O Estado de S. Paulo
Dino e Múcio já trabalham juntos para unir forças civis e militares na defesa da Amazônia
Os quase ministros Flávio Dino, da Justiça
e Segurança Pública, e José Múcio Monteiro, da Defesa, a serem anunciados nesta
sexta-feira, 9, pelo presidente eleito Lula, já estão a mil por hora, se
reuniram e discutem ações comuns nas duas áreas. Exemplo: proteção da Amazônia
e combate aos crimes ambientais, que mexem com fortes emoções no Brasil e
despertam a atenção de governos, organismos e financiadores internacionais. E,
afinal, têm a ver com o futuro da humanidade.
“É preciso demonstrar atitude, vontade política, capacidade de fazer acontecer”, me disse nesta quinta-feira o futuro ministro Dino, que foi juiz, deputado e governador do Maranhão e coordena o grupo de trabalho de Justiça e Segurança da transição. São duas mensagens, uma interna e outra externa.
A interna, segundo ele, é curta e grossa:
“Aqui tem lei. Quem quiser testar limites, manter narcotráfico, garimpo ilegal,
contrabando até de agrotóxico vai saber que o Estado vai reagir”. A externa:
“Nosso compromisso com a preservação é para valer e queremos participar de
fóruns e de fundos de proteção, mas sem a diplomacia do ‘me dá um dinheiro
aí’”.
Para isso, a primeira frente é a presença
física do Estado e isso envolve Forças Armadas, Polícia Federal, polícias
estaduais e, claro, os órgãos de preservação, principalmente o Ibama, tão
maltratados na era Jair Bolsonaro. Uma ideia, do delegado aposentado Jorge
Pontes, estará no relatório final do GT coordenado por Dino: criar uma
diretoria na PF específica para crime ambiental.
A segunda frente é investir em tecnologia
para fiscalizar e punir crimes ambientais, particularmente os embargos remotos,
que implica monitorar e lavrar o auto de apreensão a distância, sem necessidade
de um agente no local. A lei atual tem brechas permitindo.
Uma terceira frente, fora do escopo da
Defesa e da Justiça, é o combate aos garimpos ilegais, não com paternalismo,
fechando os olhos, nem no lado oposto, prendendo a torto e a direito. Aliás,
como prender 23 mil garimpeiros ilegais? Logo, a solução é via economia, com a
compreensão de que esses ilegais são, na grande maioria, gente pobre, de baixa
escolaridade, que depende disso para viver. É preciso buscar alternativas para
um problema muito complexo.
No CCBB, Dino não apenas recebe
representantes negros, indígenas, de direitos humanos e policiais mas interage
com os demais GTs. Tanto na questão ambiental quanto na segurança pública, que
é um dos graves problemas do Brasil, Dino tem uma certeza: é fundamental
envolver Estados, municípios e iniciativa privada. No fundo, um grande pacto
nacional. E com participação das Forças Armadas.
Enfim!
ResponderExcluirÉ isso aí.
ResponderExcluirNão vai prender 23 mil garimpeiros, mas não pode deixar que este pessoal continue atuando impunemente. Tem que destruir suas estruturas físicas ilegais e as quadrilhas criadas por eles, para impedir a gigantesca poluição causada por eles e o contrabando de minerais derivado da atividade descontrolada deles. Bolsonaro, o GSI e Ricardo Salles estimularam a atividade deles, de forma criminosa. Mudar isto já será uma primeira e gigantesca transformação neste setor.
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