domingo, 2 de janeiro de 2022

Dorrit Harazim: Quanta dor

O Globo

Algumas histórias são eternas. Uma em especial costuma ser relembrada a cada fim de ano graças ao livro de memórias de Bruce Bairnsfather, o capitão britânico na Grande Guerra de 1914-1918 que mais tarde se tornaria um celebrado cartunista europeu. Era seu primeiro Natal naquele conflito mundial que eliminou mais de 21 milhões de vidas, e o narrador tremia de frio numa trincheira enlameada da Bélgica. Ele e seus companheiros do Primeiro Regimento Real passavam dias e noites agachados, num ciclo interminável de insônia e medo, biscoitos azedos e cigarros inutilizados pela chuva. “Lá estávamos, naquela cavidade de argila, a léguas e léguas de casa... sem a menor chance de poder sair dali exceto de ambulância”, descreveu ele. Mais provável que fossem mortos.

Perto das 22h do dia 24, Bairnsfather percebeu um ruído novo no campo de batalha de Ploegsteert, vindo dos boches (como os Aliados chamavam os inimigos alemães). Afinou o ouvido e percebeu, em meio a sombras noturnas, um murmurar de vozes. Seus companheiros também estranharam. Perceberam então tratar-se de cantorias — os temidos soldados do Exército alemão, também entrincheirados e invisíveis, entoavam canções de Natal! Os britânicos decidiram cantar de volta. E subitamente ouviram alguém do lado inimigo gritando algo confuso, em inglês carregado de sotaque germânico. “Venham para cá”, dizia o boche. Um dos sargentos britânicos respondeu: “Nos encontramos a meio do caminho”.

Elio Gaspari: Markun revisitou o lava-jatismo

O Globo / Folha de S. Paulo

Está nas livrarias “Recurso final” do repórter Paulo Markun. Conta a vida e a morte de Luiz Carlos Cancellier, o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que foi preso em setembro de 2017 pela Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal. Nunca fora ouvido e tinha domicílio certo e sabido. Passou dois dias na cadeia, foi algemado e colocado numa espécie de jaula. Libertado, foi proibido de entrar na universidade. Semanas depois, matou-se, aos 58 anos, pulando do sétimo andar de um shopping. No bolso, deixou um bilhete: “A minha morte foi decretada quando fui banido da universidade.”

Quando Cancellier foi publicamente humilhado, a Operação Lava-Jato estava no seu esplendor. Passados quatro anos, “lavajatismo” tornou-se um neologismo da língua portuguesa. (Ele originou-se há poucas semanas, quando a Polícia Federal cancelou uma entrevista coletiva que daria moldura espetaculosa a uma operação contra os irmãos Ciro e Cid Gomes, no Ceará.)

Cancellier e seis outros professores da UFSC foram presos sob a suspeita trombeteada de terem desviado R$ 80 milhões de um programa de ensino à distância. (As trombetas tocavam de ouvido, porque nas partituras documentais essa cifra nunca existiu). Markun ouviu dezenas de pessoas e atravessou uma papelada de mais de 20 mil páginas. Seu livro tem três histórias, a da vida de Cancellier, a da futrica acadêmica que levou à sua prisão e a da ruína a que o professor foi submetido. Nessa parte, esteve a lição dos presos da penitenciária para onde os professores foram levados. Eles anunciaram a todos os encarcerados: “Salve, barraco 18, 19, 20 não é pra mexer. Tudo professor da UFSC!” Como se sabe, o “salve” designa as mensagens das facções criminosas.

Naquela noite de setembro de 2017, o crime estava com a cabeça no lugar. Já a ação do Estado era definida por Cancellier, com roupa de preso: “As pessoas estão ficando loucas”.

Markun ficou nas quatro linhas do caso e mostrou como futricas acadêmicas anabolizadas por uma denúncia anônima produziram o que seria um escândalo, matou um professor e acabou como começou, em futricas acadêmicas.

Luiz Carlos Azedo: Bolsonaro começa o ano em guerra com a burocracia

Correio Braziliense / Estado de Minas

Não é fácil operar uma política de cooptação. Vimos isso no Inep, na Anvisa, no Ibama, na Capes, no Inpe e, agora, na Receita Federal. Servidores ameaçam parar a administração federal

Falsas ideias sobre a guerra aberta que se instalou no governo entre o presidente Jair Bolsonaro e a alta burocracia federal. Uma é de que estaria prestando um serviço à sociedade ao desmantelar órgãos e instituições que, supostamente, seriam um entrave à economia e à liberdade dos cidadãos, na linha das ideias ultraliberais do “Estado mínimo”; a outra, de que opera uma política para liquidar ou enfraquecer redutos, supostamente, “comunistas”, ao operar a cooptação de setores que seriam vitais para a reprodução de seu projeto de poder. O resultado dessa guerra é um tiro no próprio pé, pois anula, com grande antecipação, a vantagem estratégica que todo governante teria quando disputa a reeleição: a capacidade de implementar políticas públicas bem-sucedidas em razão do controle do governo.

