O Estado de S. Paulo.
Como sempre, existe um lobby forte contra a aprovação da reforma tributária
O Brasil precisa de uma reforma tributária
há pelo menos 25 anos, mas há um grupo antirreforma que se movimenta novamente
para barrar o seu avanço no Congresso. Não importa o governo de plantão e nem o
texto em negociação: eles estão lá batendo bumbo de que a proposta não presta.
Não querem negociar. Querem apenas tumultuar.
O atual governo parte agora em 2023 para uma nova jornada na tentativa de aprovar a reforma tributária. Está mapeando as resistências dos setores para negociar o texto. As maiores vêm do agronegócio e do setor de serviços. Há muita resistência também no setor de comércio. Eles alegam que uma alíquota em torno de 25%, fora os tributos sobre o lucro, vai matar a atividade. A maioria quer conversar, sentar para negociar. Tem, porém, o grupo dos que estão ali simplesmente para jogar contra.
“É o ano de votar a reforma tributária. Ou
é agora ou é nunca”, disse ao Estadão a ministra do Planejamento, Simone Tebet,
que viu de perto, no Senado, a dificuldade para a negociação do relatório da
PEC 110.
Talvez agora seja necessário mapear e
mostrar com dados os interesses dos que se colocam do lado da antirreforma.
O que perdem? Onde estão? Quem são? Para
quebrar os clichês e as narrativas farsantes. Certamente, são os que ganham
muito com o sistema tributário funcionando com as regras atuais. O lobby é
forte.
Para aqueles que querem a reforma e
defendem ajustes importantes nas negociações, o ponto fundamental será a
transparência do governo na comunicação. Acham que não dá para ficar falando
que a reforma será neutra, como repetem autoridades, entre eles o ministro
Fernando Haddad, sem explicar que haverá uma redistribuição de carga tributária
entre setores. A reforma vai aumentar a carga para alguns grupos. Isso tem de
ser debatido com transparência, se esse é o pacto social que o Brasil quer.
Isso implica mostrar as alíquotas estimadas do Imposto sobre Valor Agregado
(IVA) e seus impactos. Salto no escuro é ruim.
A tributação do consumo é regressiva por
natureza, já que tributa igualmente pessoas desiguais, de modo que o peso da
tributação na renda dos mais pobres é muito maior do que para os mais ricos.
Problema que precisa ser enfrentado.
Ninguém de boa-fé pode achar que é melhor
deixar o sistema do jeito que está. Não tem como fazer uma reforma nota 10 e
agradar a todos. Melhor trabalhar por uma reforma nota 6, regular, mas que
comece a tirar o sistema tributário da buraqueira em que está. Quem só quer
acabar com o jogo antes de ele começar, que saia do campo. Que seja expulso.
Arrocha esses chorões especialistas em fraudar a receita. O povo está cansando de ser o bode expiatório desses sonegadores.
ResponderExcluirPois é.
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