Folha de S. Paulo
Aliados apontam que objetivo é agitar as
ruas com contestação das urnas apresentada pelo PL
Nos últimos dias, um ministro do STF avisou
a Valdemar Costa Neto que uma ação para
questionar o resultado das eleições não teria nenhuma chance de
prosperar. O presidente do PL admitiu que sabia disso, mas explicou que
seguiria em frente de qualquer maneira. O chefão do partido argumentou que, se
ficasse quieto, haveria uma rebelião da bancada bolsonarista da sigla.
Nem mesmo os aliados fiéis de Jair Bolsonaro acreditam que o Tribunal Superior Eleitoral vai mudar o resultado da disputa. A ideia de pedir à corte a anulação de parte dos votos do segundo turno é só uma tentativa de dar verniz político a suspeitas falsas de fraude e estimular novos protestos nas ruas.
Os principais operadores políticos de
Bolsonaro trabalham com esse cenário. Numa conversa em Brasília na última
segunda-feira (21), parlamentares que frequentam o Palácio da Alvorada
reconheceram que a investida do PL não daria em nada, mas seria suficiente para
fornecer combustível aos manifestantes.
Alguns dos apoiadores do presidente
enxergam nesses movimentos uma espécie de derrota planejada. A provável
rejeição do pedido do PL deve ser vendida como uma prova da suposta má vontade do
TSE em relação a Bolsonaro e do desinteresse do tribunal em
investigações que possam confirmar seu discurso.
A ação é mais um capítulo do plano
telegrafado pelos golpistas ao longo dos últimos anos. Numa entrevista ao SBT
em maio, Flávio
Bolsonaro disse que a desconfiança em relação às urnas
eletrônicas gerava "uma revolta" na população e citou um "perigo
de instabilidade" caso permanecessem dúvidas após a votação.
O presidente e seus aliados fizeram questão
de fabricar artificialmente essa instabilidade. Ao usar os tribunais para
agitar as ruas, Valdemar e outros apoiadores de Bolsonaro se juntam à
organização criminosa que cerca quartéis, clama por uma ditadura militar,
bloqueia o trânsito de rodovias, incendeia caminhões e trabalha para reverter
na marra o resultado da eleição.
O nome dele é Valdemar...
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