Na teoria, a burocracia tem os seguintes pressupostos: legalidade das normas, comunicação formal, impessoalidade no relacionamento, divisão de trabalho, hierarquia da autoridade, rotinas e procedimentos, competência técnica e mérito, especialização, profissionalismo, previsibilidade. Isso vale para qualquer burocracia, em qualquer lugar do mundo onde existe um Estado organizado e legalmente constituído. Quando isso não acontece, como no governo Bolsonaro, as políticas públicas acabam bloqueadas e a ação do governo não chega a bom termo. Em razão da Constituição de 1988, temos um Estado ampliado, com divisão entre poderes e caráter federativo tripartite, cujo bom funcionamento depende do respeito a esses pressupostos.

Míriam Leitão: Resistência e independência

O Globo

O novo ano começa com a esperança de que o tormento do pior governo da nossa história chegue ao fim e a previsão de que a economia nos manterá em terreno árido. O ano passado nos deu uma certeza pelo avesso, a de que o Brasil, colocado no extremo de um presidente sem compaixão e sem capacidade administrativa, consegue governar a si mesmo. O país desenvolveu vacinas, se vacinou, criou consórcio de governadores, manteve-se informado, enfrentou ameaças de golpe, investigou os crimes do governo na pandemia, produziu cultura e montou uma rede de solidariedade para o combate à fome e às tragédias. Na crise aguda da falta de oxigênio em Manaus, a sociedade tentou ajudar.

É resistência que se chama. O país resistiu de inúmeras formas ao descalabro que tem sido Bolsonaro no comando. O presidente apostou no pior, jogou no conflito, investiu em pautas nefastas. Mas o saldo do ano passado é positivo, principalmente porque o socorro veio da ciência. Nos institutos brasileiros de produção de vacinas trabalhou-se duramente. Brasileiros em centros internacionais conectaram o país nas redes de desenvolvimento da imunização. O Sistema Único de Saúde venceu um ministro general que dizia não saber o que era o SUS, e um ministro sabujo que até o último dia do ano tentava retardar a vacinação de crianças. O governo foi sórdido. A sociedade resistiu. Com alta taxa de vacinação, os brasileiros aguardam a onda ômicrom mais seguros, mas ainda vigilantes.

Wanda Engel*: Novo atentado aos pobres

O Globo

A sede de destruição do atual governo parece não ter fim. Agora é a vez da política de combate à pobreza, reconhecida internacionalmente, cuja pena de morte foi decretada com a criação do Auxílio Brasil.

Além de acabar com o Bolsa Família — extensão e aperfeiçoamento da Rede de Proteção Social —, o novo programa não será apenas uma mudança de nome. Destruirá princípios e estruturas, frutos de importante evolução histórica.

Nessa trajetória, a assistência começou a ser tratada como política pública a partir da Legião Brasileira de Assistência e passou a ser considerada como direito do cidadão e dever do Estado, com a Constituição de 1988. Seguiu-se a Lei Orgânica da Assistência Social, propondo a estruturação de um Sistema Único de Assistência Social (Suas), que definia o papel de cada ente federativo.

Houve uma importante evolução conceitual. A pobreza passou a ser vista como multidimensional, e “não natural”, tendo a família como unidade básica de produção/reprodução ou de superação.

Eliane Cantanhêde: Geringonça política

O Estado de S. Paulo.

Existe bolsonarista, petista, comunista, tucano e morista ao mesmo tempo? Sim, nas redes sociais

Como alguém pode ser acusado de ser, ao mesmo tempo, responsável pela eleição de Bolsonaro, fanático por Lula, direitista, petista, comunista, tucano e fazer campanha para Sérgio Moro? Pois é. Muitos, incontáveis, são atacados assim. Eu, inclusive.

Esse Frankenstein, metamorfose ambulante ou geringonça política é uma das ficções criadas nas redes sociais pela irracionalidade e polarização da política brasileira. E quem cai nessa rede será, certamente, um saco de pancadas de variados militantes doentios neste ano eleitoral de 2022.

Hélio Schwartsman: Brasil avacalha a matemática

Folha de S. Paulo

A matemática que nos ensinam na escola peca pela abstração

A matemática que nos ensinam na escola peca pela abstração. A maioria das pessoas não consegue usar a trigonometria em seu dia a dia. Já a teoria dos jogos, que quase não é ensinada nas escolas, é escandalosamente prática. Ela, afinal, pode ser descrita como o estudo das interações estratégicas entre agentes racionais. Também dá para dizer que ela expande a lógica para todos os domínios da vida.

