Valor Econômico
Em ao menos três casos, propostas contam
com empenho de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Executivo
Bombas fiscais articuladas pelo Congresso
que se acumulam para o próximo governo têm a anuência e, em pelo menos três
casos, o empenho de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Executivo: a
solução para a Lei
Aldir Blanc, a PEC dos
quinquênios e o aumento de 18% no salário dos ministros do STF, que
servem de teto para o funcionalismo público.
No início de novembro, a ministra Carmen Lúcia deu liminar, posteriormente confirmada em plenário, para suspender os efeitos da medida provisória que postergou a execução dos recursos das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, aprovadas durante a pandemia para dar socorro ao setor cultural e cuja previsão de recursos chegava a R$ 7,7 bilhões.
A MP 1135 foi motivada pela pressão do
Congresso para a execução das emendas de relator, o chamado orçamento secreto.
Como o único espaço restante no Orçamento, além daquele destinado aos novos
blindados do Exército, era aquele previsto para os recursos dessas duas leis, a
saída das lideranças do Centrão foi tentar adiar seu pagamento.
O veto imposto por Carmen Lúcia fechou as
portas do orçamento para as emendas. Foi aí que entrou em jogo a criatividade
do Centrão. A solução encontrada foi jogar os
recursos das leis culturais para créditos extraordinários viabilizados por MP e
usar os recursos do orçamento para as emendas de relator.
A
saída foi sacramentada na manhã desta terça feira em reunião no STF. Resta
por ser explicado por que recursos que estavam previstos no Orçamento
precisaram ser deslocados para crédito extraordinário.
Carece ainda de explicação por que o
ministro da Fazenda e o presidente da República aceitam enviar uma medida
provisória para acomodar o orçamento secreto e não se valem do mesmo expediente
para encontrar uma saída para o Bolsa Família, para a merenda escolar, para a
Farmácia Popular ou para a fila do SUS, obrigando o governo eleito a viabilizar
uma proposta de emenda à Constituição no Congresso, a PEC da Transição.
Junte-se aí a PEC dos quinquênios que o
presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), pautou para esta quarta-feira na Casa.
Articulada por associações de magistrados, com o apoio do ministro do
STF, Luiz Fux, a
proposta ressuscita o aumento automático de 5% a cada cinco anos para a
carreira. Este quinquênio havia sido abolido pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) há 16 anos. A consultoria legislativa do
Senado estima que esta PEC teria um impacto de R$ 7,5 bi por ano.
E, finalmente, a terceira das bombas
fiscais é o aumento de 18% no salário dos ministros do STF. Se aprovados pelo Congresso, os vencimentos, que hoje são de R$
39,3 mil, passarão para R$ 46,3 mil, resultando numa cascata de benefícios para
os salários da magistratura e de todo o funcionalismo público.
Ainda está por ser confirmado se este dueto
se estenderá à mais emblemática das decisões do Supremo Tribunal Federal,
aquela que se refere à constitucionalidade do orçamento secreto. Sob relatoria
da ministra Rosa
Weber, presidente da Corte, o tema pode entrar em pauta nos
próximos 15 dias. Do julgamento poderá sair tanto a transparência, já driblada
uma vez pelo Congresso, quanto o veto total.
Entidades civis se mobilizam para barrá-lo. “Nossas, uma organização não-governamental de ativismo democrático, lançou uma petição, que já tem 170 mil assinaturas (www.fimdoorcamentosecreto.org) , para pressionar o Supremo a julgar inconstitucional o orçamento secreto. A petição será entregue no dia 5 à Rosa Weber. Como os ministros, muitas vezes, só se mexem sob pressão popular, abre-se aí uma brecha para por fim à dobradinha com o Centrão que ofende o erário e a moralidade pública.
Deus ajude é pouco.
ResponderExcluirVai precisar de muita ajuda mesmo.
Para acabar com as cicatrizes do nefasto desgoverno Bolsonaro nem benção nem cloroquina dará jeito.
Só por Deus.
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