em 2024. Depois de construir as maiores bancadas do Senado e da Câmara, além de vencer em Santa Catarina e no Rio de Janeiro a disputa para governador, o objetivo do partido agora é aumentar a capilaridade nas eleições municipais.
Bolsonaro ainda espera escapar da CADEIA... Mas a Justiça vai abrir os processos necessários, e os JULGAMENTOS de Jair Bolsonaro vão analisar os TANTOS CRIMES dos quais o canalha é acusado! A visita do GENOCIDA ao STF mostrou o DESESPERO que tomou conta da cabeça do DESEQUILIBRADO presidente. O FALASTRÃO SE CALOU! O MEDO TOMOU CONTA DO SEU MICROCÉREBRO...
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