Não é uma coincidência que, depois que Von Neumann unificou e deu nome à teoria dos jogos, em meados dos anos 40, ela se espalhou como um rastilho de pólvora. Invadiu a biologia, tomou de assalto a economia (onde produziu 11 prêmios Nobel) e deixou marcas em todas as ciências sociais. Tem ainda forte presença na ciência da computação.

Janio de Freitas: É preciso salva-se de 2022

Folha de S. Paulo

Diante da tragédia na Bahia, Bolsonaro mostra com clareza o descaso eleitoral que, de repente, começou a indicar

Salvar-se de 2022 é um desejo justo e um objetivo justificado. Desejo-lhe que os adote, estando entre os que mereçam escapar à sanha prenunciada pelos grupos, classes e interesses que fizeram nosso 2021.

Os novos anos são futuros engatilhados pelos anos antecessores. Só as surpresas são de sua autoria. E a margem para esses insondáveis deixada por 2021 insinua-se, por ora, uma via estreita. Talvez mesmo um beco sem saída.

Os acumuladores de cifrões emitem maus pressentimentos sobre a inflação crescente, embalados em sua dúplice tradição: esfalfam-se apregoando queixas da inflação e mais se esfalfam amontoando seus lucros inflacionários.

Aos efeitos da inflação junta-se o desvario do governo e da Câmara nos gastos públicos, inclusive apenas eleitoreiro, e já sabemos quem e como pagará essas contas já a partir de 2022. Governantes e economistas têm muito apego às suas tradições.

Cristovam Buarque*: 2022

Blog do Noblat / Metrópoles

O pais termina 2021 asfixiado por cada grupo isolado, monologando entre os que pensam igual.

Para 2022 desejo o que não tivemos em 2021: abraços sem o incômodo de máscaras e conversas sem as barreiras dos preconceitos. Os abraços permitirão uma vida mais prazerosa e as conversas facilitarão encontrar rumos para o país.

Dois anos de distanciamento e máscaras reduziram o gosto dos encontros entre amigos, e o tempo em que as conversas são filtradas por preconceitos nos impedem de encontrar rumo para retirar o Brasil da crise que atravessamos.

Os preconceitos criam bolhas que separam as pessoas, sem respeito ao que os outros pensam. Estas bolhas isoladas não permitem a cada grupo perceber seus erros e impedem o nascimento de novas ideias. O preconceito funciona como um anticoncepcional de ideias e de propostas para o futuro. O pais termina asfixiado por cada grupo isolado, monologando entre os que pensam igual.

José Murilo de Carvalho*: 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar

O Estado de S. Paulo (01/01/2022

Olhando para a frente, podemos nos perguntar se ainda somos um país viável no sentido de sermos capazes de formarmos uma sociedade includente, sem a enorme marginalização que hoje a caracteriza

O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao País em 1918. Calculam-se em cerca de 35 mil as mortes causadas no País, concentradas no Rio de Janeiro e São Paulo. Entre elas não estava, como se costuma afirmar, o presidente eleito, Rodrigues Alves, embora tenha morrido antes de assumir. O ano de 1922 foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio pelo presidente Epitácio Pessoa, destinada a garantir a posse do presidente eleito, Artur Bernardes. Nas celebrações, destacou-se a Exposição Internacional de que participaram 14 países. O segundo centenário, a ocorrer ano que vem, virá na cauda de outra pandemia, a da covid-19, chegada ao País em 2020 e que já matou cerca de 620 mil brasileiros, embora também sem matar presidente. Junto com a pandemia, temos hoje um país às voltas com um tumultuado mandato presidencial que gerou dúvidas sobre a solidez de nossa jovem democracia e, mais ainda, com o imenso drama social do desemprego, da desigualdade, da exclusão, da fome. Até agora, não há indicação de que haverá alguma importante celebração oficial, ficando os registros da efeméride a cargo da mídia, das instituições e do meio acadêmico.

Ascânio Seleme: Jovens políticos velhos

O Globo (01/01/2022)

Muito provavelmente o Brasil será governado a partir de janeiro de 2023 por um político de 77 anos, um veterano que àquela altura terá participado diretamente de seis campanhas presidenciais e indiretamente de outras três. Um homem de seu tempo, que amadureceu e se renovou ao longo dos anos, mas ainda assim um fruto da guerra fria, do bem contra o mal. Do vermelho contra o azul. Um ser binário. Quando tomar posse, Lula terá 41 anos a mais do que o chileno Gabriel Boric, presidente eleito do Chile, com quem se reunirá em cúpulas e encontros bilaterais. Ambos são de esquerda e guardam outras muitas semelhanças a despeito do abismo etário que os separa.

