O Globo
Redução da PEC da transição para um ano
animou o mercado e aproximou o projeto da ideia de 'waiver' que vinha sendo
discutida durante a campanha
O STF acabou com o orçamento secreto, a Câmara reduziu o prazo da PEC da transição, e o governo eleito soube negociar e ceder para chegar a um acordo. Ao fim e ao cabo, ganhou a economia, e isso se refletiu nos principais indicadores financeiros ontem. A PEC virou um waiver de um ano, como se discutia antes das eleições. Os juros recuaram, o dólar despencou e o Ibovespa subiu, em dia de alívio para os investidores. Lula e Haddad garantiram recursos para combater a fome e recompor orçamentos que foram destruídos pela gestão Bolsonaro. Mas, ao mesmo tempo, terão que se apressar para apresentar uma regra fiscal que dê alguma previsibilidade para as contas públicas a partir de 2024. Isso reduzirá incertezas.
Desde que foi anunciado ministro da
Fazenda, Fernando Haddad vem diminuindo pouco a pouco a rejeição ao seu nome.
Na semana passada, sua entrevista à GloboNews foi bem recebida pelo mercado,
mas acabou sendo ofuscada pela reação negativa à flexibilização da Lei das
Estatais, na Câmara. Ontem, a atuação de Haddad foi considerada decisiva, na
conversa com Arthur Lira, para que o prazo de duração da PEC fosse diminuído, e
o projeto, encaminhado para aprovação com 331 votos.
Até aqui, a visão dos investidores sobre o
Brasil está claramente dividida. Enquanto o estrangeiro aportou R$ 5,15 bi na
bolsa brasileira em dezembro, o investidor institucional brasileiro retirou R$
10,2 bilhões. Se lá fora a preocupação era com o risco institucional, o que não
se confirmou, aqui no Brasil o receio está na política fiscal do próximo
governo. Alberto Ramos, diretor de Pesquisa Econômica para América Latina do
Goldman Sachs, explica que o investidor externo uma hora será influenciado pelo
local. Por isso, é importante para o futuro governo reverter essas expectativas
internamente.
— O gringo vai se informar. Se o investidor
local continuar nessa toada de preocupação, o investidor externo vai conversar
com analistas e se perguntar por quê. Ele não se abstrai — explicou.
Ramos não vê riscos de uma grave crise
fiscal no país, mas está preocupado com a agenda microeconômica que vem sendo
defendida pelo PT. Isso pode afetar a economia como um todo.
— Meu receio maior é com a condução das
empresas públicas, dos bancos públicos, de mudanças nos marcos regulatórios,
nas concessões. Essa agenda micro pode gerar estrago e minar a macroeconomia —
advertiu.
Com o fim do orçamento secreto e o
encaminhamento da PEC da transição, o cenário para 2023 começa a desanuviar na
economia. Mas Lula e Haddad ainda têm vários pontos de incerteza para superar a
desconfiança e começar bem o mandato.
Os caminhos à frente de Lula
O Bank of America enxerga três cenários para o Brasil, como mostra a tabela ao lado. No cenário neutro, mais provável, a economia cresceria apenas 0,9% em 2023. O governo Lula faria alguma reforma econômica —como a tributária — e evitaria políticas que deram errado no governo Dilma. No cenário pessimista, haveria contrarreformas, como na Previdência, no mercado de trabalho e na independência do Banco Central. Desse jeito, o PIB cairia 2,5%. Já num olhar otimista, Lula faria as reformas tributária, administrativa e proporia uma âncora fiscal com credibilidade. O PIB cresceria 3% no ano que vem, com queda forte da inflação e dos juros. Não deveria ser difícil escolher.
Herança de Bolsonaro
Para a consultoria LCA , a economia
brasileira pode estar entrando em recessão. A análise de indicadores
antecedentes, como fluxo de veículos, consumo de energia e expedição de
embalagens, indica queda do PIB no quarto trimestre, e novo tombo no primeiro.
A Selic mais alta também chegará com mais intensidade ao consumidor final. Essa
é mais uma herança de Bolsonaro, que antecipou estímulos para se reeleger.Lula
terá que evitar a tentação de usar a queda como desculpa para mais gastos.
"Lula e Haddad garantiram recursos para combater a fome e recompor orçamentos que foram destruídos pela gestão Bolsonaro."
ResponderExcluirO genocida seeeeeeempre destruindo. Indivíduo incompetente esse bozo. LULA, q já é o presidente do Brasil, tá tendo enorme trabalho pra consertar tudo o palerma destruiu.
Ao fim e ao cabo, os 2 soldados e 1 cabo não foram suficientes pra fechar o STF! Nem o capitão (das rachadinhas) conseguiu...
ResponderExcluirVai ser difícil reerguer o País.
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