Folha de S. Paulo
Petista recupera poder de articulação, mas
presidente da Câmara preserva influência sobre deputados
Ainda que alguns aliados de Lula tenham
tratado o fim das emendas de relator como um xeque-mate em Arthur Lira, o jogo
continua. A negociação
que foi aberta assim que o STF acabou com o mecanismo de
distribuição de verba dá pistas de como deve ficar o equilíbrio entre o
Planalto e o Congresso daqui por diante.
O novo governo e o presidente da Câmara voltaram à mesa para discutir o destino dos R$ 19,4 bilhões que, até aqui, estavam sob controle dos congressistas. A decisão de partilhar essa quantia foi o primeiro sinal de que os dois lados estão interessados em procurar acordos, ao menos por enquanto.
Nas atuais circunstâncias, nem Lula nem
Lira têm fôlego para impor todas as suas vontades. O petista precisava
negociar a aprovação
da PEC que abre espaço no Orçamento, enquanto o chefe da Câmara
buscava caminhos para recuperar influência sobre a verba do governo.
O fim das emendas de relator deu vantagem a
Lula nessa relação. A moeda corrente para a compra de fidelidade no Congresso
deixou de ser o dinheiro operado por Lira, devolvendo valor à distribuição de
ministérios e cargos na máquina federal.
Nas negociações dos últimos dias, a equipe
do presidente eleito ainda conseguiu turbinar essa carteira. Metade do dinheiro
das antigas emendas de relator será destinada aos ministérios, o que deve
engordar a verba das pastas que serão ocupadas pelos partidos aliados.
A decisão do STF permite que Lula amplie os
mecanismos para formar e preservar uma base de apoio, mas Lira ainda é o líder
de um sindicato capaz de distribuir benesses aos parlamentares. É dele a impressão
digital do acordo que remanejou R$ 9,7 bilhões para emendas individuais dos
congressistas (incluindo oposicionistas e infiéis).
Mesmo sem as emendas de relator, Lira ainda tem sustentação no plenário para se manter forte na disputa pela reeleição. A diferença é que, a partir de agora, o governo tem ferramentas que não dependem da boa vontade do presidente da Câmara.
Boa análise óbvia.
ResponderExcluirNão foi xeque-mate! Foi só um xeque comum, que forçou o rei Lira a se movimentar, mas ele ainda tem cheques a distribuir entre seus comparsas e ainda vai receber novos cheques (de quanto?) do governo Lula. O xeque-mate foi dado pelo povo no GENOCIDA!
ResponderExcluirA dobradinha Lula e Lira está dando o que falar,e olha que o governo nem começou.
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