Aos 35 anos, não se pode dizer que Boric seja o mais moderno dos políticos. Não é. Trata-se de um jovem da sua época com sinais externos visíveis. Me refiro às tatuagens do novo presidente. Apesar de não ser necessariamente uma novidade, a tatuagem remonta três mil anos de história, ela representa rebeldia e transgressão. Pode ainda significar coragem. Mas também pode não ser nada disso. O fato é que a tatuagem hoje está cada vez mais marcada na pele dos jovens. Desafio um leitor a me dizer que não tem pelo menos um parente muito próximo tatuado. Ele tem, e é jovem.

Mas, para lá da tatuagem, as novas gerações que aos poucos vão tomando o poder têm tudo para mudar velhos paradigmas. Talvez em razão da revolução tecnológica e das comunicações, o fato é que a distância que hoje separa os avós de seus netos nunca foi tão grande. Na política, contudo, o que vemos sempre é mais do mesmo. Vamos aos exemplos clássicos. Qual a diferença entre Tancredo Neves e seu neto Aécio Neves, fora o fato do segundo ter colocado a mão na botija? Nenhuma. O neto fez e faz política como seu avô fazia, sem obviamente a habilidade do ancestral. Aécio é um político tão velho quanto Tancredo. Há outros exemplos, como o de ACM e Neto, ou os filhos e netos de tantos outros políticos pelo país adentro.

Urnas trarão duelos novos entre populismo e democracia

Rodrigo Turrer / O Estado de S. Paulo (01/01/2022)

Embate entre populistas iliberais e democratas vai se repetir em uma série de eleições pelo mundo

Se 2021 foi o ano em que a ameaça à democracia se cristalizou em várias partes do mundo, com a invasão do Capitólio por uma turba de radicais, em 6 de janeiro, 2022 será um ano em que os embates entre populismo radical e democracia estarão ainda mais presentes.

“A batalha entre os defensores do autoritarismo e dos modelos iliberais contra a democracia vai crescer em 2022, e não há sinais de diminuição do refluxo democrático que vimos nos últimos anos”, afirmou ao Estadão Arend Lijphart, professor emérito de ciência política na Universidade da Califórnia, autor do livro Modelos de Democracia: desempenho e padrões de Governo em 36 países, e um dos principais estudiosos do assunto no mundo.

Para Lijphart, o avanço do populismo e do nacionalismo tem acontecido de maneira mais intensa em países que eram modelo de democracia, e esse avanço ameaça desintegrar a ordem mundial surgida depois da queda do Muro de Berlim, e os princípios da democracia, do estado de direito e dos direitos humanos.

O que pensa a mídia: Editoriais / Opiniões

EDITORIAIS

Liberdade ameaçada pela desinformação

O Estado de S. Paulo.

Valendo-se da profunda aspiração humana por ser livre, campanhas contra o passaporte da vacina pregam a morte. O cuidado com o outro não agride o regime de liberdade

A lei não se opõe à liberdade, e o cuidado com o outro não agride esse regime.

Entre os maiores desafios do mundo atual, encontra-se o fenômeno da desinformação. Não é apenas que a realidade seja complexa e sujeita a várias interpretações, além de suscitar diferenças de percepção e opinião. A desinformação é a manipulação de fatos e conceitos para sujeitar uma parcela da população a determinados interesses. Essa tática, que sempre existiu, ganhou especial poder corrosivo por meio das redes sociais, com efeitos sobre todo o tecido social.

Um dos conceitos mais atacados pelas campanhas de desinformação é a liberdade. Os manipuladores utilizam a profunda aspiração humana por ser livre para impor suas concepções, em uma perversa inversão de valores. Caso recente ocorreu com a exigência do chamado passaporte da vacina, que é uma medida de elementar prudência, adotada pacificamente ao longo da história para proteção da saúde da população. Havendo um perigo sanitário e existindo meios para reduzir esse perigo, exige-se, pelo bem da coletividade, a adoção desses meios.

Poesia | Carlos Drummond de Andrade: O Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, 

a que se deu o nome de ano,

foi um individuo genial.

 

Industrializou a esperança,

fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

 

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar

e entregar os pontos.

 

Aí entra o milagre da renovação

e tudo começa outra vez, com outro número

e outra vontade de acreditar

que daqui para diante tudo vai ser diferente.

 

Para você, desejo o sonho realizado,

o amor esperado,

a esperança renovada.

 

Para você, desejo todas as cores desta vida,

todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar.

 

Para você, neste novo ano,

desejo que os amigos sejam mais cúmplices,

que sua família seja mais unida,

que sua vida seja mais bem vivida.

 

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...

Mas nada seria suficiente...

 

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,

desejos grandes.

 

E que eles possam mover você a cada minuto

ao rumo da sua felicidade.