O Estado de S. Paulo
O consignado do Auxílio foi um ato de irresponsabilidade fiscal e social sem precedentes
O governo Bolsonaro e aliados no Congresso
deram o aval ao lançamento do consignado para os beneficiários do programa
Auxílio Brasil já sabendo que, logo à frente, teriam de encontrar uma solução
para o problema que criaram na tentativa de ganhar as eleições.
Esse ponto estava nos cálculos caso o
presidente Bolsonaro tivesse saído vitorioso em outubro, segundo relatos
coletados pela coluna antes e depois do lançamento do consignado.
É uma bola cantada, a de que o programa se
mostrará insustentável mais cedo ou mais tarde. Avaliação feita até mesmo por
quem fez o consignado.
Foi um ato de irresponsabilidade fiscal e social sem precedentes permitir o endividamento de beneficiários de um programa de transferência de renda a juros elevadíssimos.
Trata-se de um problema a ser enfrentado
porque esses empréstimos foram feitos com taxa anual de 50,3% e 24 meses para
pagar. É muito tempo. É muito caro. Ainda mais difícil será para esse público
sair da situação de pobreza.
Ao contrário dos outros empréstimos, no
caso do consignado a família já recebe o auxílio com desconto de R$ 160.
O governo Lula, como revelou o Estadão,
estuda uma solução para o problema. É tema polêmico, mas necessário. Pode ser
na forma de anistia de juros, recálculo do empréstimo ou refinanciamento para
aliviar o peso do consignado na renda de famílias que não sabem nem mesmo como
dar conta do básico.
Perdão de dívida não é algo incomum.
Agricultores, inclusive os grandes, sempre estão a receber. A cada dois ou três
anos sai um programa de refinanciamento de dívidas tributárias, com perdão de
juros e multa.
Em ano eleitoral, Bolsonaro fez uma anistia
para os que contrataram financiamento estudantil (Fies) com descontos que podem
chegar a 99% do valor consolidado das dívidas.
No caso do consignado do Auxílio, a
dificuldade maior se concentra no fato de que o empréstimo foi feito pela Caixa
e outros bancos. Não há garantia do Tesouro.
O ministro Aroldo Cedraz, do TCU, arquivou
o processo sobre o consignado do Auxílio Brasil a pedido do Ministério Público
junto à Corte de Contas. Nada impede, porém, que se abra outro processo para
investigar os responsáveis e puni-los.
Como disseram à coluna economistas
especialistas na área de crédito, a anistia é “a única medida racional” que o
novo governo está discutindo. E são muitos os ruídos nesses primeiros dias do
Lula 3.
Nas redes sociais, apoiadores da medida
disseram: “Essa anistia eu aceito”. •
É preciso responsabilizar o indolente e desleixado 'ministro' Aroldo Cedraz, do TCU, pela desídia dele
ResponderExcluirDistribuíram dinheiro a rodo,compraram cervejas e drogas ilícitas,alguns,claro.
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