Folha de S. Paulo
O papel a que as Forças Armadas se
prestaram na questão das urnas eletrônicas foi vergonhoso
Embora eu fique desconfiado quando ouço
Lula pontificar contra a responsabilidade fiscal, penso que as críticas ao petista
são precipitadas. Ele ainda não definiu nem quem comandará a economia nem a linha exata que seu
governo perseguirá.
Como político conciliador formado no sindicalismo, Lula adapta seus discursos à audiência e atrasa as decisões que explicitam perdas até o último momento. Não é porque ele critica a contenção de gastos que vai necessariamente promover a farra fiscal. Teremos de ser pacientes para saber para que lado a balança penderá.
É numa outra área que o jeitão conciliador
de Lula me deixa mais preocupado. O petista deverá buscar a acomodação com os
militares e meu receio é que, ao fazê-lo, ele deixe de tomar medidas que me
parecem necessárias.
É verdade que nossos generais não
embarcaram numa aventura golpista com Bolsonaro, mas daí não se segue
que sua atitude tenha sido exemplar. Eles abusaram de imprudências, ambiguidades
e até de flertes com caminhos extrainstitucionais.
O papel a que as Forças Armadas se prestaram na questão das urnas
eletrônicas foi vergonhoso. Deixar de punir o general Pazuello, que cometera
transgressão disciplinar diante dos olhos de todos, e ainda decretar sigilo
sobre o caso foi um tapa na cara do próprio Exército.
Para afastar o espectro do intervencionismo
militar, acho que precisaríamos de um pacote de medidas. Eu começaria
restringindo fortemente a participação de militares da ativa e da reserva
remunerada em cargos na administração. Também reforçaria as regras contra
manifestações políticas. Penso que é só após a reforma que generais devem ser
autorizados a dizer qualquer coisa que lhes venha à cabeça, não enquanto ainda
têm ascendência sobre as tropas. Por fim, eu reformularia bastante os cursos de
formação de oficiais.
É disso que o país precisaria, mas temo que
Lula optará por não pisar no calo de ninguém. Pena.
Sim, LULA está ciente disso. Mudança imediata no comando da humilhadas forças armadas e subsequente reformulação do currículo dos milicos pra q se transformem em militares.
ResponderExcluirA facilidade com q generalecos foram cooptados pelo genocida prova q os milicos são exageradamente débeis.
Teve um coronel da reserva q disse correr 8km e q sua pólvora está seca - porra, pensava q nossos oficiais eram mais cerebrais e menos brucutus - por isso q, dentre outros fracassos, a ponte Rio-Niterói abalroou um navio na baia de Guanabara.
Mas continua valendo a pergunta: pra q o Brasil precisa de forças armadas? O q pode ser feito por forças armadas não poderia ser feito por uma força armada civil, tipo PF ou GCM?
Se nem conseguem dar conta de navios abandonados na Guanabara, pra q servem?
PENSO Q NÃO PRECISAMOS DE FA MAS DOS RECURSOS NELAS INUTILIZADOS.